Para quais casos serve a ivermectina? Entenda ação e efeitos colaterais

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A ivermectina é um medicamento antiparasitário, geralmente indicado para tratar diferentes quadros infecciosos causados por protozoários ou metazoários, popularmente conhecidos como “vermes”. 

Isso inclui casos de: 

Na forma farmacêutica de creme dermatológico, o produto também pode ser utilizado para auxiliar nos cuidados de lesões cutâneas inflamatórias da rosácea.

Como usar a ivermectina

Classificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com tarja vermelha, a compra da ivermectina nas farmácias depende da apresentação de uma receita médica assinada. É nesse documento que o paciente também encontra as instruções de uso do medicamento.

Quando consumido em comprimido, o tratamento normalmente é feito por meio de uma dose única, com o estômago vazio e água. A partir desse ponto, costumam ser solicitados exames de fezes para acompanhar o declínio da infecção. Caso o parasita seja resistente ao remédio, é possível que a equipe profissional recomende a utilização de doses adicionais.

Vale lembrar que a automedicação nunca é uma prática indicada. Tomar menos ou mais doses do que o necessário pode aumentar o risco de efeitos colaterais, bem como diminuir a eficácia do tratamento. 

Efeitos colaterais

Os efeitos colaterais comuns da ivermectina podem incluir:

  • Dor de cabeça;
  • Dor muscular;
  • Tontura;
  • Náusea;
  • Diarreia;
  • Erupção cutânea leve.

Mais raramente, outros efeitos graves podem ocorrer. Procure seu médico ou vá a um pronto-atendimento se apresentar:

  • Dor ou vermelhidão nos olhos;
  • Olhos inchados;
  • Dificuldade para enxergar;
  • Erupção cutânea grave, com coceira e pus;
  • Confusão mental;
  • Problemas de equilíbrio;
  • Dificuldade para caminhar;
  • Febre;
  • Dor de estômago;
  • Dor nas articulações;
  • Inchaço nas mãos ou nos pés;
  • Frequência cardíaca acelerada;
  • Dificuldade para respirar;
  • Perda do controle da bexiga ou do intestino;
  • Dor no pescoço ou nas costas;
  • Convulsão.

Contraindicações

A ivermectina não deve ser utilizada por pessoas alérgicas a qualquer um de seus componentes. 

Quem tem histórico de doença hepática, câncer e infecção por HIV precisa ter atenção. No caso de pacientes oncológicos ou com HIV, trata-se de indivíduos que estão mais sujeitos a infecções oportunistas, e a ivermectina pode ser indispensável no tratamento. Mas é importante que um médico oriente sobre a dosagem recomendada e possíveis efeitos colaterais.

Covid-19 e a desinformação

Durante a pandemia de Covid-19, a ivermectina foi alvo de uma onda de desinformação. Diversas fake news começaram a circular, sugerindo que ela seria capaz de prevenir ou até mesmo tratar a doença, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2. O mesmo também ocorreu com a cloroquina.

Tais alegações, no entanto, não se baseavam em evidências científicas. Uma investigação publicada em 2022 concluiu que nenhum dos 14 estudos analisados sobre os efeitos do remédio conseguiu comprovar o sucesso da ivermectina contra o SARS-CoV-2. 


Revisão técnica: Alexandre R. Marra (CRM 87712), pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE)

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