A ivermectina é um medicamento antiparasitário, geralmente indicado para tratar diferentes quadros infecciosos causados por protozoários ou metazoários, popularmente conhecidos como “vermes”.
Isso inclui casos de:
- Estrongiloidíase intestinal (Strongyloides stercoralis);
- Escabiose ou sarna (Sarcoptes scabiei);
- Filariose ou filaríase (Wuchereria bancrofti);
- Ascaridíase ou lombriga (Ascaris lumbricoides);
- Oncocercose ou cegueira dos rios (Onchocerca volvulus);
- Pediculose ou piolho (Pediculus humanus capitis).
Na forma farmacêutica de creme dermatológico, o produto também pode ser utilizado para auxiliar nos cuidados de lesões cutâneas inflamatórias da rosácea.
Como usar a ivermectina
Classificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com tarja vermelha, a compra da ivermectina nas farmácias depende da apresentação de uma receita médica assinada. É nesse documento que o paciente também encontra as instruções de uso do medicamento.
Quando consumido em comprimido, o tratamento normalmente é feito por meio de uma dose única, com o estômago vazio e água. A partir desse ponto, costumam ser solicitados exames de fezes para acompanhar o declínio da infecção. Caso o parasita seja resistente ao remédio, é possível que a equipe profissional recomende a utilização de doses adicionais.
Vale lembrar que a automedicação nunca é uma prática indicada. Tomar menos ou mais doses do que o necessário pode aumentar o risco de efeitos colaterais, bem como diminuir a eficácia do tratamento.
Efeitos colaterais
Os efeitos colaterais comuns da ivermectina podem incluir:
- Dor de cabeça;
- Dor muscular;
- Tontura;
- Náusea;
- Diarreia;
- Erupção cutânea leve.
Mais raramente, outros efeitos graves podem ocorrer. Procure seu médico ou vá a um pronto-atendimento se apresentar:
- Dor ou vermelhidão nos olhos;
- Olhos inchados;
- Dificuldade para enxergar;
- Erupção cutânea grave, com coceira e pus;
- Confusão mental;
- Problemas de equilíbrio;
- Dificuldade para caminhar;
- Febre;
- Dor de estômago;
- Dor nas articulações;
- Inchaço nas mãos ou nos pés;
- Frequência cardíaca acelerada;
- Dificuldade para respirar;
- Perda do controle da bexiga ou do intestino;
- Dor no pescoço ou nas costas;
- Convulsão.
Contraindicações
A ivermectina não deve ser utilizada por pessoas alérgicas a qualquer um de seus componentes.
Quem tem histórico de doença hepática, câncer e infecção por HIV precisa ter atenção. No caso de pacientes oncológicos ou com HIV, trata-se de indivíduos que estão mais sujeitos a infecções oportunistas, e a ivermectina pode ser indispensável no tratamento. Mas é importante que um médico oriente sobre a dosagem recomendada e possíveis efeitos colaterais.
Covid-19 e a desinformação
Durante a pandemia de Covid-19, a ivermectina foi alvo de uma onda de desinformação. Diversas fake news começaram a circular, sugerindo que ela seria capaz de prevenir ou até mesmo tratar a doença, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2. O mesmo também ocorreu com a cloroquina.
Tais alegações, no entanto, não se baseavam em evidências científicas. Uma investigação publicada em 2022 concluiu que nenhum dos 14 estudos analisados sobre os efeitos do remédio conseguiu comprovar o sucesso da ivermectina contra o SARS-CoV-2.
Revisão técnica: Alexandre R. Marra (CRM 87712), pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE)