5 perguntas mais frequentes sobre câncer de boca

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O câncer de boca é uma doença caracterizada pelo crescimento anormal de células malignas na cavidade oral. Ele pode se desenvolver em áreas como lábios, bochechas, gengivas, língua e outros tecidos internos da boca.

Cerca de 15 mil novos casos de câncer de boca devem ser diagnosticados a cada ano no país entre 2023 e 2025, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). A projeção ainda indica que o risco é maior entre os homens, que devem representar cerca de 70% dos casos.

Vídeo: Feridas, manchas e nódulos: como é o câncer de boca?

Para você entender um pouco mais a respeito dessa doença, respondemos a cinco das perguntas mais frequentes sobre o assunto. Veja a seguir:

1. Fumar cigarro pode aumentar o risco de desenvolver câncer oral?

Sim. O tabagismo é um hábito prejudicial muito associado a casos de câncer na boca, mesmo em pouca quantidade. E o problema não se limita ao cigarro tradicional, pois cachimbos, palheiros e vapes também podem elevar a probabilidade de um tumor na região da cabeça ou do pescoço. 

Outro fator de risco importante é o etilismo. O consumo exagerado de bebidas alcoólicas também aumenta exponencialmente a propensão ao câncer — principalmente se combinado ao tabagismo.

2. Quais os sinais de alerta para um câncer de boca?

Os sintomas do câncer oral podem variar conforme o estágio e o local afetados. Mas, no geral, os indícios mais recorrentes se manifestam como:

  • Feridas na boca: machucados que não cicatrizam em até duas ou três semanas, que podem ou não ser dolorosos;
  • Manchas brancas ou vermelhas: áreas descoloridas nas paredes internas da boca, que podem indicar alterações com potencial de evoluir para câncer;
  • Dificuldade ou dor para mastigar e engolir: sensação de algo preso na garganta, que pode causar desconforto ao comer ou beber;
  • Dormência: perda de sensibilidade persistente em alguma parte da boca;
  • Formação de ínguas no pescoço: presença de uma pequena massa no pescoço, que pode persistir por mais de duas semanas, apresentar consistência firme, fixa e, na maioria das vezes, indolor;
  • Perda de peso: emagrecimento sem razão aparente;
  • Mau hálito: odor ruim na boca que persiste mesmo após a limpeza dos dentes.

3. Em caso de suspeita da doença, que tipo de profissional devo procurar?

Dentistas, oncologistas, otorrinolaringologistas e cirurgiões de cabeça e pescoço são os profissionais mais aptos a cuidar da saúde bucal e, assim, investigar a suspeita de câncer na região. O processo de diagnóstico passa por algumas etapas e engloba a realização de exames clínicos e físicos.

Além disso, a confirmação do quadro só é feita após uma biópsia. Nela, uma amostra do tecido bucal afetado é coletada e enviada para investigação celular em laboratório. Em alguns casos, o médico responsável também pode solicitar exames de imagem auxiliares, entre eles tomografia computadorizada e ressonância magnética.

4. Como é feito o tratamento da doença?

Via de regra, o principal tratamento do câncer oral costuma ser a cirurgia. Essa técnica invasiva tem o objetivo de retirar parcial ou completamente o tecido contaminado por células malignas. A complexidade do procedimento e a chance de cura a partir dessa abordagem variam de acordo com o estágio da doença.

Outras formas de tratamento, como radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia, também podem ser indicadas em alguns casos. Geralmente, elas aparecem como suporte ou complemento à cirurgia.

5. Manter a higiene bucal basta para evitar o câncer na região?

Ter uma rotina de higienização da boca é um importante passo para evitar a doença, pois a escovação evita a formação de lesões que, eventualmente, podem evoluir para um câncer. Contudo, ela não é a única forma de prevenção. 

O autoexame, isso é, observar com atenção e notar a presença e persistência de machucados nos tecidos orais, como as famosas “aftas”, pode fazer com que a condição seja descoberta em um estágio inicial. 

Evitar os fatores de risco é um caminho seguro para se precaver do câncer. 

Diminua ou, se possível, pare completamente o consumo de tabaco e álcool.


Revisão técnica:  João Roberto Resende Fernandes (CRM-SP 203006 / RQE 91325), médico do Pronto Atendimento e Corpo Clínico, especialista em Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein. 

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