6 dúvidas sobre retenção de placenta

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A placenta é um órgão responsável pela nutrição e oxigenação do feto, naturalmente expelida após o parto. Quando isso não acontece, podem ocorrer complicações.

1. O que é retenção de placenta?

Trata-se de uma complicação obstétrica em que a placenta não é expelida do útero após o nascimento do bebê. Em condições normais, esse processo ocorre naturalmente devido às contrações uterinas que acontecem durante o parto. A placenta deve ser eliminada em até 30 minutos após o nascimento do bebê; qualquer período de expulsão maior já é considerado um quadro de retenção.

2. Por que a placenta fica retida?

Normalmente, isso ocorre quando as contrações uterinas não são suficientes para a completa expulsão da placenta, fenômeno conhecido como atonia uterina. Com isso, alguns fragmentos placentários podem ficar retidos na parede do útero. Essa complicação também pode resultar no fechamento precoce do colo do útero antes que a placenta seja completamente expelida, ou ainda por uma condição denominada placenta acreta, na qual a placenta se fixa firmemente à parede uterina.

3. Quem corre mais risco de ter essa complicação?

  • Pessoas com mais de 30 anos;
  • Pessoas que deram à luz prematuramente;
  • Pessoas que passaram por parto prolongado ou que perderam o bebê antes do nascimento;
  • Histórico de placenta retida em outra gestação.

4. O que fazer quando isso ocorre?

Geralmente, a mãe consegue “empurrar” a placenta para fora do corpo – este é um processo natural que não requer intervenção, mas apenas acompanhamento do médico durante o parto. No entanto, há casos nos quais isso não acontece, ou a placenta não é completamente expelida, resultando na permanência de alguns fragmentos no útero.

O diagnóstico dessa situação é feito pelo obstetra logo após o nascimento do bebê. Se ele constatar alguma anormalidade, realiza a remoção manualmente ou com o auxílio de uma pinça cirúrgica. Posteriormente, pode ser realizada uma curetagem uterina guiada por ultrassom, ou o médico pode prescrever medicamentos que promovem o relaxamento ou mesmo a contração das paredes uterinas, facilitando assim a expulsão da placenta.

5. Quais são os sintomas de retenção placentária?

  • Perda de grandes quantidades de sangue pela vagina (geralmente, sangue escuro e viscoso);
  • Corrimento com mau cheiro;
  • Dor abdominal;
  • Febre;
  • Tontura;
  • Suor frio e fraqueza.

Estes sintomas devem ser imediatamente relatados ao médico.

6. A placenta pode ficar retida mesmo depois de uma cesariana?

Sim, isso pode acontecer mesmo em partos que não são vaginais, e, por menor que seja o fragmento placentário, podem ocorrer complicações.

7. A retenção da placenta traz alguma complicação?

Sim, e os problemas podem surgir mesmo quando os fragmentos que permanecem no útero são muito pequenos, com apenas alguns milímetros. Entre as complicações da retenção placentária estão a hemorragia pós-parto (HPP), uma das principais causas mundiais de mortalidade materna, e a infecção uterina, que requer tratamento com medicamentos.


Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes, médico do pronto atendimento e corpo clínico, preceptor da residência em Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein.

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