Diverticulite: mudança de hábito alimentar é o primeiro passo para tratar

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Diverticulite é um tipo de inflamação que ocorre no intestino grosso, mais especificamente nos divertículos, que são pequenas bolsas que podem se desenvolver neste órgão em decorrência de um aumento da pressão sobre as suas paredes para a eliminação das fezes.  

A presença desses divertículos não resulta em sintomas ou complicações para a maioria das pessoas, o que caracteriza apenas o que os médicos chamam de diverticulose. A diverticulite ocorre nos casos em que existe a inflamação de um ou mais desses divertículos.   

Quais são as causas da diverticulite?

  Não se sabe exatamente por que algumas pessoas sofrem de diverticulite, mas a condição parece ter relação com fatores como idade, dieta, estilo de vida e genética.  

Sabe-se, por exemplo, que, conforme o organismo envelhece, as paredes em volta do intestino grosso enfraquecem.  

A presença de divertículos é rara antes dos 30 anos de idade, chegando a ocorrer em 30% dos indivíduos na quinta década de vida, com aumento da sua ocorrência com o avançar da idade.  

A pressão exercida sobre as paredes do órgão para a eliminação das fezes contribui para que os divertículos se formem e se inflamem, de modo que a constipação intestinal está frequentemente associada à condição. Portanto, uma dieta pobre em fibras pode deixar o órgão com um maior risco de desenvolver diverticulite. As fibras podem ser encontradas em frutas, legumes, vegetais e grãos integrais.  

Outros fatores de complicação podem incluir o tabagismo, a obesidade, uso regular de analgésicos como ibuprofeno, além de questões genéticas.  

Quais são os principais sintomas?

Pacientes com diverticulite podem ter diversos sintomas como dores abdominais principalmente no lado inferior esquerdo, que costumam piorar após as refeições. São comuns ainda gases, constipação, sangue nas fezes, náuseas, enjoo, cãibras e febre.   

Como é realizado o diagnóstico?

É preciso cautela ao diagnosticar uma diverticulite, pois seus sintomas podem se assemelhar aos de outras condições, como a doença de Crohn, a síndrome do intestino irritável, úlceras e apendicite.

Por isso, um médico pode verificar o histórico clínico do paciente e realizar uma anamnese (conversa entre médico e paciente) para saber mais a respeito dos hábitos de vida e de alimentação, além de caracterizar os sintomas de forma detalhada.  

Podem ser necessários exames de sangue para detectar sinais de infecção, além de exames de imagem, como a tomografia computadorizada, para identificar a presença dos divertículos inflamados.  

Como é feito o tratamento? 

Nas situações em que a diverticulite não é complicada e não há sinais clínicos de gravidade, o tratamento inicial inclui dieta leve e líquida, geralmente associada à prescrição de analgésicos e antibióticos na maioria das vezes por via oral.  

Os cuidados com pacientes diagnosticados com diverticulite devem começar pela dieta. Um nutricionista poderá elaborar um plano alimentar rico em fibras, como frutas frescas, vegetais, leguminosas, nozes e cereais integrais.  

Suplementos ricos em fibras podem ser inseridos na alimentação caso o médico autorize. Além disso, é importante manter a ingestão de líquidos como água, água de coco e sucos de frutas naturais para prevenir inchaços e gases.  

Se não houver resposta ao tratamento inicial ou na presença de complicações, como a formação de abscesso (coleção de pus) ou perfuração do intestino grosso, pode ser necessária a realização da cirurgia (colectomia) para retirada da parte do intestino comprometida. 


Revisão Técnica : Luiz Antônio Vasconcelos, Especialista em Clínica Médica, Medicina Interna, Cardiologia e Ecocardiografia. Cardiologista e clínico das unidades de pronto atendimento e do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.  

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