A evolução inicial da hepatite autoimune costuma ser silenciosa, sem nenhum sintoma percebido pelo paciente.
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Os primeiros desconfortos, quando a inflamação crônica do fígado está se tornando mais relevante, têm poucas especificidades, pois também se manifestam em diversas outras doenças. Veja abaixo:
- Cansaço acima do normal e recorrente;
- Sensação generalizada de mal-estar;
- Dores musculares e nas juntas, geralmente mais intensas pela manhã;
- Redução ou perda de apetite;
- Perda de peso;
- Náuseas;
- Coceira (prurido);
- Irritações na pele;
- Alterações gastrointestinais, como diarreia;
- Alterações no ciclo menstrual;
- Inchaço e dores abdominais.
Hepatite autoimune em estágio avançado
Quando a hepatite autoimune evolui para estágios mais avançados, o paciente pode apresentar sintomas mais graves. São eles:
- Acúmulo de líquido nas pernas, pés e tornozelos;
- Acúmulo de líquido na região abdominal (ascite);
- Alteração do estado mental, com sinais de confusão;
- Icterícia nos olhos e na pele;
- Contusões;
- Alteração dos vasos sanguíneos na pele;
- Coloração escura da urina;
- Fezes flutuantes claras e/ou gordurosas.
O ciclo inicial assintomático, seguido por sintomas inespecíficos, torna o diagnóstico desafiador. Contudo, entre 30% e 50% dos pacientes apresentam outras doenças autoimunes, como tireoidite, artrite reumatoide, diabetes tipo 1 e colite ulcerosa. Esse histórico é importante para a investigação médica, que também poderá incluir exames de sangue e biópsia do fígado.
Há casos em que a suspeita pode surgir em exames de rotina, pois mesmo nos estágios iniciais a doença apresenta alterações de enzimas hepáticas, detectáveis em exames de sangue. Embora menos comum, a hepatite autoimune também apresenta evolução rápida, provocando insuficiência hepática aguda, que requer transplante de fígado.
Doença rara e atinge mais mulheres
A hepatite autoimune é uma doença rara, que acomete entre 10 e 17 pessoas a cada 100.000 habitantes, sendo três a quatro vezes mais frequente em mulheres. Pode surgir em qualquer idade, mas costuma ser mais comumente diagnosticada por volta dos 45 anos.
A enfermidade consiste na inflamação do fígado causada pelo sistema imunológico do paciente, que ataca as células hepáticas e provoca danos ao órgão. Diferente das hepatites virais, a hepatite autoimune não é contagiosa. Existe tratamento para controle da inflamação, com medicamentos imunossupressores. Eles reduzem a resposta imunológica do organismo e, assim, os ataques ao fígado.
Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes, Médico do Pronto Atendimento e Corpo Clínico e preceptor da Residência Médica de Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein.