Dispepsia é um distúrbio digestivo caracterizado por desconforto ou dor na área superior do abdome. Geralmente as pessoas usam a palavra “indigestão” para se referir a esse desconforto. Às vezes também é descrito como sensação de queimação, de inchaço ou de flatulência.
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Na maioria dos casos não é sintoma de uma doença, mas, sim, uma reação à bebida ou comida em excesso, estresse, intolerância alimentar ou ingestão de medicamentos com o estômago vazio.
Entretanto, a dispepsia pode estar associada a vários distúrbios do trato gastrointestinal superior, como refluxo gastrointestinal, gastrites, neoplasias e infecção estomacal pela bactéria Helicobacter pylori.
Como esclarecer a origem da dispepsia?
O diagnóstico de dispepsia e de sua origem se baseia nas queixas do paciente e na duração dos sintomas. A dispepsia pode ser aguda (quando ocorre logo após a ingestão de certos alimentos ou medicamentos, por exemplo) ou recorrente.
Nos casos de dispepsia recorrente podem ser recomendados exames complementares, como a endoscopia digestiva, o parasitológico de fezes e a ultrassonografia abdominal.
Pode ser algo grave?
Diante do paciente com queixa de dispepsia, o profissional de saúde procura identificar sinais indicativos de doença orgânica grave, como úlcera péptica ou câncer gástrico.
Queixas como sangramento gastrointestinal, perda de peso involuntária, disfagia (dificuldade para engolir) e vômitos, exigem uma investigação mais cuidadosa do quadro.
Segundo a Sociedade Brasileira de Mobilidade Digestiva e Neurogastroenterologia, a maioria dos pacientes com queixa de dispepsia que se submetem a exames não apresenta nenhuma alteração que justifique os sintomas, sendo por isso considerados portadores de dispepsia funcional.
Também é preciso avaliar a existência de fatores psicológicos, ambientais, alimentares e o uso de medicamentos que podem estar provocando ou agravando a dispepsia.
Como se livrar da dispepsia?
Alguns cuidados simples podem aliviar a dispepsia quando ela não é sintoma de uma condição mais grave:
- O uso de antiácidos pode ajudar a aliviar a indigestão;
- Comer refeições menores e em intervalos menores;
- Mastigar bem os alimentos;
- Manter o peso ideal para sua idade e altura;
- Evitar alimentos e bebidas que podem desencadear o desconforto, como pratos gordurosos e refrigerantes;
- Não fumar.
Prevalência
Não há informações relativas à prevalência da patologia no Brasil, mas dados do Sistema Único de Saúde mostram que o desconforto digestivo é uma queixa comum no atendimento primário.
Um estudo feito na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, em 2006, detectou que 44% dos moradores haviam tido ao menos um episódio no ano anterior. Na Dinamarca, detectou-se que 25% da população terá pelo menos uma incidência anual de dispepsia. No Reino Unido, a taxa atinge os 40%.
Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes, Médico do Pronto Atendimento e Corpo Clínico e preceptor da Residência Médica de Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein.