Em primeiro lugar, é importante esclarecer que quando falamos em útero retrovertido ou invertido não estamos nos referindo a uma patologia, mas, sim, a uma diferença anatômica que geralmente passa despercebida.
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Essa diferença anatômica é simples: na maioria das mulheres, o útero está posicionado em direção à região frontal da cavidade pélvica, sobre a bexiga, ou seja, está antevertido (voltado para a frente). Quando o útero está voltado para trás, em direção da coluna cervical, fala-se em útero retrovertido.
Essa situação é possível porque o útero é um órgão móvel, em forma de pera, sustentado na sua posição dentro da pelve pelos ligamentos e músculos do assoalho pélvico. Portanto, o fato de ele estar voltado para trás, e não para a frente, não afeta seu funcionamento nem o de outros órgãos do aparelho reprodutor feminino.
1. O útero invertido é comum?
Sim, essa é uma condição que afeta uma em cada cinco mulheres, segundo dados da Medline Plus, serviço da National Library of Medicine dos Estados Unidos. A maioria dessas mulheres não terá nenhum sintoma.
2. O útero retrovertido causa problemas para a gravidez?
Normalmente, o útero retrovertido não causa problemas à saúde e não impede a gravidez nem o desenvolvimento do feto. É que, ao se expandir após o primeiro trimestre de gestação, o útero retrovertido assume a posição típica da gravidez. Além disso, a inversão uterina é assintomática. Raramente provoca dor ou desconforto durante a relação sexual.
3. Por que algumas mulheres têm o útero invertido?
Na maioria dos casos, o útero está nesta posição (voltado para trás) desde o nascimento da mulher. Mas a inversão pode ser causada por processos inflamatórios decorrentes da presença de miomas, endometriose ou infecções pélvicas, ou ainda devido ao enfraquecimento do assoalho pélvico durante a menopausa.
Por isso, quando uma mulher que tem útero retrovertido se queixa de sintomas, eles estão associados não à posição do órgão em si, mas às patologias, como as cólicas menstruais fortes provocadas pela endometriose.
4. Como a mulher descobre que tem o útero invertido?
A diferença anatômica pode ser notada durante o exame ginecológico de rotina. Se o ginecologista identificar também uma patologia, como uma infecção pélvica, ele vai indicar o tratamento adequado. Caso contrário, não há necessidade de cuidados especiais.
Revisão Técnica: Luiz Antônio Vasconcelos – Especialista em Clínica Médica, Medicina Interna, Cardiologia e Ecocardiografia. Cardiologista e clínico das unidades de pronto atendimento e do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.