Os hormônios da gestação às vezes provocam uma resistência insulínica na mulher, que acaba desenvolvendo diabetes gestacional. É uma condição temporária, mas que precisa ser monitorada.
Isso ocorre porque a gravidez sobrecarrega o pâncreas devido à ação de alguns hormônios placentários (lactogênio placentário, cortisol, progesterona, entre outros) que naturalmente provocam resistência à ação da insulina. Acontece que, em algumas mulheres, o pâncreas não consegue aumentar a produção de insulina para o organismo. Como consequência, ocorre a hiperglicemia materna.
Como acontece a diabetes gestacional?
O diabetes gestacional acomete de 2% a 4% das grávidas e se manifesta geralmente no terceiro trimestre de gravidez. Inclusive, o exame para diabetes faz parte do pré-natal.
Mulheres com diabetes gestacional apresentam maior risco de complicações durante a gravidez e no parto e os riscos de ter diabetes em uma nova gravidez aumentam em cerca de 48%.
Já para os filhos, os efeitos incluem riscos de diabetes tipo 2, obesidade e dislipidemia na infância. Outro risco é o nascimento de bebês acima de 4 quilos. Quando a mãe tem diabetes gestacional, a prevalência de fetos grandes varia de 13,6% a 22,3%.
Quais os sintomas do diabetes gestacional?
O diabetes gestacional, na maioria dos casos, é silencioso. Quando se manifesta com sintomas, os mais comuns são ganho de peso, vontade de urinar com mais frequência, mais sede e aumento de apetite.
Diabetes gestacional tem cura?
Normalmente, o diabete gestacional se resolve após o parto. Mas, durante a gravidez, se não monitorado, essa condição pode desencadear outros problemas de saúde, como doenças cardíacas, afetar os rins e até mesmo causar a morte tanto materna quanto do feto. Por isso, o acompanhamento médico é fundamental para garantir a saúde da gestante e do bebê, além de um parto tranquilo.
Para que a gestação prossiga sem complicações, sem malformações do feto, e o parto ocorra de maneira segura, sem prematuridade, alguns cuidados devem ser tomados:
- Mudanças no estilo de vida, incluindo adequação alimentar e com prática de alguma atividade física – seguindo orientação de um profissional;
- Controle do peso na gestação;
- Monitoramento e controle do índice glicêmico. O automonitoramento da glicose, com punção em ponta de dedo (gota de sangue em fita reagente e avaliação por glicosímetro), também é um dos métodos de controle de diabetes gestacional. Exames de sangue durante o pré-natal devem ser realizados;
- Usar medicamentos para diabetes corretamente, se o médico achar que é necessário. Após o parto, esses remédios costumam ter o uso suspenso.
Revisão Técnica: Luiz Antônio Vasconcelos – Especialista em Clínica Médica, Medicina Interna, Cardiologia e Ecocardiografia. Cardiologista e clínico das unidades de pronto atendimento e do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.