O que é mioma? 6 dúvidas importantes sobre esses nódulos no útero

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1 – O que são miomas?

Miomas são nódulos benignos que se formam no útero – eles também são chamados de fibromas. Estima-se que até metade da população feminina em idade fértil tenha miomas em seu útero. No entanto, entre 70 e 80% delas não apresentam sintomas. 

Os miomas podem se localizar dentro da cavidade uterina (miomas submucosos), dentro da parede uterina (miomas intramurais) ou na superfície do útero (miomas subserosos).

Quando é submucoso, ou seja, está localizado na camada interna do útero, onde fica o endométrio, o nódulo costuma levar a um fluxo menstrual bem aumentado ou mesmo a um sangramento acentuado fora do ciclo menstrual, o que muitas vezes desencadeia anemia.

Já miomas muito volumosos podem causar inchaço abdominal e peso na região. Também podem gerar alterações metabólicas no organismo e, dependendo de onde estiverem instalados, causar a compressão urinária ou intestinal, atrapalhando ou comprometendo o momento em que a mulher tem que urinar ou evacuar e provocando bastante desconforto.

2 – Qual a origem?

Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a origem dos miomas ainda é desconhecida, mas sabe-se que seu crescimento tem relação com alterações genéticas das mulheres.

3 – Quais são os sintomas?

Os sintomas mais comuns são sangramento uterino anormal, dor, anemia e compressão de órgãos ao redor do útero, como bexiga e intestino, podendo, por vezes, causar dificuldade para engravidar e aborto. Porém, na maior parte das mulheres, os miomas não causam sintomas.

As mulheres que apresentam sangramento intenso e frequente, cólicas, aumento abdominal e/ou o desconforto durante as relações sexuais, entre outros sintomas, podem sofrer um impacto muito significativo na qualidade de vida e na saúde física e mental. A explicação para esse impacto no dia a dia envolve questões físicas, que variam e podem ser bem intensas, dependendo do tamanho, da quantidade e da localização dos miomas. 

4 – Impacto emocional

O aspecto emocional das mulheres com miomas também pode ficar abalado. É comum que elas fiquem ansiosas quando precisam sair de casa com receio de manchar a roupa por causa do sangue ou ter uma crise de cólica, por exemplo. Além disso, elas precisam cumprir todas as responsabilidades do cotidiano, sem deixar a produtividade cair. Esses fatores podem prejudicar as relações familiares, sociais e profissionais.

5 – A importância do tratamento adequado

Como a maioria dos miomas é assintomática, eles só são descobertos durante os exames de rotina indicados pelo ginecologista. O tratamento dependerá da localização, do tamanho e da quantidade de miomas e poderá ser clínico ou cirúrgico. 

Se forem pequenos e não estiverem causando problemas, o especialista vai acompanhar o quadro para ver se há mudanças importantes. Mesmo assim, é essencial que o médico seja consultado diante de qualquer sintoma que cause estranheza. 

Caso seja necessário tratar, existem várias opções disponíveis na medicina. Se o sangramento não for muito importante, podem ser utilizados hormônios, como os presentes nas pílulas anticoncepcionais, remédios que melhoram a coagulação do sangue, e anti-inflamatórios que diminuam a cólica e o sangramento.

Existe outro grupo de medicamentos que ajuda a bloquear a produção dos hormônios, reduzindo os sintomas, mas eles não podem ser usados a longo prazo porque causam efeitos colaterais, como a diminuição da resistência dos ossos. Por isso, podem ser utilizados em situações pontuais.

Se os remédios não estiverem funcionando, a radiofrequência pode ser utilizada para levar a um aquecimento monitorado dos miomas, o que desencadeia a sua destruição. Outra opção é a embolização da artéria uterina, um método minimamente invasivo, que provoca o bloqueio das artérias que nutrem o nódulo, provocando a sua morte.

Em alguns casos, a cirurgia é necessária. Ela pode ser realizada através da vagina ou com a ajuda de laparoscopia e cirurgia robótica, usadas no abdômen ou os dois juntos, dependendo do caso. 

6 – Quando se preocupar?

De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a partir dos 30 anos, a mulher deve ficar mais atenta em relação à presença de miomas e sempre conversar com o ginecologista durante as consultas de rotina, principalmente se tiver antecedentes familiares.

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