O que é?
A febre oropouche é uma arbovirose que apresenta sintomas muito semelhantes aos da dengue e da chikungunya. Foi identificada no Brasil pela primeira vez em 1960 e, desde então, casos isolados e surtos têm sido relatados no país, principalmente nos estados da região Amazônica.
Como é transmitida?
A febre oropouche é transmitida pelo mosquito Culicoides paraense, também conhecido como maruim. Mosquitos do gênero Culex também podem ser vetores. No ciclo selvagem, os hospedeiros são animais primatas e o bicho-preguiça, enquanto no ciclo urbano, o ser humano continua sendo o principal hospedeiro.
A transmissão do vírus ocorre pela picada do mosquito. Primeiro, o mosquito pica uma pessoa ou animal que já está infectado, e o vírus entra no corpo do mosquito, permanecendo lá por alguns dias. Depois, quando o mosquito infectado pica uma pessoa saudável, ele transmite o vírus para essa pessoa.
Não há registro de casos de transmissão de pessoa para pessoa diretamente.
Quais os sintomas?
O período de incubação do vírus é de quatro a oito dias, quando então surgem os primeiros sinais. Os sintomas são muito semelhantes aos da dengue, como dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, tontura, náusea e diarreia.
Por isso, é importante que o profissional de saúde seja capaz de diferenciar essas doenças com base em aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais e orientar as ações de prevenção e controle.
A manifestação dos sintomas geralmente dura de cinco a sete dias, mas a recuperação total do paciente pode levar várias semanas.
Como é feito o diagnóstico?
As arboviroses urbanas compartilham sinais clínicos muito semelhantes, dificultando a suspeita inicial por parte dos profissionais de saúde e a adoção do manejo clínico adequado para evitar formas graves e mortes pela doença.
Segundo o Ministério da Saúde, o diagnóstico é clínico (com base no relato do paciente), epidemiológico e laboratorial. O desafio é que o quadro clínico da febre oropouche é muito semelhante ao da dengue, e nem todos os laboratórios do país estão capacitados para realizar o diagnóstico correto.
Como é o tratamento?
Não existe um tratamento específico para a febre oropouche. O manejo da doença é realizado com medidas de suporte clínico, como o uso de medicamentos sintomáticos e hidratação. Até o momento, não há vacina ou antiviral disponível para o vírus oropouche.
Como prevenir?
As medidas de prevenção são as mesmas de outras doenças causadas por picadas de mosquitos: uso de repelentes, principalmente nos horários do amanhecer e entardecer; uso de manga longa e calça comprida ao adentrar áreas de mata e beira de rios; e uso de telas e mosquiteiros em áreas rurais e silvestres. Além disso, é recomendado procurar ajuda médica ao apresentar qualquer sinal de gravidade.
Em casos mais graves, a febre oropouche pode provocar meningite ou encefalite. Portanto, se os sintomas não puderem ser controlados com medicação em casa, é necessário procurar atendimento médico imediato.
A eliminação dos criadouros do mosquito também é crucial. Isso inclui evitar o acúmulo de lixo, limpar terrenos, caixas d’água e cisternas, e realizar vistorias regulares para eliminar qualquer água parada que possa servir de ambiente para os mosquitos depositarem seus ovos.