Arritmia cardíaca: as respostas para 7 dúvidas sobre a condição

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Toda vez que o coração bate em um ritmo diferente do normal, considera-se que houve uma arritmia cardíaca. Essa condição física é perigosa e pode atingir diversos grupos de pessoas — de fetos a idosos. 

As arritmias cardíacas podem ser divididas em três grupos, de acordo com a natureza e os efeitos que a condição causa no organismo. São eles:

  • Bradicardias: quando o coração bate mais lentamente do que deveria; 
  • Taquicardias: quando o coração está em uma frequência bem maior do que a recomendada; 
  • Extrassístoles: falhas, palpitações e batimentos que interrompem o ritmo cardíaco normal.

Taquicardia e o risco de morte súbita

Dentre os três grupos, as taquicardias são as mais conhecidas. Isso porque estão mais frequentemente associadas a consequências fatais. 

Embora também possam ocorrer na região superior do coração, nos átrios, é na parte inferior, nos ventrículos, onde as taquicardias costumam levar a quadros de morte súbita, sendo o infarto agudo do miocárdio a sua principal causa.

O infarto resulta de um bloqueio na artéria coronária, que é o vaso que leva sangue para o coração. A obstrução do canal leva a instabilidades elétricas no ventrículo, ocasionando parada cardíaca.

Vale destacar, porém, que os casos fatais correspondem a uma pequena parcela do número de taquicardias. Além disso, a condição é mais frequente entre pessoas que já apresentaram algum tipo de problema cardíaco grave, como infarto e insuficiência cardíaca.

Por possivelmente comprometer a realização de algumas atividades habituais, além de exigir uma atenção diária do paciente e acompanhamento médico próximo, a arritmia cardíaca gera diversas dúvidas na população. 

Veja, a seguir, as respostas para algumas das perguntas frequentes sobre o assunto.

1. Distúrbios do sono podem causar arritmia cardíaca?

A apneia obstrutiva do sono está associada a uma série de arritmias, mas isso não significa necessariamente que ela seja sua causa.

Durante o sono, o coração fica naturalmente mais lento. Somado a isso, quando há falta de oxigênio, o órgão pode apresentar pausas. Ocorrências como essas aumentam o risco de desenvolvimento de alguns tipos de arritmia.

Vídeo: Apneia do sono causa arritmia?

https://www.youtube.com/watch?v=S4xlApftveI

2. Alimentos e bebidas podem provocar arritmia?

De maneira geral, os alimentos não causam arritmia. Contudo, algumas bebidas — especialmente as alcoólicas — podem contribuir para o desenvolvimento da condição. Em pacientes que já têm predisposição a alguns tipos de arritmia, como a fibrilação atrial, a bebida alcoólica pode desencadear crises.

Da mesma forma, o consumo excessivo de cafeína também pode oferecer riscos — seja por meio de chá preto, café ou energéticos.

3. Quem tem arritmia pode praticar atividade física?

A maioria das arritmias cardíacas não são desencadeadas pelo exercício físico. Dessa forma, se o quadro estiver adequadamente controlado com medicação ou outras formas de tratamento, a atividade física, na verdade, pode ser até benéfica para a saúde cardiovascular.

Existe um subgrupo de pacientes com arritmias genéticas que pode ser negativamente afetado por atividades físicas intensas. Contudo, essa é a minoria dos casos.

4. O tratamento normaliza o ritmo do coração?

Atualmente, existem tratamentos muito eficazes para boa parte das arritmias cardíacas. Taquicardias na parte de cima do coração, por exemplo, dispõem de tratamento de ablação por cateter.

Trata-se de um cateterismo específico, em que se coloca fios dentro do coração, de forma pouco invasiva, e se faz a cauterização dos focos de arritmia. O procedimento tem taxa de cura de mais de 90% e os pacientes ficam aptos a fazer atividades físicas e retomarem sua rotina normalmente.

Arritmias mais graves, especialmente aquelas na parte de baixo do coração, que têm um risco maior de morte súbita, ainda não possuem possibilidade de cura. No entanto, existem marca-passos, que remediam quando o coração bate muito lentamente, e desfibriladores, para quando o indivíduo apresenta uma arritmia muito rápida.

5. Ansiedade pode causar arritmia cardíaca?

A pessoa com ansiedade tende a ter uma sensibilidade maior às variações normais de frequência cardíaca. No entanto, vários dos remédios que são usados para tratar depressão e ansiedade têm como efeito colateral a aceleração da frequência cardíaca.

Isso, na maioria das vezes, é contornado com o ajuste de dose ou apenas com orientação médica. É importante, portanto, contar com acompanhamento médico para supervisionar o passo a passo da terapia.

6. Como prevenir a arritmia cardíaca?

Por meio dos cuidados com o coração – seja pelo controle da diabetes da pressão alta ou do colesterol, da cessação do tabagismo, da atenção ao peso ou realizando atividades físicas regulares –, garante-se um órgão mais saudável. Isso diminui o risco de desenvolver uma série de arritmias ao longo da vida adulta.

7. Como prevenir uma morte súbita?

Para se prevenir contra a morte súbita por arritmia, a recomendação médica é fazer avaliações periódicas de coronariopatia, conduzidas nos check-ups cardiológicos. Essa medida é especialmente importante para indivíduos a partir dos 40 anos de idade.

Para pessoas com histórico de doenças cardíacas, o uso de medicamentos pode ser benéfico. Em casos mais graves, pode ser indicado o uso preventivo de dispositivos como marcapasso ou desfibrilador.

Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).

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