Apesar de não ser tão conhecida quanto a ansiedade ou a depressão, a esquizofrenia também é um transtorno mental. A condição pode ter impactos significativos na qualidade de vida do indivíduo neurodivergente e das pessoas de seu convívio próximo.
Ela afeta diretamente o circuito cerebral, levando a processos inflamatórios e lesões que interferem no funcionamento dos neurônios e suas conexões, causando uma deterioração dessas células. Isso pode dificultar a realização de tarefas cotidianas e comprometer a autonomia da pessoa.
Se não tratada, a condição causa um processo degenerativo que contribui para a perda da funcionalidade neurocognitiva. Com isso, as células acabam morrendo e, com o avanço do transtorno, há uma diminuição de toda a massa encefálica.
A longo prazo, a falta de tratamento pode resultar em um declínio cognitivo significativo. Atividades que outrora eram desempenhadas de forma aparentemente simples podem se tornar cada vez mais árduas.
Vídeo: Como lidar com a esquizofrenia?
Esquizofrenia por idade e gênero
Um indivíduo pode desenvolver esquizofrenia em qualquer fase da vida. No entanto, o aparecimento do transtorno é bem mais comum durante o final da adolescência e o início da idade adulta.
Entre os homens, o pico de incidência ocorre na faixa dos 15 aos 25 anos de idade; nas mulheres, os casos costumam aparecer mais tarde: um primeiro pico existe na faixa dos 25 aos 35 anos, e um menor aos 45 anos.
Embora alguns transtornos mentais sejam mais comuns a um sexo do que a outro, isso não é notado na esquizofrenia. A condição afeta homens e mulheres em proporções iguais.
Tratamento e cuidados
A manifestação da esquizofrenia varia significativamente, podendo ir de graus leves a mais graves. O nível de gravidade influencia o prognóstico de cada pessoa.
O tratamento mais convencional e efetivo para a esquizofrenia é o uso de antipsicóticos. Esses medicamentos atuam sobre o sistema nervoso central e têm como objetivo regular um neurotransmissor específico, a dopamina.
Assim como ocorre em outros transtornos mentais, o diagnóstico de esquizofrenia coloca o paciente em uma posição de fator de risco significativo. Isso porque essas pessoas podem ter dificuldade em buscar ajuda ou acessar serviços básicos de saúde, o que aumenta o risco de desenvolver outras comorbidades clínicas, como obesidade, síndrome metabólica e tabagismo.
Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).