A infertilidade é definida como uma condição do aparelho reprodutor, masculino ou do feminino, que impede o casal de atingir a gravidez depois de 12 meses de relações sexuais frequentes e desprotegidas. Esse período pode ser reduzido para seis meses no caso das mulheres com mais de 35 anos.
As formas de tratar a infertilidade são diferentes para cada sexo, principalmente em casos de tratamento cirúrgico. Quer entender mais sobre como elas funcionam? Continue a leitura.
Vídeo: Dificuldade para engravidar ou infertilidade?
Os 5 pilares de tratamento da infertilidade
São diversas as técnicas, de medidas naturais a intervenções mais complexas, que têm como objetivo possibilitar a fecundação e a preservação da gestação.
1° Pilar – Mudança do estilo de vida
O casal precisa manter um peso adequado, praticar atividades físicas, ter uma boa alimentação, seguir uma rotina regular de sono e não utilizar qualquer tipo de droga.
2° Pilar – Tratamento hormonal
Indicado quando os indivíduos apresentam alterações hormonais que dificultam a ovulação ou a produção de espermatozoides de forma adequada para a fecundação.
3° Pilar – Procedimentos cirúrgicos
Específicos para cada aparelho reprodutor, pode ser recomendada uma intervenção cirúrgica para tratar casos de endometriose ou varicocele.
4° Pilar – Reprodução assistida (baixa complexidade)
Os médicos induzem a ovulação para que o casal tenha relações sexuais dentro de um período adequado para a fertilização. Outra opção é a inseminação artificial, ou inseminação intrauterina, solução bastante utilizada por casais sáficos, aqueles formados por duas mulheres.
5° Pilar – Reprodução assistida (alta complexidade)
Envolve a prática de técnicas reprodutivas complexas, como a doação e o congelamento de óvulos, a fertilização in vitro e o útero de substituição; nesta última, um óvulo fecundado em laboratório é inseminado em uma terceira pessoa, que precisa ser, necessariamente, uma parente de até quarto grau.
Alternativas de reprodução para casais homoafetivos
No caso de casais formados por duas pessoas do sexo feminino, é preciso utilizar um espermatozoide de um banco de sêmen nacional ou internacional. A prática é regulamentada no Brasil e o registro civil dos filhos pelas mães também é regulamentado.
Se por alguma condição clínica — como idade avançada ou alguma deficiência nas tubas uterinas — ou, ainda, pelo próprio desejo do casal de que a origem dos óvulos seja diferente da pessoa que vai gestar, pode ser realizado o procedimento de fertilização in vitro.
Para casais formados por duas pessoas do sexo masculino, utiliza-se um óvulo de banco ou um exemplar doado. Na primeira opção, é possível ser fertilizado com o sêmen dos dois, ainda que cada óvulo receba apenas um espermatozoide. Já no caso de uma doadora, ela precisa ser parente de até quarto grau de um dos indivíduos e o óvulo será fertilizado com o espermatozoide do parceiro.
Além disso, é necessário encontrar uma pessoa que se disponha a ser a cedente do útero. Vale ressaltar, porém, que a prática de “barriga de aluguel” é proibida no Brasil. Assim, por regulamentação, a cedente também precisa ter parentesco de até quarto grau com um dos membros do casal.
Se não houver nenhum parente disponível para gestar o feto, o casal pode procurar outras pessoas de seu entorno próximo — elas deverão apenas comprovar a convivência e a disponibilidade — para que os especialistas encaminhem uma autorização especial para o Conselho Federal de Medicina (CFM).
Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).