Ansiedade, depressão e burnout: como tratar transtornos psicológicos

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Uma em cada oito pessoas no mundo convive com algum tipo de transtorno de ordem psicológica, estima a Organização Mundial da Saúde (OMS). A ansiedade e a depressão são os quadros mais comuns – chegam a representar até 60% dos casos. 

Com causas multifatoriais, essas doenças podem trazer diversos sintomas. Se não acompanhadas e tratadas, elas podem comprometer gravemente a saúde mental e física — até mesmo de forma fatal, por meio da ideação suicida, por exemplo.

A ansiedade é caracterizada por preocupações desproporcionais, que levam à sensação de medo e antecipação. Estima-se que 4% da população global sofra atualmente com o transtorno; em 2019, eram mais de 300 milhões de pessoas, segundo a OMS. 

Por sua vez, a depressão está relacionada a longos períodos de tristeza, desinteresse e perda de prazer. Mais de 350 milhões das pessoas no mundo convivem com essa doença; 12 milhões delas no Brasil.

Já o burnout é uma condição de esgotamento mental associado ao trabalho. Seus sintomas surgem de forma leve, mas tendem a piorar com o passar do tempo: exaustão, estresse extremo, sentimento de derrota, desesperança e incompetência, alterações repentinas de humor, isolamento, dores no corpo e pressão alta são apenas alguns dos seus efeitos.

[h2] Vídeo: Como ajudar pessoas que sofrem com burnout, ansiedade e depressão?

Tratamento

Tanto o tratamento da ansiedade quanto o da depressão e do burnout consideram o nível dos sintomas sentidos pela pessoa. A partir disso, a equipe médica indica a melhor abordagem a seguir.

Quadros leves

Os quadros leves de ansiedade são marcados por episódios pontuais de tensão muscular, palpitação, dor no peito, transpiração em excesson e distúrbios do sono. Já a depressão leve se apresenta com períodos de tristeza, alteração de humor, irritabilidade, mudança nos padrões do sono. 

Nos quadros leves, os sintomas não são debilitantes e a pessoa consegue lidar com eles em seu dia a dia. No geral, a indicação de tratamento desses casos é pela abordagem psicoterápica.

Sessões com psicólogos e psiquiatras, sejam eles psicanalistas, cognitivo-comportamentais ou de qualquer outra linha, podem melhorar o bem-estar e promover um alívio dos sintomas. A ideia é que o paciente possa refletir sobre as situações que lhe afligem e encontrar formas de se fortalecer emocionalmente.

Quadros moderados e graves

Caso os transtornos psicológicos evoluam para quadros crônicos, com a persistência da sensação de mal-estar e o desenvolvimento de crises de pânico, fobias sociais, despersonalização, perda de peso, pensamentos persistentes de automutilação e morte, incluindo pensamentos suicidas, a recomendação provavelmente incluirá o uso de medicamentos.

Por trás desses transtornos pode estar a deficiência de neurotransmissores como a serotonina, que causa sensação de bem-estar e satisfação. Os antidepressivos atuam diretamente sobre a concentração desses compostos, estabilizando sua concentração no cérebro. Geralmente, isso leva a uma diminuição dos sintomas dos transtornos psicológicos.

Prevenção

A chave para a prevenção desses distúrbios está em manter a saúde mental em equilíbrio — seja no aspecto profissional, familiar, financeiro… Além das consultas com psicólogo e psiquiatra, técnicas alternativas também podem ser adotadas: praticar exercícios físicos, técnicas de relaxamento, meditação e mindfulness são capazes de estimular a produção de neurotransmissores e facilitar o controle das emoções.

Outra parte importante da prevenção às doenças mentais é sua divulgação. Ampliar a discussão sobre a ansiedade, a depressão e o burnout pode ajudar na missão de desestigmatizar essas condições, diminuir o preconceito e formar uma rede de compreensão e apoio às pessoas sensibilizadas. 


Revisão técnica: Sabrina Bernardez Pereira, médica do Escritório de Valor do Hospital Israelita Albert Einstein; doutorado em Ciências Cardiovasculares pela UFF e especialista em Cardiologista SBC/AMB

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