A ansiedade é uma emoção natural, geralmente associada a preocupações e incertezas sobre o futuro. Em seu estado normal, atua como um mecanismo de alerta e prepara o corpo para lidar com situações desafiadoras. Porém, quando atinge um nível debilitante, pode impactar no cotidiano de forma significativa. Uma preocupação passageira pode se transformar em um transtorno crônico.
Vídeo: Quais os impactos da ansiedade no dia a dia?
Sintomas e sinais
Quando se torna crônica, as manifestações da ansiedade podem prejudicar a capacidade de realizar atividades diárias.
Executar tarefas que antes eram simples, como sair de casa, ir para o trabalho ou interagir com outras pessoas, viram desafios. Baixa concentração, procrastinação e medo de cometer erros podem resultar em performances abaixo do esperado. Da mesma forma, a preocupação excessiva também pode levar ao isolamento social e prejudicar amizades e relações familiares.
Além disso, é possível que a constante sensação de inquietação e nervosismo acarrete sintomas físicos. Dores de cabeça, problemas gastrointestinais, distúrbios do sono e tensão muscular no pescoço, ombros e costas são alguns dos reflexos mais comuns. Em casos mais graves, ainda há risco de desenvolvimento de outros transtornos mentais, como a depressão.
Ansiedade ao longo das fases da vida
Na infância, a ansiedade pode se manifestar como inquietação, insônia e irritabilidade. As crianças podem sentir medo de separação dos pais e demonstrar a emoção em situações novas, como o início da vida escolar. Essas reações são comuns e podem ser gerenciadas com suporte emocional e ambientes seguros.
Durante a adolescência, o transtorno pode se intensificar devido a mudanças hormonais e pressões sociais, como o desempenho escolar e as relações interpessoais. Sintomas físicos podem ocorrer, assim como preocupações sobre o futuro e inseguranças relacionadas à identidade.
Já na vida adulta, a ansiedade pode ser desencadeada por preocupações com a carreira, relações pessoais e estabilidade financeira. Quando não tratada, pode interferir significativamente na capacidade de tomar decisões e manter relações saudáveis e levar a um aumento do estresse da sensação de sobrecarga constante.
Tratamentos
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é recomendada para o tratamento da ansiedade. O acompanhamento com psicólogo e psiquiatra pode ajudar o paciente a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento que alimentam sua ansiedade. Outras linhas de terapia também podem ser eficazes com base nas necessidades individuais.
Em alguns casos, medicamentos podem ser necessários para controlar os sintomas. Ansiolíticos e antidepressivos são frequentemente prescritos para ajudar a equilibrar neurotransmissores no cérebro e reduzir os sintomas, mas é essencial que o uso desses remédios seja supervisionado por um profissional de saúde para ajustar a dosagem e monitorar possíveis efeitos colaterais.
Além das intervenções profissionais, o suporte de amigos, familiares e grupos de apoio também pode desempenhar um papel importante na gestão da emoção. Atividades de autocuidado, como exercícios físicos regulares, meditação e técnicas de relaxamento, também são eficazes na redução do estresse e no gerenciamento da ansiedade.
Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes, médico do Pronto Atendimento e Corpo Clínico, especialista em Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein.