Câncer de mama: 6 dúvidas respondidas sobre prevenção e tratamento

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O câncer de mama é um tipo de tumor maligno que se forma por meio do crescimento anormal de células nas mamas. Apesar de também afetar os homens, a doença é muito mais comum nas mulheres, sendo, inclusive, o tipo mais frequente entre elas.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a neoplasia mamária feminina é a mais incidente no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos em 2020. Especificamente no Brasil, a organização estima 74 mil novos diagnósticos para o triênio de 2023 a 2025.

Vídeo: Os sinais de alerta do câncer de mama

A seguir, respondemos a seis dúvidas comuns sobre o tema. Confira:

1. Reposição hormonal aumenta o risco de câncer de mama?

Sim, mas esse risco é pequeno e evitável se o processo de reposição artificial de hormônios, como estrogênio, for feito seguindo à risca todas as indicações médicas, e sob acompanhamento periódico.

Apesar disso, a reposição hormonal não aparece entre as principais causas da doença. São considerados fatores de risco muito mais significativos questões como idade avançada e obesidade após a menopausa.

2. Quais são os sinais do câncer?

O sintoma mais comum e característicos do câncer de mama é o aparecimento de um nódulo ou caroço na região das mamas. Geralmente, esse ponto é fixo e indolor.

Outros sinais da doença incluem alterações no tecido mamário (pele avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja), mudanças no formato dos mamilos, formação de pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço e saída de líquido anormal das mamas. Também recomenda-se atenção a dor ou inchaço fora do período menstrual.

3. Qual é a importância da mamografia anual?

A mamografia é um exame de rastreio por imagem que tem como finalidade estudar o tecido mamário. Por meio desse teste, é possível visualizar até mesmo os menores nódulos, que são impossíveis de sentir só pela apalpação.

A recomendação do Ministério da Saúde é que, a cada dois anos, toda mulher com idade entre 50 e 69 anos de idade realize uma mamografia de rastreamento. No entanto, as sociedades médicas indicam que esses exames sejam feitos anualmente já a partir dos 40 anos. 

Se a pessoa apresentar um histórico familiar da doença, que é um grande fator de risco para sua ocorrência, é possível que o ginecologista e o mastologista sugiram o início dos cuidados preventivos ainda mais cedo.

Os médicos ainda podem solicitar que a paciente faça um exame de ultrassom e de ressonância magnética. Também é possível que, em alguns casos, seja necessário fazer uma biópsia, que consiste na retirada de uma amostra do nódulo para análise em laboratório.

4. Todas as mulheres com câncer de mama precisam fazer a cirurgia de retirada dos seios?

Se a doença estiver localizada e restrita à mama, a recomendação médica costuma ser pela cirurgia: pode ser indicada uma retirada parcial da mama (setorectomia ou quadrantectomia) ou de toda a mama (mastectomia). Esse tipo de abordagem tem como finalidade promover um tratamento de ação mais rápida e eficaz, com maiores chances de cura. 

Diferentes técnicas podem ser implementadas na realização dessa cirurgia. Em alguns casos, é necessário fazer a remoção total da glândula mamária, em outros é possível retirar somente o tecido cancerígeno, poupando a pele, o mamilo e a aréola. Tudo depende das particularidades de cada tumor e paciente. 

Com o avanço da medicina, as cirurgias de reconstrução mamária têm evoluído para chegar a resultados cada vez mais realistas, o que pode influenciar diretamente na autoestima e na saúde mental das pacientes. O serviço é, inclusive, oferecido em alguns hospitais especializados do Sistema Único de Saúde (SUS).

Além do procedimento de retirada das mamas, o tratamento ao câncer pode envolver ainda outras abordagens, como sessões de quimioterapia ou radioterapia e medicamentos para hormonioterapia.

5. Como se prevenir contra o câncer de mama?

Embora ainda não exista nenhuma medida que consiga prevenir completamente o aparecimento do câncer de mama, manter uma vida saudável pode diminuir as chances de desenvolver a doença. Isso envolve, por exemplo, ter uma rotina regular de exercícios físicos e seguir uma dieta equilibrada. 

O diagnóstico precoce também é um elemento chave para combater a doença. Além das consultas periódicas e mamografias anuais, as pessoas ainda podem realizar o autoexame para identificar eventuais nódulos.

6. O que é e como fazer o autoexame?

O autoexame de mamas, como o próprio nome sugere, é um procedimento de busca por nódulos realizado pela própria paciente. Recomenda-se que ele seja feito uma vez por mês, idealmente na semana logo após o fim da menstruação.

Não existe uma técnica específica para seguir, mas há algumas sugestões que podem facilitar o autoexame como:

  • Em pé: de frente para o espelho, observe o bico dos seios, a superfície e o contorno das mamas. Em seguida, levante os braços e verifique se há alguma alteração.
  • Deitada: apalpe a mama esquerda com a mão direita com movimentos circulares, apertando-a levemente com a ponta dos dedos. Fazer o mesmo com o outro lado.
  • No banho: com a pele molhada ou ensaboada, eleve o braço direito e apalpe a mama suavemente com a mão esquerda estendendo até a axila. Fazer o mesmo com o outro lado.

Vale lembrar, contudo, que o autoexame não substitui o acompanhamento médico. Somente a partir da avaliação clínica e dos exames de imagem será dado um diagnóstico.


Revisão técnica: Erica Maria Zeni (CRM 140.238/ RQE 75645), médica da Unidade de Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo . Possui graduação e residência em Clínica Médica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e residência em Medicina Interna pela Universidade de São Paulo (USP). Também possui pós-graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica Medicina Paliativa, em Buenos Aires, Argentina.

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