“Linfoma” é o nome dado a um conjunto de tumores malignos que se desenvolvem nos gânglios linfáticos, também conhecidos como “linfonodos” ou “ínguas”. Essa condição compromete o pleno funcionamento do sistema de defesa do organismo, que passa a ser menos efetivo no combate a infecções.
Atualmente, o termo engloba cerca de 60 tipos de doenças. Essas, por sua vez, são divididas em dois grandes grupos: os linfomas de Hodgkin e os linfomas não Hodgkin. O nome faz referência ao patologista britânico Thomas Hodgkin (1798-1866), que foi quem primeiro descreveu um caso de câncer nos gânglios linfáticos.
Vídeo: Linfoma: causas e tratamentos
Veja a seguir a resposta para seis das principais dúvidas sobre o tema:
1. Quais as diferenças entre os linfomas de Hodgkin e não Hodgkin?
Linfoma de Hodgkin
O linfoma de Hodgkin tem como característica o crescimento de forma ordenada, em que é possível identificar suas células mutantes de origem, geralmente no pescoço ou no tórax. O quadro costuma ser agressivo e com rápido aumento dos linfonodos. Apesar de ocorrer em qualquer faixa etária, é mais comum entre adolescentes e adultos jovens (15 a 29 anos) ou em adultos mais velhos (acima dos 55 anos).
Linfoma não Hodgkin
Por sua vez, o linfoma não Hodgkin se espalha de maneira desordenada e, por isso, pode se desenvolver em qualquer região do corpo. Tipicamente, tem crescimento lento e é possível que fique anos sem manifestar qualquer sintoma. Embora também possa acometer indivíduos de todas as idades, sua ocorrência é mais comum entre os mais velhos.
2. Quais as causas dessas doenças?
Ainda não se sabe ao certo quais causas exatas estão por trás do desenvolvimento de um linfoma. Porém, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), alguns fatores de risco podem estar associados ao surgimento dessas doenças.
É o caso, por exemplo, de pessoas que apresentam condições imunossupressoras (como conviver com os vírus HIV e da hepatite C) ou um sistema imunológico debilitado. Profissionais com cargos de trabalho que exigem exposição frequente a substâncias tóxicas (agricultor, cabeleireiro, pintor etc.) também podem ser mais afetados.
Casos hereditários do câncer linfático são raros. Na maioria das vezes, sua ocorrência representa eventos esporádicos, que não se repetem necessariamente em outros membros da família.
3. Quais os principais sintomas?
Os mais comuns são:
- Linfonodomegalia (aumento dos linfonodos e formação de nódulos);
- Perda de peso significativa;
- Fadiga e fraqueza;
- Coceira intensa e persistente na pele, sem erupções cutâneas;
- Tosse e falta de ar;
- Febre diária e persistente por mais de duas semanas;
- Aumento considerável da sudorese noturna.
É importante destacar que, mesmo sendo um sintoma típico do linfoma, o aumento dos gânglios pode estar relacionado a outros tipos de problemas de saúde, como algumas infecções. Nesses casos, o inchaço costuma ser abrupto e provocar dor.
No câncer, por outro lado, a linfonodomegalia aumenta de forma contínua e gradativa. O sintoma pode perdurar por semanas e se manifestar em várias regiões do corpo ao mesmo tempo.
4. Como um linfoma é diagnosticado?
Alguns tipos de linfomas fazem com que células malignas circulem pelo sangue, o que permite fazer a suspeita diagnóstica a partir de um hemograma. Mas essa não é a regra.
Na grande maioria dos casos, uma biópsia dos linfonodos é necessária. Após análise da amostra retirada do paciente, a equipe médica poderá chegar a uma conclusão sobre o tipo e o estágio de evolução da doença.
5. De que forma é feito o tratamento do linfoma?
Considerando que os linfomas contemplam cerca de 60 doenças, é muito difícil falar de um único tratamento, pois as abordagens variam de acordo com cada subtipo e estágio de evolução do câncer.
Em alguns casos, pode ser recomendada radioterapia ou quimioterapia, enquanto em outros pode ser preciso empregar técnicas de terapia-alvo, imunoterapia ou até transplante de células-tronco. A definição do tipo de tratamento que será empregado cabe exclusivamente ao paciente e à equipe médica que o acompanha.
6. É possível se prevenir contra esse câncer?
Não existem formas conhecidas de prevenir o desenvolvimento do linfoma. Mas manter um estilo de vida saudável pode oferecer melhores condições para tolerar o tratamento da doença, caso ela venha a aparecer. Para tanto, recomenda-se:
- Manter uma rotina de exercícios físicos regulares;
- Seguir uma dieta balanceada;
- Não ser tabagista;
- Evitar o consumo exagerado de bebidas alcoólicas.
Revisão técnica: Luiz Antônio Vasconcelos (CRM 124.634/RQE 75628), especialista em Clínica Médica, Medicina Interna, Cardiologia e Ecocardiografia. Cardiologista e clínico das unidades de pronto atendimento e do corpo clínico do Hospital Albert Einstein.