11 sinais que você precisa conhecer antes de entrar na menopausa

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A perimenopausa, período que antecede a menopausa, é cercada de mudanças físicas e emocionais na saúde da mulher. As variações hormonais, provocadas pelo declínio do estrogênio, principal hormônio feminino, são sentidas por 70% das mulheres e podem durar anos (em média, são 7,4 anos). Apesar das ondas de calor (os famosos fogachos) serem os sintomas mais conhecidos, há outras alterações que podem ocorrer e são pouco faladas.

Saiba mais sobre os sintomas da menopausa:

1. Oscilações hormonais

Essas mudanças começam a ser sentidas entre os 45 e 50 anos, na fase de transição do período reprodutivo para o não reprodutivo. Isso acontece porque, além da oscilação dos níveis de estrogênio, a transição menopáusica também provoca uma taxa elevada do hormônio folículo-estimulante, conhecido como FSH, pois ele precisa de um esforço extra para recrutar os folículos ovarianos remanescentes. 

Nem todas as mulheres, no entanto, percebem e associam a saúde reprodutiva a essas mudanças físicas e emocionais — deixando, inclusive, de relatar sobre isso nas consultas médicas. Em geral, a pessoa ainda menstrua, mas já começa a ter uma percepção subjetiva das alterações, que envolvem menos disposição, sensação de fadiga mais comum, oscilações de humor e menor capacidade de dar conta dos seus afazeres.

Nesse momento, algumas já sofrem com os sintomas clássicos e conhecidos dessa fase de transição — as ondas de calor, por exemplo —, mas encaram também sinais inespecíficos, como distensão abdominal, dor de cabeça, dificuldade para perder peso e facilidade para engordar. 

2. Alterações menstruais

No que diz respeito à menstruação, muitas ainda menstruam regularmente, mas os ciclos podem começar a apresentar variações, como ficar mais curtos ou espaçados; o fluxo se torna mais intenso ou mais escasso, entre outras. 

Muitas ainda não conseguem se dar conta do que está acontecendo e acreditam que estão enfrentando a exacerbação dos sintomas da tensão pré-menstrual, conhecida como TPM. Os exames podem vir alterados, por isso o diagnóstico da perimenopausa é clínico, baseado nos sintomas. 

Após essa fase, a menstruação começa a ficar mais espaçada até cessar totalmente: uma mulher entra definitivamente na menopausa quando permanece 12 meses consecutivos sem menstruar.

3. Maior risco de depressão

O risco de depressão na perimenopausa é considerável, apesar de a variação hormonal ainda estar no início. Pesquisadores da Universidade College London, na Inglaterra, analisaram sete estudos, que envolveram 9.141 mulheres de diferentes países, e concluíram que nesse período há um risco 40% maior de depressão em comparação à pré-menopausa. 

É importante cuidar da saúde mental das mulheres na perimenopausa, especialmente porque nem sempre os sintomas ligados às questões hormonais ficam tão evidentes. 

4. Alerta para doenças cardiovasculares

A diminuição do estrogênio leva ao aumento do LDL, o mau colesterol, e à redução do HDL, o bom colesterol, que oferece ação protetora ao coração. Além disso, os hormônios femininos estimulam a dilatação dos vasos e facilitam o fluxo sanguíneo. Daí porque, nessa fase em que eles estão diminuindo, problemas como infarto e acidente vascular cerebral (AVC) podem dar as caras.

5. Mudança na distribuição de gordura corporal

Menos estrogênio faz com que as mulheres passem do biótipo ginecoide, no qual a gordura costuma se acumular ao redor do quadril e das nádegas, para o androide, quando há tendência de ganho de peso na região abdominal. Isso também aumenta o risco cardiovascular, pois a gordura abdominal favorece a produção de substâncias inflamatórias que podem desencadear infartos e derrames. 

6. Síndrome geniturinária da menopausa

Esse é o nome usado para se referir ao conjunto de sinais provocados pelas alterações no sistema urogenital em resposta à diminuição dos hormônios femininos. Elas envolvem ardência, coceira, atrofia e secura vaginal, o que provoca desconforto durante as relações sexuais, e sintomas urinários, como bexiga hiperativa e incontinência urinária. 

7. Alterações no sono

A ciência ainda não decifrou exatamente o que leva a distúrbios como insônia ou sono excessivo nessa fase, mas as principais teorias sugerem que os hormônios femininos têm um papel importante sobre o relógio biológico. 

Questões psicológicas típicas da aproximação da menopausa e da sua chegada também estariam ligadas ao problema, pois podem elevar o estresse e, consequentemente, atrapalhar o sono. O aumento da frequência urinária também pode comprometer o descanso, já que a mulher precisa sair da cama para fazer xixi. 

8. Problemas ósseos 

A diminuição do estrogênio pode predispor a condições como osteopenia (perda de densidade mineral óssea) e osteoporose (condição em que os ossos se tornam frágeis e quebradiços). 

É que esse hormônio estimula os osteoblastos, células responsáveis pela formação óssea. Nessa fase, também há um aumento dos osteoclastos, células que agem degradando componentes da matriz óssea.

9. Alterações emocionais

Irritabilidade, déficit de atenção e de memória, ansiedade, queda da libido e flutuações de humor, entre outros, também são características desse processo. Esses sintomas costumam acontecer em curto prazo por causa da diminuição do estrogênio.

10. Envelhecimento da pele

Na menopausa, o tecido cutâneo passa por uma queda intensa na síntese das fibras de sustentação: o colágeno e a elastina, que são responsáveis pela firmeza e elasticidade, respectivamente. O resultado é uma pele mais fina, frágil, ressecada, com mais rugas e flacidez. 

11. Ondas de calor

Esse é o sintoma mais famoso dessa fase da vida. Os chamados fogachos não acontecem apenas na menopausa, como muitos pensam, mas durante todo o climatério, que engloba as diferentes fases dessa transição. Eles surgem porque todas essas mudanças afetam o centro de regulação da temperatura do corpo.


Fontes consultadas: Helena Hachul de Campos, ginecologista e professora da disciplina de Saúde da Mulher na Faculdade de Medicina do Hospital Israelita Albert Einstein; Igor Padovesi, ginecologista associado à Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e membro da International Menopause Society (IMS).

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