Câncer de testículo: 5 pontos sobre como diagnosticar e tratar a doença 

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Os testículos são dois órgãos de formato ovular que estão localizados no interior do saco escrotal. Parte do sistema reprodutor, eles produzem os hormônios sexuais tipicamente masculinos (andrógenos) e o esperma. 

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o surgimento de um tumor nessa região é relativamente raro, com uma incidência global de apenas 1% dentre as neoplasias de homens. No entanto, seu comportamento tende a ser agressivo, o que significa que, se não for tratado, pode desencadear complicações e surgimento de metástases

Vídeo: Estou com câncer de testículo? 

A seguir, conheça cinco pontos sobre essa doença: 

1. Causas do câncer de testículo 

Dentre os principais fatores de risco conhecidos para o surgimento de um tumor no testículo está a incidência familiar. Pessoas cujos avôs, pais ou irmãos já sofreram com a doença devem ficar atentas aos sinais do câncer e seguir acompanhamento médico regular.  

Também apresentam maior risco de desenvolver a doença homens com algum tipo de distúrbio infértil, com histórico de criptorquidia (testículo retrátil, que não desceu com facilidade da cavidade abdominal para a bolsa escrotal quando criança) ou indivíduos diagnosticados com testículo contralateral (condição em que a posição de fixação do órgão aumenta seu risco de torção). 

Vale lembrar que a ocorrência desse tipo de câncer é mais comum entre homens em idade de maior atividade sexual. Isso inclui, sobretudo, indivíduos de 15 a 45 anos. 

2. Sintomas 

O primeiro e mais característico sinal de um câncer no testículo costuma ser a formação de um nódulo pequeno, duro e indolor no órgão. Esse caroço pode ser sentido pelo próprio paciente ao apalpar a região. 

Por meio do toque, a pessoa pode identificar outros sintomas, como alterações no tamanho, no formato e na textura dos testículos. Ainda pode haver uma sensação de peso no escroto, dor difusa na parte baixa do abdômen e costas, e maior sensibilidade nos mamilos. 

Normalmente, o câncer testicular só acontece em um testículo. 

3. Diagnóstico 

O primeiro passo para o diagnóstico de um câncer nos testículos costuma vir da própria percepção do paciente, por meio do toque do saco escrotal para identificar alterações no formato, no tamanho e na textura dos órgãos. 

Alguns profissionais de saúde recomendam autoexames regulares dos testículos. A recomendação é fazer esse processo regularmente, em pé, de frente para o espelho. De preferência, faça o teste após um banho quente, pois o calor relaxa o escroto e ajuda na observação de quaisquer anormalidades.  

No caso de qualquer suspeita, o indicado é buscar ajuda profissional de um médico urologista o quanto antes. No consultório, o médico fará uma avaliação clínica e tomará nota do histórico familiar. 

É possível que sejam pedidos exames complementares para chegar a um diagnóstico e definir a extensão da doença, como ultrassom, tomografias de abdômen e tórax e coleta de sangue para análise de marcadores tumorais. O câncer testicular geralmente se espalha para os gânglios linfáticos, fígado e pulmões. 

4. Tratamento 

O câncer do testículo é altamente tratável, mesmo quando se espalha para outras partes do corpo. Os tratamentos dependem do tipo de câncer que você tem e até onde ele se espalhou. 

No geral, o tratamento inicial ao câncer costuma ser cirúrgico, quando se expõe o testículo para a realização de biópsia (retirada de um fragmento de tecido para análise patológica). O resultado do exame é dado ainda durante a cirurgia e, em caso positivo para uma neoplasia maligna, o testículo é extraído.  

Apesar da retirada completa do órgão e de seu cordão, a função sexual ou reprodutiva do paciente não é afetada (desde que o outro testículo esteja saudável). Caso seja do interesse da pessoa congelar o sêmen para preservar a fertilidade, a equipe médica deverá ser consultada antes do procedimento. 

O tratamento pós-cirúrgico varia de acordo com cada caso. Em alguns, o quadro poderá ser controlado apenas com consultas de acompanhamento. Outros precisarão de novas intervenções médicas, como radioterapia ou quimioterapia.  

5. Prevenção 

Embora a medicina ainda desconheça formas de prevenir o câncer de testículo, sabe-se que adotar hábitos de vida saudáveis pode diminuir o risco de desenvolvimento de tumor. Isso inclui: 

  • Seguir uma dieta equilibrada; 
  • Praticar exercícios físicos; 
  • Fazer o tratamento correto de outras condições de saúde; 
  • Manter uma rotina regular de autoexame e de consultas com o urologista. 

Revisão técnica: Sabrina Bernardez Pereira (CRM 154.981/RQE 45120), médica Escritório de Valor em Saúde do Einstein; título de especialista em Cardiologia SBC/AMB; doutorado em Ciências Cardiovasculares pela UFF  

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