Quando tomar nimesulida ou ibuprofeno? Entenda as diferenças e indicações

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A escolha entre a nimesulida e o ibuprofeno costuma gerar dúvidas entre pacientes que buscam alívio para dores, inflamações ou febre. Embora ambos pertençam à classe dos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), esses medicamentos apresentam diferenças importantes na sua forma de uso e indicação.

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A nimesulida é geralmente indicada para casos agudos e específicos, enquanto o ibuprofeno aparece como opção no tratamento de sintomas variados.

Vale destacar que a automedicação não é recomendada em nenhum dos casos — sendo a avaliação profissional essencial para definir qual medicamento usar, em qual dose e por quanto tempo.

Nimesulida

A nimesulida atua inibindo uma enzima responsável pela liberação da prostaglandina, substância ligada a processos inflamatórios no corpo. Além de anti-inflamatória, tem efeito analgésico e antipirético, sendo geralmente indicada para dor de dente, inflamações na garganta, cólicas menstruais e inchaço nas articulações.

Em geral, o consumo é feito após as refeições, até duas vezes ao dia, em formatos que podem ser comprimidos, gotas ou gel. Os primeiros efeitos costumam ser sentidos cerca de 15 minutos após a administração.

Apesar da eficácia, a nimesulida foi associada, no início dos anos 2000, a casos de lesões hepáticas quando utilizada por períodos prolongados. Desde então, sua prescrição é restrita a quadros agudos e de curta duração.

Entre os efeitos colaterais mais comuns estão dor de cabeça, tontura, sonolência, desconfortos gastrointestinais e reações na pele. O medicamento não é indicado para pessoas com doenças hepáticas, úlcera péptica, distúrbios de coagulação ou insuficiência cardíaca. Seu uso em menores de 12 anos deve ser avaliado pelo profissional de saúde com cuidado.

Ibuprofeno

O ibuprofeno também reduz a produção de substâncias ligadas a dor, febre e inflamação. Por isso, costuma ser indicado para dor de cabeça, cólica menstrual, dor muscular, sintomas de gripes e resfriados, artrite e até enxaqueca.

Disponível em gotas, comprimidos e cápsulas, ele pode ser consumido sem prescrição médica – embora supervisão profissional seja fundamental para evitar riscos à saúde. Sua ingestão deve ser feita com água ou leite, nunca com sucos ou bebidas alcoólicas, já que esses líquidos podem interferir na absorção do medicamento.

Seus efeitos colaterais mais comuns incluem náuseas, vômitos, gases, tontura e dor de cabeça. Em casos raros, ainda pode provocar sangramentos intestinais, erupções cutâneas e falta de ar, o que exige interrupção imediata do uso e avaliação médica no serviço de emergência mais próximo.

Ele é contraindicado em gestantes, pessoas alérgicas a AINEs e pacientes com histórico de úlceras, insuficiência renal, hepática ou cardíaca. Além disso, como pode interagir com antidepressivos, aumentando o risco de hematomas e sangramentos, deve ser evitado por indivíduos que fazem esse tipo de tratamento.

João Roberto Resende FernandesEspecialista em Clínica Médica, médico do pronto-atendimento e do corpo clínico do Einstein Hospital IsraelitaCRM-SP 203006/RQE 91325

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