A risperidona pertence à classe dos antipsicóticos atípicos. Ela bloqueia parcialmente a ação da dopamina em algumas áreas do cérebro o que ajuda a reduzir sintomas como agitação, delírios ou alucinações, comuns em pessoas com demência ou esquizofrenia, e também atua na serotonina, ajudando a equilibrar o humor e o comportamento.
Pelo seu efeito é um medicamento que costuma ser indicado no tratamento de uma ampla gama de quadros, como:
- Exacerbações esquizofrênicas agudas;
- Psicoses esquizofrênicas agudas e crônicas;
- Depressão, ansiedade e outras condições afetivas;
- Mania aguda;
- Transtorno bipolar;
- Transtornos de agitação e agressividade em pacientes com demência do tipo Alzheimer moderada a grave;
- Irritabilidade associada ao transtorno do espectro autista.
Como usar a risperidona
Por atuar no cérebro, a risperidona é classificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com tarja vermelha e obrigatoriedade de retenção de receita. Na prática, isso significa que ela só pode ser comercializada nas farmácias do território quando o paciente entrega uma via assinada pelo médico.
Essa medida tem o objetivo de manter um maior controle sobre a circulação do produto. Vale lembrar que a automedicação nunca é recomendada, uma vez que pode afetar a eficácia do tratamento e trazer prejuízos à saúde do indivíduo, como efeitos colaterais graves.
Disponível na forma de comprimido, solução oral e comprimido de dissolução oral, o remédio é geralmente tomado uma ou duas vezes ao dia, com ou sem alimentos, sempre no mesmo horário. A dose e o tempo de tratamento variam de acordo com cada quadro clínico, e deverão ser indicados pelo médico.
É importante frisar que pode levar algumas semanas até que os efeitos da risperidona comecem a ajudar no controle dos sintomas dos transtornos. E, portanto, deve ser tomado mesmo que todos os seus benefícios ainda não tenham se manifestado.
Da mesma forma, o tratamento com o medicamento não deve ser interrompido subitamente e sem acompanhamento profissional. Parar de tomar as doses de risperidona repentinamente pode acarretar o surgimento de sintomas de abstinência.
Efeitos colaterais
Os efeitos colaterais mais recorrentes da risperidona incluem:
- Dor de cabeça;
- Tontura;
- Sonolência;
- Cansaço;
- Tremor;
- Espasmo;
- Movimentos musculares incontroláveis;
- Agitação;
- Ansiedade;
- Inquietação;
- Humor deprimido;
- Boca seca;
- Dor de estômago;
- Diarreia;
- Constipação;
- Ganho de peso;
- Sintomas de resfriado (nariz entupido, espirros e dor de garganta).
Em casos mais raros, ainda é possível que o indivíduo em tratamento com o produto manifeste:
- Movimentos musculares descontrolados no rosto (mastigação, estalar os lábios, franzir a testa, movimento da língua, piscar ou movimento dos olhos);
- Inchaço ou sensibilidade nos seios (em homens ou mulheres) e secreção nos mamilos;
- Ausência de menstruação;
- Impotência;
- Diminuição da libido;
- Reação grave do sistema nervoso (músculos muito rígidos, febre alta, suor, confusão, batimentos cardíacos rápidos ou irregulares, tremores, sensação de desmaio);
- Baixos níveis de glóbulos brancos (fraqueza repentina ou mal-estar, febre, calafrios, dor de garganta, feridas na boca, gengivas vermelhas ou inchadas, dificuldade para engolir, feridas na pele, sintomas de resfriado ou gripe, tosse e dificuldade para respirar);
- Baixos níveis de plaquetas no sangue (fácil formação de hematomas, sangramento incomum e surgimento de pequenas manchas roxas ou vermelhas sob a pele);
- Alto nível de açúcar no sangue (aumento da sede, aumento da micção, boca seca e hálito com odor frutado);
- Ereção peniana prolongada e dolorosa (4 horas ou mais).
Caso isso ocorra, deve-se procurar ajuda profissional imediatamente em um pronto-atendimento. Se necessário, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pode ser acionado pelo número 192.
Contraindicações
A risperidona é contraindicada a pessoas alérgicas a qualquer um dos ingredientes de sua formulação. Além disso, indivíduos com certos diagnósticos clínicos devem confirmar a segurança do tratamento com seus médicos antes de iniciar o uso do produto, devido ao maior risco de sofrer com os efeitos colaterais mais graves, como o caso de:
- Doença de Parkinson;
- Dislipidemia (níveis altos de colesterol);
- Baixo nível de glóbulos brancos no sangue ;
- Dificuldade para engolir;
- Problema para manter o equilíbrio;
- Câncer de mama
- Osteoporose
- Angina (dor no peito);
- Batimento cardíaco irregular;
- Pressão alta ou baixa;
- Insuficiência cardíaca;
- Ataque cardíaco;
- Derrame;
- Convulsões;
- Doença renal ou hepática;
- Diabetes.
Revisão técnica: Mariana Jancis Unelo Rigolo (CRM 198725), membro do corpo clínico e da unidade de pronto-atendimento do Einstein Hospital Israelita. Residência em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina do ABC e especialização em Geriatria pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.