Ácido acetilsalicílico: saiba para que serve e possíveis efeitos adversos

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O ácido acetilsalicílico, mais conhecido pelo nome comercial Aspirina ou pela sigla AAS, é um dos medicamentos mais utilizados em todo o mundo. Pertencente à classe dos salicilatos, ele inibe a produção de substâncias naturais que, quando em excesso no corpo, causam dor, inflamação, febre e formação de coágulos sanguíneos.

Assim, costuma ser recomendado para:

  • Alívio de dores leves a moderadas, como as de cabeça, musculares, menstruais, nas costas, de garganta ou de dente;
  • Redução da febre e dos sintomas associados à gripe e ao resfriado;
  • Tratamento de inflamações crônicas e agudas, como artrite reumatoide, osteoartrite e espondilite anquilosante;
  • Prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio e AVC isquêmico;
  • Cuidados em doenças específicas, como febre reumática e doença de Kawasaki, sempre sob orientação médica.

Como usar o ácido acetilsalicílico

No Brasil, o ácido acetilsalicílico pode ser encontrado nas farmácias sob duas classificações previstas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): como medicamento de venda livre ou com tarja vermelha, sem necessidade de retenção da receita.

A principal diferença entre eles está na dose. As versões de venda livre costumam ter concentrações mais baixas do princípio ativo, sendo úteis para tratar casos leves de dor e febre, normalmente associados a problemas cotidianos. Já aquelas com tarja vermelha apresentam maiores quantidades da substância e são indicadas para situações específicas.

O tempo de tratamento e o intervalo entre as doses variam conforme o quadro clínico. Por isso, é essencial seguir à risca as instruções médicas. Vale lembrar que a automedicação nunca é indicada, pois o uso de medicamentos sem acompanhamento profissional pode prejudicar o tratamento e aumentar o risco de efeitos colaterais graves.

Efeitos colaterais

Apesar de ser considerado seguro quando usado corretamente, o AAS pode causar algumas reações adversas. Seus efeitos mais comuns incluem:

  • Náusea;
  • Vômito;
  • Dor de estômago;
  • Azia;
  • Irritação gástrica.

Mais raramente, podem ocorrer:

  • Sangramento gastrointestinal, com fezes escuras ou vômito com aparência de borra de café;
  • Reações alérgicas, como urticária, inchaço, dificuldade para respirar ou rouquidão;
  • Hemorragias.

O uso contínuo e sem orientação médica aumenta consideravelmente o risco de complicações, especialmente em pessoas idosas ou com histórico de úlceras e doenças hepáticas.

Contraindicações

O ácido acetilsalicílico não deve ser usado por pessoas que apresentem:

  • Alergia ao princípio ativo ou a outros anti-inflamatórios não esteroides (AINEs);
  • Distúrbios hemorrágicos, como hemofilia;
  • Úlceras gástricas ou intestinais ativas;
  • Histórico recente de sangramento no trato digestivo;
  • Suspeita de síndrome de Reye.

Também é contraindicado em casos de suspeita de dengue, devido ao risco aumentado de hemorragias.

Grávidas devem evitar o uso do medicamento, especialmente a partir da 20ª semana de gestação, pois doses elevadas podem causar complicações no parto ou prejuízos ao feto. O uso durante a amamentação também é desaconselhado, já que o produto pode passar para o leite materno.


Revisão técnica: Dr. João Roberto Resende Fernandes (CRM-SP 203006 / RQE 91325), especialista em Clínica Médica e médico do pronto atendimento e do corpo clínico do Einstein Hospital Israelita.

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