Tendinopatia: sintomas, diagnóstico e principais formas de tratamento

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A tendinopatia não escolhe sexo, condição social ou mesmo idade. Saiba mais agora mesmo!

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Conteúdo revisado e aprovado por Dr. Ari Stiel Radu Halpern, médico reumatologista do Hospital Israelita Albert Einstein

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A tendinopatia é uma doença que pode afetar pessoas de todas as idades e níveis de atividade física. Ela é caracterizada por uma dor constante nos tendões, o que pode afetar a qualidade de vida.

No entanto, entender os sintomas, causas e fatores de risco associados à tendinopatia pode ajudar a prevenir sua ocorrência e até mesmo tratá-la adequadamente. 

Neste artigo, discutiremos tudo o que você precisa saber sobre a tendinopatia, desde seus sintomas até as principais formas de tratamento. Continue lendo para descobrir como lidar com esta condição.

O que é tendinopatia?

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A tendinopatia é uma condição que afeta os tendões, que são estruturas fibrosas que conectam os músculos aos ossos. 

Contudo, é causada por lesões ou degeneração dos tendões, que pode ocorrer em qualquer parte do corpo, mas é mais comum nos ombros, joelhos, cotovelos, punhos e tornozelos. 

A tendinopatia pode causar dor, inchaço, sensibilidade ao toque e rigidez, além de limitar a capacidade de funcionamento do tendão.

Qual a diferença entre tendinite, tendinopatia e tendinose?

Embora as palavras tendinite, tendinopatia e tendinose sejam frequentemente usadas como sinônimos, elas descrevem situações diferentes.

Tendinite é uma inflamação aguda do tendão, que geralmente ocorre como resultado de uma lesão recente ou esforço excessivo. A tendinite pode ser acompanhada de dor, inchaço e vermelhidão na área afetada, e pode ser tratada com repouso, aplicação de gelo e medicamentos anti-inflamatórios.

Tendinopatia, por outro lado, é um termo mais abrangente que se refere a qualquer doença que afeta o tendão, seja ela uma tendinite aguda ou uma tendinose crônica. A tendinopatia pode incluir inflamação, degeneração ou ruptura do tendão, e pode ser causada por lesões agudas ou por esforço repetitivo ao longo do tempo.

Tendinose é uma condição crônica, ou seja, que dura longos períodos e que ocorre quando o tendão é submetido a esforço repetitivo ao longo do tempo, resultando em lesões pequenas e degeneração do tecido. Ao contrário da tendinite, a tendinose não envolve inflamação aguda e pode ser mais difícil de tratar.

Principais sintomas da tendinopatia

Os sintomas da tendinopatia podem variar dependendo da gravidade e da localização da lesão no tendão. Os sintomas mais comuns incluem:

  • Dor na área afetada do tendão;
  • Inchaço ou vermelhidão na área afetada;
  • Sensibilidade ao toque;
  • Rigidez ou diminuição da amplitude de movimento na articulação próxima ao tendão afetado;
  • Estalido ao mover a articulação afetada;
  • Fraqueza muscular na área afetada.

É importante notar que os sintomas da tendinopatia podem se desenvolver gradualmente ao longo do tempo, em vez de aparecerem de repente. 

Também é possível que os sintomas apareçam apenas durante ou após atividades que envolvem o tendão afetado, como correr ou levantar objetos pesados.

As fases da tendinopatia

A tendinopatia pode ser classificada em várias fases, que indicam o estágio e a gravidade da lesão no tendão. Entender essas fases é importante para determinar o tratamento mais adequado e para prevenir a piora dos quadros.

As fases da tendinopatia incluem: tendinopatia reativa, disfunção do tendão, tendinopatia degenerativa e ruptura do tendão. Confira cada uma delas. 

Tendinopatia reativa

A tendinopatia reativa é a fase inicial da lesão do tendão, que é caracterizada por uma resposta inflamatória do corpo à lesão. 

Nessa fase, o tendão ainda está tentando se curar e pode estar sensível ao toque, dolorido e inchado. A dor geralmente piora durante ou após a atividade, mas pode melhorar com o repouso.

Disfunção do tendão

A disfunção do tendão é a fase intermediária da tendinopatia, que ocorre quando a lesão no tendão não é tratada adequadamente ou continua sendo submetida a esforço excessivo. 

Nesse caso, a dor pode ser mais constante e a limitação da amplitude de movimento pode ser mais evidente. O tendão também pode estar mais rígido e sensível, e a dor pode piorar durante a atividade ou após um período de inatividade.

Tendinopatia Degenerativa

A tendinopatia degenerativa é a fase mais avançada da lesão do tendão, na qual o tecido do tendão começa a se degenerar e enfraquecer. 

A dor pode ser mais persistente e os sintomas podem incluir inchaço, sensibilidade e barulhos nas articulações da área afetada. O funcionamento do do tendão também pode estar comprometida e pode haver fraqueza muscular na área afetada.

Ruptura do tendão

A ruptura do tendão é a fase mais grave da tendinopatia, na qual o tendão se rompe completamente. A ruptura pode ocorrer durante a atividade ou como resultado de uma lesão aguda. 

Os sintomas incluem dor imediata e intensa, inchaço, incapacidade de mover a articulação afetada e possível alteração do formato normal na área afetada.

O que causa tendinopatia?

A tendinopatia tem causa desconhecida, pois ela pode ser o resultado de uma série de fatores. Contudo, algumas coisas podem contribuir para o desenvolvimento dessa condição, como:

  • Lesões repetitivas ou traumáticas;
  • Sobrecarga de ligamentos e articulações;
  • Doenças reumáticas inflamatórias como a espondilite anquilosante, a artrite psoriática e a artrite reumatoide;
  • Falta de alongamento ou aquecimento antes de exercícios.

Alguns exemplos de atividades que podem levar à tendinopatia incluem corrida, levantamento de peso, atividades manuais repetitivas, como digitação, ou práticas esportivas que envolvem saltos, arremessos ou movimentos bruscos.

Diagnóstico da tendinopatia

O diagnóstico da tendinopatia começa com uma avaliação médica completa, que pode incluir perguntas sobre os sintomas e a história médica do paciente, um exame físico e, em alguns casos, exames de imagem, como ultrassom ou ressonância magnética.

Durante o exame físico, o médico pode realizar testes específicos para avaliar a amplitude de movimento, a força muscular, a estabilidade da articulação e a sensibilidade ao toque na área afetada. 

Eles também podem solicitar exames laboratoriais, como um hemograma completo ou exames de função do fígado e dos rins, para descartar outras condições que possam estar causando os sintomas.

Se a tendinopatia for confirmada, o médico trabalhará com o paciente para desenvolver um plano de tratamento individualizado, que pode incluir repouso, fisioterapia, medicamentos, injeções de corticosteroides, cirurgia ou uma combinação dessas opções.

Tendinopatias mais comuns

Existem várias tendinopatias que podem ocorrer em diferentes partes do corpo. Algumas das tendinopatias mais comuns incluem: Tendinopatia patelar, tendinopatia supraespinhal, tendinopatia calcária e tendinopatia do tornozelo. Veja quais são as características de cada uma delas. 

Tendinopatia patelar (ou tendinopatia do joelho)

A tendinopatia patelar é uma lesão comum em atletas e outras pessoas que realizam atividades que envolvem saltos, agachamentos e corridas. Ela ocorre quando o tendão patelar, que liga a patela ao osso da tíbia, na região do joelho, fica inflamado ou sofre microlesões. 

Os sintomas incluem dor na parte da frente do joelho, especialmente quando se sobe ou desce escadas, se ajoelha ou se realiza atividades que envolvem dobrar o joelho.

Tendinopatia supraespinhal (ou tendinopatia do ombro)

A tendinopatia supraespinhal é uma lesão do tendão que ocorre na parte superior do ombro. Ela é comum em pessoas que realizam atividades que envolvem movimentos repetitivos do braço, como jogadores de tênis e trabalhadores que utilizam as mãos acima da cabeça. 

Os sintomas incluem dor no ombro que piora durante a noite, limitação de movimento e fraqueza muscular.

Tendinopatia calcária

A tendinopatia calcária ocorre quando depósitos de cálcio se acumulam no tendão, geralmente no ombro ou no quadril. Esses depósitos podem causar dor, inflamação e limitação de movimento. 

A tendinopatia calcária geralmente afeta pessoas com mais de 40 anos e pode piorar com o tempo se não for tratada.

Tendinopatia do tornozelo

A tendinopatia do tornozelo é uma lesão comum em atletas e outras pessoas que realizam atividades que envolvem movimentos repetitivos do tornozelo, como corrida, saltos e atividades que exigem mudanças rápidas de direção. Os sintomas incluem dor, inchaço e rigidez no tornozelo, especialmente durante a atividade física.

Embora essas tendinopatias sejam comuns, é importante lembrar que o tratamento e o tempo de recuperação podem variar de acordo com a gravidade da lesão e outras condições de saúde do paciente. 

Fatores de risco

A tendinopatia é uma lesão comum em atletas, idosos e outras pessoas que realizam atividades que envolvem movimentos repetitivos. No entanto, alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolver tendinopatia, incluindo:

  • Idade: pessoas com mais de 40 anos têm maior probabilidade de desenvolver tendinopatia devido ao enfraquecimento natural dos tendões ao longo do tempo.
  • Gênero: algumas tendinopatias, como a tendinopatia patelar, são mais comuns em mulheres.
  • Atividades físicas repetitivas: esportes de alto impacto, como corrida e basquete, e atividades de trabalho que exigem movimentos repetitivos podem aumentar o risco de tendinopatia.
  • Má postura: a má postura pode colocar uma pressão extra nos tendões e aumentar o risco de tendinopatia.
  • Sobrepeso ou obesidade: o excesso de peso coloca uma pressão extra nos tendões, aumentando o risco de lesões.

Se você se enquadra em um ou mais desses fatores de risco, é importante tomar medidas para prevenir a tendinopatia, como manter uma boa postura, usar calçados adequados e fazer exercícios regulares de fortalecimento muscular. 

Tratamento da tendinopatia

O tratamento da tendinopatia depende da fase em que a condição se encontra. No entanto, o médico é o profissional responsável por identificar a fase e selecionar a melhor forma de tratamento a cada caso. 

Os principais tipos de tratamento que podem ser adotados envolvem: 

  • modificação de atividades diárias;
  • ajustes biomecânicos;
  • exercícios de fortalecimento;
  • anti-inflamatórios não hormonais tópicos;
  • anti-inflamatórios não hormonais por curto período;
  • corticosteroides orais por curto período;
  • nitroglicerina tópica;
  • ondas de choque;
  • cirurgia em casos específicos.

Todas essas terapias podem ser adotadas individual ou em associação, visando a recuperação no menor tempo possível. 

Conclusão

A tendinopatia é uma condição dolorosa que afeta os tendões e pode afetar pessoas de todas as idades e níveis de atividade física. É importante entender os sintomas, causas e fatores de risco associados à tendinopatia para evitar sua ocorrência e tratá-la adequadamente. 

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem ajudar a reduzir os sintomas e melhorar a recuperação. Se você está sofrendo de dor nos tendões, não ignore os sintomas – procure ajuda médica imediatamente para evitar complicações e obter o tratamento necessário. 

Lembre-se sempre de cuidar bem dos seus tendões para garantir uma vida ativa e saudável.

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