Por Dr. Robinson Poffo, cirurgião cardiovascular do Hospital Israelita Albert Einstein/ CRM SP 133 469
Os batimentos cardíacos são, por essência, o sinal que indica a presença de vida nos seres humanos e em outros animais. Sendo assim, esse músculo, localizado no centro de nosso tórax (ligeiramente mais voltado para o lado esquerdo), é essencial para que estejamos saudáveis. Nesse contexto, quando problemas de saúde atingem o coração, a cirurgia no coração se apresenta como alternativa de tratamento para manter esse equilíbrio em alguns casos específicos.
Em determinadas situações clínicas, a intervenção cirúrgica é fundamental para manter o funcionamento adequado do coração. No entanto, é muito comum que tenhamos uma série de dúvidas sobre esses procedimentos, que são, hoje, cada vez mais comuns, seguros e cheios de tecnologias e inovações.
Pensando nisso, no post de hoje, explicaremos para você uma série de informações importantes sobre as cirurgias cardíacas fornecidas pelo Dr. Robinson Poffo, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein, mostrando suas indicações e exemplificando, de forma simples, como a maioria delas funciona. Tudo pronto? Então, vamos lá!
O que é a cirurgia no coração?
As cirurgias no coração nada mais são do que intervenções cirúrgicas realizadas nas estruturas que compõem esse órgão. Dentre elas, podemos citar valvas cardíacas, artérias ou sua estrutura muscular.
Esses procedimentos podem ser de vários tipos, complexidades e, portanto, podem também ter muitas funções e objetivos diferentes. A sua necessidade só pode ser avaliada e determinada por um médico especialista em Cardiologia após uma investigação minuciosa do caso de cada paciente.
Quais doenças demandam uma cirurgia no coração?
Agora que já sabemos como funciona uma cirurgia no coração, que tal descobrirmos para quais tipos de problemas elas podem ser indicadas? Confira a seguir uma seleção de algumas das mais comuns.
Doenças valvares
As valvas (ou conjunto de válvulas) são estruturas fundamentais do nosso coração. Elas podem ser acometidas por vários problemas. As válvulas podem ter dificuldade de abertura (chamadas de estenose, ou seja, quando passa a ser menor o fluxo de sangue por elas) ou perderem a função de evitar o refluxo de líquido (chamadas de insuficiência valvular) ou ainda os prolapsos (quando as válvulas são maiores do que o orifício que deveriam fechar). Nesses casos, intervenções cirúrgicas específicas podem ser recomendadas, como a troca da válvula ou a tentativa de abertura cirúrgica da válvula para recuperar a sua função, no caso das estenoses.
Doença aterosclerótica coronariana
A obstrução (ou entupimento) das artérias coronárias é um problema relativamente comum em nossa população. Essa situação está, normalmente, associada a dietas com um grande volume de alimentos gordurosos e a um estilo de vida mais sedentário, que são refletidas no aumento e piora do perfil do colesterol.
Durante a cirurgia cardíaca são utilizadas veias da perna ou do tórax, que recanalizarão as artérias coronárias obstruídas pelas placas de colesterol.
Doenças congênitas
Os problemas congênitos são aqueles que acompanham o paciente desde o seu nascimento. Os mais comuns incluem más-formações nas estruturas cardíacas, como a comunicação entre os átrios e ventrículos do coração, que podem ser corrigidos por meio de procedimentos cirúrgicos avançados.
Tumores
A presença de tumores, sejam eles benignos ou malignos, também pode demandar uma cirurgia cardíaca como procedimento terapêutico. O restante do tratamento será determinado a partir das características desse tumor e das necessidades de cada paciente.
Arritmias
Arritmia é o nome dado à alteração no ciclo natural dos batimentos cardíacos. Esse é um problema que pode ser tanto um sintoma de alguma doença ou uma consequência dela. Seu tratamento pode, muitas vezes, ser feito por meio de cirurgias variadas, que dependerão da origem do desequilíbrio.
Endocardites
O endocárdio é uma camada mais interna do coração. Sendo assim, endocardite é o nome dado a qualquer tipo de infecção que acometa essa região. Embora o tratamento da endocardite seja clínico, com antimicrobianos, muitas vezes o acometimento valvar é tão grande que há necessidade de cirurgia para reparo ou troca da válvula.
Quais são os riscos de uma cirurgia no coração?
Todas as cirurgias envolvem, por si só, um certo risco. Compreender esse aspecto faz parte do processo pré-cirúrgico. No entanto, uma intervenção dessa natureza só é expressa e recomendada pelo médico quando os seus benefícios superam os riscos, visando sempre o bem-estar do paciente a longo prazo.
Outro ponto importante é que os riscos dependerão muito de uma série de fatores, dentre eles o tipo de cirurgia, a gravidade do caso do paciente e, claro, o seu estado de saúde no momento do procedimento. Todos esses riscos devem ser devidamente aferidos pelo cirurgião cardíaco, o cardiologista e a equipe de anestesiologia, e discutido com o paciente e seus familiares.
De modo geral, os principais riscos envolvidos em cirurgias cardíacas são principalmente:
- sangramentos;
- infecções;
- arritmias;
- pneumonias.
Além desses, alterações como mudanças na função renal, infartos agudos e AVCs (popularmente conhecidos como derrames) também fazem parte dos riscos em casos mais específicos. Para evitar essas complicações, portanto, a participação do paciente é essencial: seguir as recomendações médicas e fazer as devidas mudanças no estilo de vida ajudam a aumentar o sucesso da cirurgia.
Quanto tempo dura uma cirurgia no coração?
A duração de um procedimento cirúrgico que envolva o coração dependerá de fatores diversos, incluindo, é claro, o tipo de cirurgia que está sendo feito naquele momento. Algumas delas, por exemplo, duram cerca de 2 a 4 horas, enquanto outras podem levar de 6 a 8 horas.
Em casos mais graves ou complexos, as cirurgias podem até mesmo ultrapassar a duração de 12 horas. Esse, no entanto, é um cenário relativamente incomum e mais associado a emergências.
Como é feita a cirurgia no coração minimamente invasiva?
Quando falamos sobre cirurgias cardíacas, é muito comum imaginarmos cicatrizes enormes e longos períodos de internação e recuperação, não é mesmo? No entanto, essa não é a realidade da Cardiologia Cirúrgica nos dias atuais, já que atualmente contamos com tecnologias que fazem com esse processo seja muito mais simples.
A cirurgia minimamente invasiva é uma técnica inovadora que funciona por meio de pequenas incisões na região torácica. Os pontos positivos desse tipo de estratégia incluem não só uma recuperação mais rápida e um tempo de internação menor, mas também um melhor resultado geral da cirurgia.
Quais são as inovações cirúrgicas presentes no Einstein?
No Hospital Israelita Albert Einstein, a equipe trabalha o tempo todo para buscar as melhores inovações para o tratamento de seus pacientes. No caso da cirurgia cardíaca, as técnicas são altamente tecnológicas e efetuadas por profissionais gabaritados e com vasta experiência no assunto.
De acordo com o Dr. Robinson Poffo, da equipe de Cirurgia Cardíaca Minimamente Invasiva e Robótica, um dos exemplos mais interessantes é o robô cirúrgico, o DaVinci XI. Controlado por um médico, a máquina realiza os comandos do cirurgião, melhorando muito a precisão e delicadeza do procedimento.
Gostou de conhecer um pouco mais sobre a cirurgia no coração? Esse tipo de intervenção é fundamental para garantir que esse órgão permaneça saudável e cumprindo, assim, as suas funções primordiais, sem as quais a vida não é possível.
Para saber mais sobre o assunto, confira a sessão do nosso site dedicada exclusivamente à especialidade Cardiologia, responsável pelos cuidados com o coração e as outras estruturas localizadas em sua proximidade!
Muito interessante esse assunto, e de extrema importância para dismitifica os horrores que dizem em relação as cirurgias do coração, parabéns pela informação e dividir o saber e sempre muito bom.
eu tenho que fazer uma cirurgia no coração mais tenho muito medo mais vou ter coragem vou fazer muito obrigado