Conheça os principais tratamentos para insuficiência cardíaca

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Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, as doenças cardiovasculares são consideradas a principal causa de morte no mundo e são responsáveis por uma relevante diminuição na qualidade de vida de muitas pessoas. A lista dessas doenças, que afetam um ou mais componentes do coração, é relativamente extensa e uma das mais comuns é a insuficiência cardíaca.

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Diante dessa realidade, conhecer os seus sintomas é essencial para conseguir identificar os sinais de que algo não vai bem. Da mesma forma, conhecer as causas e os tratamentos para insuficiência cardíaca é uma maneira de estar por dentro de um assunto tão importante nos dias de hoje. Quer saber mais? Acompanhe a leitura e venha comigo!

O que é a insuficiência cardíaca?

O coração é um órgão que tem objetivo de bombear sangue rico em oxigênio por todo o nosso sistema circulatório. Funciona, portanto, como uma bomba. Quando essa função não é desempenhada corretamente, diz-se que o paciente apresenta insuficiência cardíaca. Basicamente, o corpo não recebe sangue suficiente para atender às suas necessidades, portanto acabam prejudicadas outras funções orgânicas.

A síndrome pode ser dividida em dois tipos: insuficiência cardíaca sistólica e insuficiência cardíaca diastólica. No primeiro tipo, o coração contrai de forma mais fraca ou de forma reduzida, não conseguindo ejetar o sangue para fora das cavidades. Já no segundo, o coração não se enche de sangue com facilidade devido à rigidez dos músculos. Independentemente de sua forma, o resultado final é o mesmo. A desproporção entre as necessidades do organismo e a quantidade de sangue e o oxigênio que o coração consegue ofertar.

Sintomas

Como um coração disfuncional leva a uma quantidade insuficiente de sangue bombeado, há um acúmulo progressivo de sangue nos pulmões. Segundo o Dr. Fernando Bacal, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein, isso leva à intolerância ao exercício físico e falta de ar progressiva, inclusive em situações de repouso. Dessa forma, os principais sintoma são o cansaço e a falta de ar. No entanto, existem outros:

  • inchaço que afeta os pés e as pernas;
  • abdômen aumentado;
  • perda de apetite;
  • tosse;
  • dilatação do coração e palpitações;
  • sudorese fria;
  • palidez cutânea.

Diagnóstico

O diagnóstico correto é essencial e, quando precoce, o tratamento é ainda mais efetivo. Sabendo disso, é importante buscar auxílio médico assim que alguns sintomas limitantes forem identificados, especialmente se estão associados a cansaço e inchaço.

O processo até chegar ao diagnóstico envolve um exame clínico, em que o médico escuta o relato do paciente sobre os sintomas e um exame físico, que visa avaliar a condição do organismo como um todo, além de verificar o acúmulo de líquido nos pulmões e outros órgãos.

A insuficiência cardíaca é confirmada e medida por um exame chamado ecocardiograma e também pela presença de substâncias que são produzidas pelo coração insuficiente, como o peptídeo natriurético tipo B (hormônio liberado pelos ventrículos quando o coração sofre alguma agressão). Além disso, identificar a causa do problema também auxilia no diagnóstico e pode contribuir para o direcionamento de tratamentos específicos.

O que causa a insuficiência cardíaca?

Entende-se a insuficiência como a via final de várias doenças do coração. Dessa forma, o coração pode apresentar uma insuficiência após sofrer com problemas como pressão alta, infarto e inflamações (miocardite, por exemplo). Essas doenças, quando apresentam uma evolução desfavorável, contribuem para o surgimento da insuficiência.

Para entender essa relação, pense em um paciente sedentário com diabetes e hipertensão. A associação dessas condições potencializa o desenvolvimento de doença aterosclerótica, ou seja, a deposição de gorduras (colesterol) nos vasos sanguíneos. As artérias que nutrem o coração, as artérias coronárias, são particularmente suscetíveis a esta doença, fazendo com que o fluxo sanguíneo diminua ou possa ser eventualmente obstruído.

A diminuição efetiva ou completa da nutrição do músculo cardíaco e seu sofrimento é o que chamamos de infarto agudo do miocárdio. O infarto significa, em última análise, a morte do tecido muscular cardíaco, sua substituição por tecido cicatricial. Diferentemente do músculo cardíaco saudável, o tecido cicatricial não tem capacidade de contração e não contribui para a função da bomba cardíaca. Neste momento temos o comprometimento da sua função, isto é, a insuficiência cardíaca.

Entretanto, essa não é a única causa possível. O desenvolvimento de insuficiência cardíaca pode ter outras origens. Entre elas:

  • doenças que acometem as válvulas cardíacas;
  • alcoolismo;
  • doenças cardíacas;
  • doenças autoimunes;
  • doenças inflamatórias;
  • doenças infecciosas;
  • toxicidade (medicamentos utilizados no tratamento de alguns tipos de câncer);
  • doença de Chagas.

Quais são os tratamentos existentes para o problema?

Os objetivos do tratamento consistem em amenizar os sintomas, melhorar a função do coração e impedir a progressão da doença. Quando a causa é conhecida, atuar na origem pode ajudar e muito esses objetivos. Um exemplo disso é o controle da pressão arterial, que por si só pode levar a insuficiência cardíaca. O controle pressórico é essencial para prevenir a insuficiência, bem como quando instalada, manter a pressão controlada pode diminuir a progressão da doença.

Medicamentos

Atualmente, existem muitos medicamentos que, quando combinados, apresentam um bom resultado e podem estabilizar ou mesmo reverter a disfunção cardíaca. Dentre as classes que vêm se mostrando efetivas para a melhora da qualidade de vida dos pacientes pode-se citar:

  • betabloqueadores: carvedilol, succinato de metropolol;
  • antagonistas do sistema renina-angiostensina-aldosterona: captopril, enalapril, losartana, valsartana;
  • antagonistas mineralcorticoides: espironolactona, eplerenona;
  • combinação entre antagonista da angiotensina e inibidor da neprilisina: valsartan, sacubitril.

Procedimentos cirúrgicos

O marcapasso biventricular e o cardiodesfibrilador implantável são considerados em alguns casos e podem, respectivamente, auxiliar na ressincronização da contração das câmaras cardíacas e reduzir o risco de morte súbita por arritmia.

Existem outras possibilidades, como a correção de cardiopatias congênitas, a revascularização miocárdica (quando há um quadro de doença arterial coronariana obstrutiva) e trocas valvares (quando o paciente apresenta um comprometimento das válvulas cardíacas).

Há, ainda, os casos em que os pacientes não apresentam boa resposta ao tratamento clínico. São aqueles chamados de pacientes com insuficiência cardíaca avançada ou refratária. É quando se considera a possibilidade de um transplante cardíaco, opção que melhora a qualidade de vida e sobrevida.

Dispositivos de assistência circulatória mecânica

A utilização dos ventrículos artificiais é recomendada tanto de forma definitiva quanto de forma provisória (enquanto o paciente aguarda um transplante, por exemplo). Eles contribuem de diferentes modos: como ponte para recuperação pós-infarto ou miocardite, como ponte para o transplante ou como terapia de destino.

A escolha do tratamento é feita individualmente, considerando as particularidades de cada caso, as necessidades e os sintomas de cada paciente. Paralelamente a todos esses tratamentos, ainda existem algumas indicações que podem contribuir para a melhora do desempenho do coração, como o controle de peso, da pressão arterial, da glicemia e do colesterol, praticar atividade física, além de outros hábitos saudáveis.

Existe idade certa para ter insuficiência cardíaca?

Até 2% da população apresenta algum grau de insuficiência cardíaca e como pode ter diversas origens, com doenças diferentes, pode estar presente em qualquer faixa etária. Afeta, portanto, de pacientes jovens a idosos. Apesar disso, percebe-se que o número de casos cresce conforme a expectativa de vida das pessoas também aumenta. Pelo fato de ser uma via final de várias cardiopatias, é comum que pessoas com uma idade mais elevada apresentem o problema. Segundo o Dr. Fernando Bacal, após os 70 anos, mais de 10% da população desenvolve a doença.

Como você viu, existem muitos tratamentos para insuficiência cardíaca e isso mostra que é possível ter qualidade de vida e autonomia mesmo após receber o diagnóstico. Para isso, é essencial ter um especialista ao seu lado a fim de ter uma constatação precoce da doença, o que terá um impacto significativo no sucesso do tratamento.

Quer saber ainda mais sobre a insuficiência cardíaca? Então entre em contato com o Hospital Israelita Albert Einstein e tire as suas dúvidas!

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