Futebol e condições climáticas: como manter a alta performance no Qatar

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Para os atletas manterem a alta performance nos jogos de futebol no Qatar, dois pontos merecem maior atenção: jet lag e climatização. No conteúdo de hoje, vamos conferir mais detalhes sobre cada um.

Jet lag no futebol

Basicamente, jet lag é a alteração do ritmo biológico que acontece após mudanças do fuso horário em longas viagens de avião. Dessa forma, pode ocasionar problemas físicos e psíquicos, especialmente do ciclo do sono.

As consequências disso para os atletas, nos primeiros dias na outra localidade, se refletem principalmente em queda do desempenho nos treinos e atividades físicas.

No entanto, nesse caso do Qatar, sabendo que são em média 6 horas de viagem saindo do Brasil e como a proporção de jet lag é de 1 dia para cada 1 hora, estima-se que entre 5 e 7 dias os efeitos negativos sejam significativamente reduzidos.

Além disso, um ponto importante é que equipes profissionais costumam fazer preparação antes da viagem para adaptação a essas mudanças no organismo.

Portanto, trabalhar a prevenção de possíveis problemas decorrentes dessa situação e contexto são essenciais. Sendo assim, estabelecer rotinas de treinamento e descanso nos dias de jet lag, tornará a performance dos atletas muito melhor.

Climatização

Alguns estudos sugerem que a adaptação a novas condições climáticas aconteça em até uma semana, enquanto outros sugerem duas semanas.

Por conta das temperaturas que podem chegar a 40-50 graus no verão do Qatar, e apesar do uso de climatizadores, os jogadores deverão suar mais e por isso precisar se hidratar mais, o tempo todo.

Contudo, a perda de líquidos é uma constante, o que pode exigir maior esforço e atividade de determinados órgãos e partes do corpo, como o coração e a pele.

Evidências disso podem ser percebidas pela desidratação ou suor excessivos, aumento da frequência cardíaca, além de maior cansaço.

O aumento da temperatura corporal, especialmente a partir de 39 graus, pode ter consequências como prejuízo na contração da musculatura, ou seja, dificuldade de caminhar, correr, pular, chutar.

Além disso, a hipertermia também pode causar dores de cabeça, náusea, rubor, câimbras musculares, exaustão e respiração acelerada.

Em casos graves, o corpo chega a perder totalmente sua capacidade de se resfriar, com desmaios e falência dos órgãos – o que pode ser improvável de acontecer com nossos jogadores no Qatar.

Os resfriadores dos estádios não deverão causar grandes problemas de saúde e consequente queda de desempenho ou afastamento aos jogadores. Afinal, as temperaturas são controladas e se assemelhem àquelas dos ambientes com ar-condicionado, como centros de treinamento e academias.

Algumas estratégias utilizadas para amenizar os efeitos do calor excessivo no futebol

Para amenizar os efeitos da hipertermia, costuma-se aplicar gelo na nuca dos jogadores de futebol. Outra estratégia interessante é a utilização de “ice slurry”, também chamado de frozen, sendo a ingesta de água fria com gelo triturado.

O resfriamento corporal e o combate à desidratação excessiva também pode contar com reposição de isotônicos, bebidas que servem para repor sais minerais (como sódio e potássio) e carboidratos perdidos pelo suor excessivo.

Os isotônicos podem ser naturais, como a água de coco, e também podem ser utilizados os industrializados. Idealmente, devem ser preparados e administrados sob medida para cada atleta, de acordo com sua taxa de perda de sais minerais.

O treinamento esportivo específico para amenizar os efeitos da temperatura incomum e com uso de roupa adequada ao clima também contribui para a melhor performance dos jogadores. Já o descanso e o sono são fundamentais, pois interferem diretamente no rendimento.

Revisão técnica: Everton Crivoi do Carmo, Doutor em Ciências do Esporte (USP), responsável pela Equipe de Preparação Física no Espaço Einstein Esporte e Reabilitação.

Saúde em Campo é um projeto que esclarece dúvidas e traz curiosidades relacionadas à saúde e ao futebol, publicado durante o maior torneio do esporte no mundo em 2022. Você pode acompanhar novas postagens e conteúdos nas redes sociais do Einstein ou acessar: www.einstein.br/saudeemcampo

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