Câncer de pulmão: quais as chances de metástase no cérebro?

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Quando um paciente está com câncer de pulmão, a chance da doença se espalhar depende do tipo de tumor, do estágio onde ele se encontra, entre outros fatores. Em casos onde há metástase (formação de uma nova lesão tumoral a partir de outra) especialistas identificaram que — cerca de metade dos tumores cerebrais metastáticos ocorrem pelo câncer de pulmão.

Sendo assim, esse é o tipo de câncer com maior chance de se espalhar para a cabeça, condição que acometeu a jornalista Gloria Maria, de 73 anos. Dados dos Institutos Nacionais da Saúde (National Institutes of Health, NIH, em inglês), dos Estados Unidos, indicam que geralmente isso acontece nos dois primeiros anos após o diagnóstico.

Gloria Maria faleceu no dia (2) de fevereiro de 2023. Em nota, a TV Globo informou que a jornalista “foi diagnosticada com um câncer de pulmão, tratado com sucesso com imunoterapia” e, também, com “metástase no cérebro, tratada cirurgicamente, também com êxito inicialmente”.

No entanto, a emissora explicou que em meados de 2022, ela “iniciou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais” e que “infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias”.

Outros tipos de câncer podem levar a metástase no cérebro

Segundo dados do Instituto Nacional da Saúde, os tumores de mama, de cólon e melanoma também costumam gerar metástase no cérebro — isso acontece quando células cancerosas se espalham a partir do local original pela corrente sanguínea, atingindo outros órgãos.

Uma vez no cérebro, elas podem formar um ou vários tumores. Nesse caso, as chances são maiores dependendo do tipo de câncer, se o paciente já tem metástases em outros locais e/ou se há mutações.

“É um desfecho comum para estes pacientes. Com as novas terapias, há um controle maior da doença fora do crânio e, com o aumento da sobrevida, aumentam também as chances de metástases, pois a barreira hematoencefálica cria maior dificuldade de penetração de algumas drogas no cérebro”, explica a oncologista Ludmila Koch, do Hospital Israelita Albert Einstein.

À medida que o tumor cresce, ele pode pressionar outras regiões e causar sintomas como dor de cabeça, problemas de memória e até mesmo convulsões. Existem também sintomas específicos associados à área em que está centralizada a doença, entre eles: desenvolvimento de dificuldade de fala ou de visão embaçada. Em alguns pacientes, no entanto, pode ser um caso assintomático.

O diagnóstico é feito por exame de imagem, sendo a ressonância magnética o mais preciso. O tratamento depende do número de lesões, da localização, de como a doença está controlada fora do crânio e do estado geral do paciente.

Além do tratamento sistêmico, cirurgia, radioterapia de crânio total ou radiocirurgia, em que a radiação é aplicada em poucas doses e de forma bem direcionada. “O objetivo é o controle da doença, a melhora da qualidade de vida e o aumento da sobrevida”, explica a médica.

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