Pólipo uterino: o crescimento anormal dos tecidos que revestem o órgão feminino

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A denominação “pólipo” refere-se a um crescimento anormal do tecido que reveste o interior de alguns órgãos, produzindo uma elevação semelhante a uma verruga ou a um pequeno cogumelo.

Quando eles crescem no estômago, são chamados de pólipos gástricos; no intestino, pólipos intestinais, e assim por diante. Se localizados no útero, recebem o nome de pólipos uterinos e podem ser de dois tipos: endometrial, quando aparecem na parede que reveste o interior da cavidade uterina (o endométrio), e endocervical, quando surgem na parte interna do colo do útero.

Segundo um artigo publicado no site da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), o pico de incidência dos pólipos uterinos normalmente ocorre entre os 40 e 50 anos, embora possam surgir antes. Os dados sobre a prevalência, segundo a entidade, variam bastante na literatura médica, talvez devido à diversidade das populações avaliadas e ao grande número de mulheres que têm pólipos uterinos e são assintomáticas.

Pólipos uterinos são inofensivos na maioria dos casos

Em sua maioria, os pólipos uterinos são benignos e geralmente não devem ser motivo de preocupação. No entanto, existem aqueles que podem ser lesões precursoras de câncer, e esses, sim, exigem tratamento médico assim que o diagnóstico se confirma.

Um artigo publicado no Journal Einstein recomenda a realização de exame anatomopatológico em pólipos sintomáticos de mulheres em idade fértil ou na menopausa.

Em mulheres que menstruam, os pólipos podem ser eliminados naturalmente com o fluxo menstrual. Quando desaparecem dessa forma, não há necessidade de tratamento adicional, a menos que haja sintomas ou outros fatores de risco envolvidos.

Como são os pólipos uterinos?

Os pólipos uterinos podem ter apenas alguns milímetros e serem menores que uma semente de gergelim, mas há casos em que crescem vários centímetros, atingindo o tamanho de uma bola de golfe ou até maiores.

É possível que existam mais de um pólipo na cavidade uterina, e eles podem descer em direção ao canal vaginal. No entanto, em 80% dos casos, a mulher apresenta apenas um único pólipo uterino.

Quais são os sintomas dos pólipos uterinos?

Nem sempre os pólipos uterinos provocam sintomas, sendo descobertos, muitas vezes, por meio de exames de rotina. No entanto, há casos nos quais eles podem causar alterações no fluxo menstrual, tornando-o mais intenso que o normal ou apresentando um padrão irregular de sangramento. Essas mudanças nem sempre são associadas à presença de pólipos uterinos por todas as mulheres. Se essas ocorrências se tornarem repetitivas, é recomendável procurar um médico.

Em situações de sangramento vaginal entre os ciclos, após a relação sexual ou durante a menopausa, também é aconselhável que a paciente consulte um médico.

Como é feito o diagnóstico?

No caso de pólipos endocervicais, o exame clínico é a principal ferramenta diagnóstica; no entanto, em alguns casos, pode ser necessário realizar exames de imagem, como o ultrassom transvaginal. Adicionalmente, o médico pode optar por realizar uma histeroscopia, um exame que possibilita a visualização da cavidade uterina.

O pólipo uterino pode dificultar uma gravidez?

Segundo a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), pólipos endometriais com mais de 15 milímetros dificultam a gravidez e são comumente encontrados em 2% a 5% das mulheres que desejam engravidar.

É possível remover o pólipo uterino?

Em alguns casos, o tratamento escolhido é a retirada dos pólipos endometriais ou endocervicais (polipectomia) por meio de histeroscopia. Esse procedimento cirúrgico é simples e rápido, realizado sem cortes e sob anestesia local.


Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes, médico do pronto atendimento e corpo clínico, preceptor da residência em Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein.

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