Devido aos riscos para a saúde e a vida, é essencial buscar ajuda em serviços médicos de emergência em situações de intoxicação. Crianças são frequentemente vítimas de intoxicação medicamentosa dentro de casa.
Os medicamentos são a principal causa de intoxicação no Brasil, de acordo com as estatísticas do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), que realiza levantamentos desde 1994. Em média, 44% dos casos são classificados como tentativas de suicídio, enquanto 40% são considerados acidentes. Crianças menores de 5 anos respondem por 33% desses acidentes.
Como ocorre a intoxicação por medicamentos?
A intoxicação por medicamentos ocorre principalmente devido à ingestão de remédios sem a indicação de um médico ou em doses superiores à receita. A automedicação, que jamais é recomendada, geralmente é praticada por pessoas em busca de alívio imediato para algum desconforto, resultando na ingestão da dosagem errada. Outras circunstâncias que levam à intoxicação por medicamentos incluem a ingestão acidental por crianças e tentativas de suicídio.
Um levantamento realizado pela Secretaria da Saúde de São Paulo identificou que 85% das intoxicações medicamentosas registradas no estado ao longo de dez anos ocorreram dentro de casa. As classes de medicamentos que mais causam intoxicações no país incluem benzodiazepínicos, antigripais, antidepressivos e anti-inflamatórios. A intoxicação por medicamentos pode ter consequências graves, inclusive levando à morte.
Quais são os sintomas de intoxicação por remédios?
Os sintomas da intoxicação podem surgir de forma imediata ou até mesmo dias depois da ingestão do medicamento:
- Sudorese;
- Diarreia;
- Vômito;
- Tontura;
- Palpitação;
- Mudança de comportamento;
- Respiração alterada;
- Convulsão
- Fala arrastada;
- Sedação.
Como proceder diante da suspeita de intoxicação por medicamentos?
A intoxicação por medicamentos é uma situação perigosa, e, por isso, é crucial buscar atendimento emergencial assim que surgir a suspeita. Se a pessoa apresentar sinais de intoxicação, como perda de consciência ou sonolência, não tente resolver o problema por conta própria.
Provocar vômito é totalmente contraindicado em qualquer caso. Em vez disso, chame o serviço de atendimento de urgência. É fundamental informar aos profissionais que prestarem atendimento o nome do medicamento que se suspeita ter sido ingerido.
Quanto tempo dura uma intoxicação por remédio?
Isso irá depender da medicação e da dosagem ingerida.
Quais são os tipos de intoxicação?
- Aguda: quando o medicamento é ingerido de uma vez ou em mais de uma dose, mas dentro do prazo de poucas horas;
- Crônica: quando a ingestão é feita dentro de um prazo longo, com doses acumulativas.
Cuidados com intoxicação por medicamentos em crianças
Crianças em fase pré-escolar, com idades entre 1 e 5 anos, formam um grupo de risco significativo para intoxicações agudas. Embora a maioria dos casos evolua de forma benigna, as crianças estão mais expostas ao risco de morte, dado que a dose tóxica pode ser menor do que a de um adulto.
A maioria das intoxicações em crianças por medicamentos ocorre devido a acidentes domésticos motivados pela curiosidade. Medicamentos chamam a atenção por serem coloridos e pequenos, podendo ser confundidos com doces.
É importante que as crianças aprendam que remédio não é bala, doce ou refresco. Caso contrário, há o risco de ingerirem o medicamento quando estiverem longe da supervisão dos responsáveis. Além disso, é fundamental armazenar os medicamentos em locais seguros e inacessíveis às crianças.
Orientações com intoxicação por medicamentos
Os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATs) são unidades que fornecem orientações à população e aos profissionais de saúde sobre os procedimentos a serem seguidos nos casos de intoxicação. Esses centros estão presentes em todas as regiões brasileiras. Os CIATs que fazem parte da Rede Nacional de Centros de Informação Toxicológica podem ser contatados pelo número 0800 722 6001. Alguns estados também podem ter números 0800 específicos para esse fim.
Revisão técnica: Sabrina Bernardez Pereira, médica da Economia da Saúde do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), mestrado e doutorado em Ciências Cardiovasculares pela Universidade Federal Fluminense.