Afogamento: como socorrer uma pessoa em caso de acidente?

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O ato de salvar alguém que está se afogando é uma tarefa para profissionais, visto que o risco de morte também é significativo para quem tenta retirar da água uma pessoa em afogamento. Em terra firme, é imperativo chamar socorro especializado e seguir as instruções fornecidas por telefone.

O afogamento figura como uma das principais causas de morte em todo o mundo entre crianças e jovens de 1 a 24 anos. Conforme as estimativas da Organização Mundial da Saúde, quase 236.000 pessoas perderam a vida por afogamento em 2019, com pouco mais de 50% dessas mortes ocorrendo em pessoas com menos de 30 anos.

A incidência de mortes por afogamento está diretamente relacionada às condições de vida, com mais de 90% dos casos ocorrendo em países de baixa e média renda. Diferentemente do que se observa em nações de renda mais elevada, onde os afogamentos estão associados a atividades recreativas aquáticas, em comunidades mais carentes, as mortes por afogamento ocorrem durante atividades cotidianas, como tomar banho, coletar água para uso doméstico, viajar sobre a água em barcos ou balsas e pescar.

Além disso, os impactos de eventos climáticos, como enchentes e cabeças d’água, também são uma causa frequente de afogamento.

Quais as fases de um afogamento?

A pessoa que sofre um afogamento atravessa três fases distintas. Na primeira, conhecida como fase de angústia, ela enfrenta dificuldades para se manter na superfície da água, sente confusão e percebe uma diminuição de suas forças.

Na segunda fase, a de pânico, a pessoa experimenta fadiga e se torna incapaz de manter sua flutuabilidade. Por fim, na fase terceira delas, a de submersão, ela submerge e desaparece sob a água. A partir desse ponto, a chance de um resgate bem-sucedido diminui.

Como socorrer uma pessoa que se afogou?

O salvamento dentro da água requer técnica e preparação, visto que muitas pessoas perdem a vida ao tentar resgatar alguém que está se afogando.

Em situações de afogamento, chame imediatamente o guarda-vidas ou ligue para o 193 (Corpo de Bombeiros). Se não houver possibilidade de socorro próximo e você se sentir capaz de ajudar, leve consigo um material flutuante, como uma prancha, um galho ou uma corda. Estenda esse material para que a pessoa em afogamento possa se segurar nele, evitando o risco de fazê-la submergir ao agarrar-se a você.

Fora da água, se receber instruções do atendente do serviço de emergência, socorra a vítima e encaminhe-a ao hospital. Caso contrário, aguarde a chegada da equipe especializada. Durante esse período, mantenha a vítima deitada lateralmente.

VÍDEO: Quais são os primeiros socorros durante um afogamento?

Cuidados para evitar afogamento:

  • Crianças na água precisam estar sempre sob a vigilância de um adulto à distância de um braço, mesmo na presença de guarda-vidas;
  • Banho no mar ou represas somente na presença de guarda-vidas;
  • Em viagens de barco, até grandes nadadores precisam usar colete salva-vidas;
  • Se consumir álcool, fique fora da água;
  • Uso de boia por crianças só com um responsável à distância de um braço. 

Quais os números de afogamento no Brasil?

Segundo a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), em 2019, ocorreram em média 15 óbitos por afogamento por dia no Brasil, totalizando aproximadamente 5.500 mortes por essa causa ao longo do ano.

Destaca-se que a região Norte do país apresenta a maior taxa de mortalidade por afogamento. Essas estatísticas ressaltam a importância da conscientização sobre a prevenção de afogamentos e a necessidade de medidas educativas e de segurança aquática.

Em que circunstâncias ocorrem os afogamentos no Brasil

  • Crianças menores de 9 anos se afogam mais em piscinas em casa;
  • Já crianças com mais de 10 anos e adultos se afogam mais em rios, represas e praias;
  • Crianças de 4 a 12 anos que sabem nadar se afogam mais pela sucção da bomba em piscinas;
  • 45% dos óbitos por afogamento ocorrem nos meses de verão.

Revisão Técnica: Luiz Antônio Vasconcelos, especialista em clínica médica, medicina interna, cardiologia e ecocardiografia. É cardiologista e clínico das unidades de pronto atendimento e do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.

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