Assim como o suicídio, a automutilação está atrelada a um tipo de sofrimento psíquico no qual a pessoa não consegue gerenciar adequadamente as suas emoções e encontra em práticas de autolesão uma espécie de alívio. No entanto, diferentemente do suicídio, a automutilação não tem como finalidade a morte.
Por si só, a automutilação não se configura como um transtorno ou uma doença mental, mas, sim, como um comportamento de risco. Na maioria das vezes, está relacionada a alguma condição neuropsiquiátrica que eleva a gravidade do sofrimento do paciente e o leva a se machucar intencionalmente.
Esse tipo de prática prejudicial à saúde aparece para o indivíduo como uma forma de aliviar sua angústia psíquica e ansiedade. Por isso, é possível que seja apenas uma ocorrência isolada. Mas, em contextos de muita vulnerabilidade emocional, pode se tornar um ato recorrente, engatilhado por situações de estresse.
Vídeo: Automutilação é uma doença?
Quais sinais merecem sua atenção?
Não existe nenhum exame laboratorial ou de imagem, tampouco critérios específicos de diagnóstico para o risco de automutilação. No entanto, a percepção de alguns sinais clássicos pode sugerir esse tipo de comportamento, como por exemplo:
- Ansiedade;
- Crises depressivas;
- Sentimentos de raiva excessiva;
- Sensação de angústia constante.
Vídeo: Tratamentos e técnicas complementares podem prevenir a automutilação?
Tratamento
O tratamento não é direcionado diretamente à automutilação, mas aos sintomas ou transtornos que levam a esse comportamento destrutivo. Assim, se uma pessoa convive com depressão e se autolesiona, os médicos vão focar os seus esforços em resolver as crises depressivas, a fim de melhorar o quadro emocional geral do paciente para que, então, ele deixe de se machucar.
Nesses casos, o indivíduo deve realizar acompanhamento com psicólogos e psiquiatras para a prescrição de tratamento medicamentoso. Psicotrópicos são os remédios mais indicados – e há diversos deles para serem empregados de acordo com a recomendação dos especialistas.
Além dos medicamentos, parte do tratamento envolve o engajamento em práticas de vida mais saudável. Isso inclui, por exemplo, aderir a uma rotina de exercícios físicos regulares, yoga e meditação.
Revisão técnica: Sabrina Bernardez Pereira, médica cardiologista, atuante no Escritório de Valor Einstein