Benefícios do tomate: conheça o licopeno, substância poderosa do fruto 

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O licopeno está na mira da ciência há décadas por seus efeitos anticâncer e cardioprotetores. Além do tomate, ele aparece em frutas e vegetais como melancia, goiaba, pimenta, pitanga, mamão e pimentão. 

Pesquisas têm demonstrado que o consumo corriqueiro de licopeno, por meio do tomate e de seus derivados, está relacionado com a diminuição do risco de câncer, em especial tumores de mama e de próstata.

Alguns estudos já mostraram que a substância ajuda a reduzir danos no DNA das células, devido à ação antioxidante. O mecanismo envolve a capacidade de neutralizar os radicais livres, moléculas que estão por trás de prejuízos celulares.

Isso não quer dizer, porém, que a substância sozinha é capaz de evitar a doença, já que a redução do risco de câncer e outras doenças envolve todo o estilo de vida. Ou seja, de nada adianta ingerir licopeno e outros nutrientes benéficos se sua alimentação é baseada em produtos cheios de gordura, açúcar e sódio, por exemplo; ou se você é sedentário, fuma, bebe e vive estressado. 

Mas isso não tira os méritos do tomate: ele oferece diversos nutrientes e compostos protetores. Entre eles, vitaminas, sobretudo a C e o ácido fólico, além de minerais como o potássio e demais substâncias antioxidantes que agem em conjunto.

O papel do cozimento

Em relação ao licopeno, o tomate se destaca entre as outras fontes. Isso porque, diferentemente da melancia e da pitanga, que costumam ser consumidas in natura, ele serve como matéria-prima para molhos. E, ao contrário de muitos compostos, ao passar por cozimento o licopeno é melhor aproveitado pelo organismo humano. 

Isso porque, quando vai para a panela, ocorre a ruptura de estruturas que seguram a substância, que então é liberada. Além disso, o licopeno se dá bem em meios oleosos. Portanto, juntá-lo com azeite de oliva, por exemplo, favorece a chamada biodisponibilidade, garantindo a absorção no intestino.

Embora o licopeno seja festejado pela atuação anticâncer, outros trabalhos apontam seus efeitos também na proteção cardiovascular. O mesmo potencial antioxidante ajuda a resguardar a parede das artérias, o endotélio, reduzindo o risco de males como a aterosclerose. 

Outras fontes de licopeno

O licopeno faz parte dos carotenoides, um grupo de pigmentos que conta com mais de 700 integrantes. Na natureza eles funcionam como uma espécie de escudo contra adversidades, que incluem mudanças bruscas de temperatura, escassez de nutrientes e de água. 

Por essa razão, os carotenoides são classificados como metabólitos secundários, ou seja, eles são sintetizados pelos vegetais em resposta às condições de estresse. Ao colorir frutos e hortaliças, esses pigmentos também ajudam a despertar a atenção de pássaros e insetos, colaborando para a dispersão de sementes e a perpetuação das espécies.

No nosso corpo, oferecem diversos benefícios. A dica para garantir que não faltem é montar o prato o mais colorido possível. Confira outros integrantes famosos da família dos carotenoides e onde encontrá-los:

Alfacaroteno

Trata-se de um precursor da vitamina A, nutriente indispensável à imunidade. A abóbora e a cenoura são fontes.

Betacaroteno

Assim como o alfacaroteno, se transforma em vitamina A. Sua conversão se dá pela atuação de enzimas e acontece na mucosa intestinal. Lá ele é quebrado e segue para a circulação. Daí passa a atuar como retinol, outra alcunha para a vitamina, aliada dos ossos e dos olhos. Acerola, caju e melão cantaloupe oferecem o betacaroteno.

Criptoxantina

Mais um dos carotenoides que se transforma em vitamina A no nosso corpo. Portanto, é essencial para as células da pele e ainda fortalece o sistema imune. Nectarina, pêssego e nêspera são opções de fontes.

Luteína

Graças ao seu poder antioxidante, esse carotenoide é outro protetor de tecidos do nosso corpo, principalmente da retina. Couve, rúcula e brócolis são exemplos de fornecedores da substância.

Zeaxantina

Junto da luteína, essa substância ajuda a afastar a degeneração macular, problema que aflige principalmente os idosos. Maracujá, pequi e milho contêm a zeaxantina.


Fonte consultada: Celso Cukier, nutrólogo do Einstein Hospital Israelita 

Este texto foi originalmente publicado na Agência Einstein

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