Câncer colorretal: o que é, sintomas e tratamento

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O câncer do intestino grosso, também conhecido como colorretal, surge a partir da multiplicação desordenada das células do cólon e reto. A partir desse descontrole celular, surgem os pólipos – pequenas lesões que crescem nas paredes do intestino e que servem de alerta, pois podem evoluir para o câncer. Embora nem sempre os pólipos sejam sinônimos da doença, são sinais que merecem atenção.

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), estimam-se 40 mil novos casos da doença, todos os anos, no Brasil. Trata-se da segunda neoplasia maligna mais frequente, mas que pode ser prevenida a partir da chamada Prevenção Secundária: ações que identificam e corrigem qualquer desvio da saúde.

No caso do câncer colorretal, a identificação dos pólipos via exames, como a colonoscopia, e a retirada dessas lesões são as principais medidas preventivas, que visam evitar o desenvolvimento para a neoplasia maligna. Hábitos de vida, especialmente alimentares, também são fatores protetores, como aumentar a ingesta de alimentos ricos em fibras e in natura (não industrializados) e diminuir o consumo de gordura animal. Ainda, em menor grau, o uso de suplementos alimentares, como cálcio e vitamina D, para pessoas com deficiência nesses nutrientes.

Segundo Sidney Klajner, cirurgião do aparelho digestivo, coloproctologista e presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, os pacientes cujo diagnóstico foi feito por meio da prevenção têm uma sobrevida maior — em comparação com aqueles que descobriram a doença após a manifestação dos sintomas.

Sintomas

O principal sintoma que o paciente com câncer de intestino manifesta é a presença de sangramento nas fezes. Daí a importância em sempre investigar quando há sangue retal.

Trata-se do principal sintoma, mas não é o único, e há uma diferença de sinais de acordo com a localização do tumor no intestino:

  • No lado direito, os sintomas mais frequentes são: anemia, emagrecimento e, nos casos mais avançados da doença, uma massa palpável no abdome.
  • No lado esquerdo, ou na região do reto/próxima do ânus: alteração de hábitos intestinais e sangramento retal.

Fatores de risco

Há alguns anos, o consenso entre os especialistas era que o rastreamento para o câncer colorretal começasse a partir dos 50 anos, ou mais. Agora, a orientação é que essa busca ativa comece mais cedo, a partir dos 40 anos.

A mudança, de acordo com Sergio Eduardo Alonso Araujo, médico coloproctologista, presidente eleito da Sociedade Brasileira de Coloproctologia e diretor médico do Centro de Oncologia e Hematologia Einstein Família Dayan – Daycoval, veio a partir da redução nos casos da doença na população mais velha de países desenvolvidos, reflexo do diagnóstico precoce — o que também acarretou uma melhora na sobrevivência desses pacientes. 

Caso haja histórico pessoal ou familiar com a identificação de pólipos ou do câncer em si, é importante que o rastreamento venha antes, visto que isso favorece a ocorrência do tumor. Em geral, 10 anos antes da idade em que o parente desenvolveu a doença, por exemplo.

Tratamento

Uma vez identificados os pólipos durante o exame de colonoscopia, o especialista faz a retirada dessas lesões no mesmo momento. De acordo com o número e o tipo dos pólipos, o paciente receberá a indicação de uma nova colonoscopia, com um intervalo de tempo adequado conforme a orientação baseada em evidência científica. Quanto mais agressivo, mais curto é o intervalo. 

O paciente pode passar ainda por cirurgia, quimio e radioterapia, quando o câncer é diagnosticado. Em até 20% dos casos, podem apresentar metástase — nova lesão tumoral, em outro local do corpo, em geral.

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