Câncer: pacientes precisam ter cuidado no verão

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Pacientes com câncer devem redobrar cuidados com a pele no verão: tratamentos como quimioterapia e radioterapia agridem o tecido epitelial e causam efeitos colaterais se não forem tomados os cuidados necessários. Saiba mais!

Durante a temporada de calor, pacientes com câncer que estão passando por radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo ou imunoterapia precisam caprichar na proteção da pele.

Isso porque tais tratamentos agridem o tecido epitelial, seja porque agem diretamente sobre as células da pele, seja porque acabam causando efeitos colaterais.

O resultado é uma pele extremamente sensível e sujeita à irritação quando em contato com vários produtos e raios solares.

Como o tratamento de câncer age em nossa pele

A radioterapia, por exemplo, provoca uma reação chamada radiodermite que pode causar desde uma vermelhidão similar à queimadura do sol, ou até mesmo descamação e formação de bolhas, dependendo da intensidade da radiação utilizada. 

Além disso, drogas utilizadas no tratamento do câncer causam fotossensibilidade e podem aumentar o ressecamento da pele, abrindo caminho para pequenas feridas. Também existem medicamentos que podem ocasionar erupções na pele.

Pensando nisso, existem alguns cuidados básicos essenciais para evitar manchas e até complicações mais graves como infecções, além de amenizar a radiodermite quando em contato com o sol.

Como proteger a pele durante o tratamento de câncer

Após o fim do tratamento, os tecidos ainda levam de 4 a 6 meses para se recuperarem plenamente. Nesse cenário, a regra número um é fugir do sol. Durante o tratamento, especialistas reforçam que o paciente não deve frequentar ambientes como praias e piscinas, por conta da exposição ao sol.

Evite exposição ao sol

“A exposição ao sol vai piorar as reações do tratamento e a própria radiação solar do mormaço, não parece, mas sensibiliza ainda mais pele, podendo causar queimaduras indesejadas”, enfatiza a rádio-oncologista Ana Carolina de Rezende, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Além disso, a água do mar ou da piscina pode irritar a pele — isso sem contar que também pode estar contaminada, abrindo caminho para infecções.

Realize atividades físicas

A atividade física é importante e está liberada, com avaliação de um especialista. O ideal é que exercícios sejam feitos ao ar livre entre às 10h e às 16h, sempre evitando o contato direto com o sol. Optar por roupas com proteção UV como camisetas e chapéus, é uma ótima alternativa.

Embora seja recomendado o uso do filtro solar, às vezes a loção pode irritar a pele — se possível, vale checar a melhor opção disponível na farmácia junto ao médico responsável.

Use hidratantes com base neutra

Inclusive, o paciente deve hidratar bem a pele. Existem opções de produtos dermatológicos feitos especialmente para pacientes oncológicos: geralmente, eles têm a base neutra, sem essência e álcool.

“Aqueles à base de calêndula acalmam a pele, mas é bom evitar produtos manipulados ou ‘naturais’, como com ervas, em que não se conhece exatamente qual é a composição”, recomenda a especialista.

Deve-se, ainda, evitar banhos demorados ou de imersão, para não ressecar a pele. A higiene deve ser adequada, sem exagerar no número de chuveiradas diárias. A água deve estar morna.

Há, ainda, a recomendação para o uso de sabonetes líquidos para peles sensíveis e xampus suaves — podem ser aqueles indicados para bebês. Produtos esfoliantes também devem ser evitados.

Não realize procedimentos estéticos

Não podem ser feitos procedimentos estéticos durante o tratamento, como peelings, depilação ou químicas no cabelo. Homens devem ter cuidado extra ao fazer a barba, devido ao risco de cortes e de infecções.

Beba bastante líquido

Por último, a dica é beber muito líquido e adotar uma alimentação saudável. Sempre que necessário e em caso de dúvida, o paciente deve consultar orientação médica. 

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