Entenda como funciona a cirurgia robótica em coloproctologia

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A previsão para o número de casos de câncer de cólon e reto no Brasil, entre 2023 a 2025, é de 45.630 a mais. Os dados — do Instituto Nacional do Câncer (INCA) — mostram que as pessoas podem precisar ainda mais da cirurgia robótica em coloproctologia, que trata doenças do intestino grosso, do reto e do ânus.

Felizmente, a intervenção cirúrgica com o auxílio de robôs, manuseados por um cirurgião, representa um avanço medicinal e tecnológico. Logo, o tratamento para os quadros citados pode ser menos invasivo, mais seguro, com menos riscos e sangramento.

Quer saber mais sobre o que é a cirurgia robótica em coloproctologia, quais são as suas indicações, como ela é feita, quais são os seus diferenciais e outras informações relevantes? Continue a leitura e fique por dentro!

O que é cirurgia robótica em coloproctologia?

Trata-se da operação em pacientes para cuidar de quadros clínicos relacionados a patologias do intestino grosso, do reto e do ânus. É o caso do câncer de cólon e reto, além da retirada de linfonodos e muitos outros tratamentos.

O primeiro uso da cirurgia robótica ocorreu em 2000. Gradativamente, esse procedimento se expandiu para diversas áreas, como urologia, ginecologia, coloproctologia etc. Assim, tornou-se popular em instituições privadas e até públicas.

Para que ela pode ser indicada?

Como visto, a cirurgia robótica na coloproctologia é muito bem-vinda para o tratamento de doenças relacionadas ao intestino grosso, reto e ânus. Assim, os principais procedimentos dessa especialidade médica envolvem:

  • a retirada de linfonodos — estruturas que filtram substâncias nocivas e auxiliam no sistema imunológico —, em um processo chamado de linfadenectomia retroperitoneal;
  • cirurgia de anastomose — ligação entre artérias, veias e órgãos —, necessária para a reconstrução do trânsito intestinal, consistindo na junção de dois segmentos intestinais;
  • cirurgia para retirada total ou parcial do cólon — chamada colectomia —, que eleva a abertura da parede abdominal para facilitar a eliminação de excreções;
  • cirurgia para tratamento do câncer colorretal, que leva à multiplicação anormal de células deficientes no cólon e no reto, podendo se espalhar para outros órgãos, se não tratado.

Como a cirurgia robótica em coloproctologia é feita?

Primeiro, o paciente é levado para a sala cirúrgica, onde se encontra uma equipe multidisciplinar: cirurgião, enfermeiros, anestesistas etc. Ou seja, o passo inicial é similar ao procedimento tradicional.

Feito isso, é o momento de efetuar pequenas incisões, com até 1,5 cm em geral. Depois, é inserida uma câmera no equipamento robótico com reprodução em 3D e possibilidade de aumento em até 12 vezes. Desse modo, a equipe médica visualiza, em um monitor, a região tratada com mais nitidez.

Outro equipamento acoplado ao paciente é uma espécie de ‘’mão do robô’’, que será controlada pelo cirurgião por um controle remoto, similar ao de videogame. Esse equipamento possui um sensor que trava, caso o médico desvie a atenção do robô ou até realize alguma ação que vá contra o protocolo.

Quais são os diferenciais dessa técnica?

Ao entender como a cirurgia robótica em coloproctologia é realizada, fica mais fácil compreender os pontos positivos dessa técnica. Agora, saiba mais detalhes sobre isso!

Procedimento menos invasivo e mais seguro

Como visto, não é necessário efetuar incisões profundas para o tratamento cirúrgico, o que o torna menos invasivo que os convencionais. Logo, existem menos danos ao corpo do paciente, e as cicatrizes deixadas tendem a ser menores — diminuindo problemas estéticos que podem ser incômodos para alguns.

O fato de o dispositivo travar, caso ocorra ações imprevistas do médico, é outro motivo que justifica a segurança desse procedimento. 

Melhores resultados em situações desafiadores

Existem casos mais desafiadores no tratamento do paciente, como os que possuem a pelve estreita ou são pessoas obesas. Isso porque o cirurgião pode ter mais dificuldade em realizar movimentos precisos e seguros na região necessária.

Então, a cirurgia robótica em coloproctologia se diferencia por aumentar a precisão cirúrgica e facilitar a dissecção retal baixa.

Afinal, o manuseio dos instrumentos cirúrgicos diretamente pelo médico envolve riscos naturais de tremor, o que é eliminado com o auxílio do robô. Ainda, a área operada é vista em imagem de alta definição — outro motivo que eleva a precisão e a nitidez.

Recuperação mais rápida

Você já entendeu que a cirurgia robótica em coloproctologia é menos invasiva. Logo, a recuperação do paciente costuma ser muito mais rápida — o que também varia conforme o quadro clínico de cada um.

Assim, a tendência é que os pacientes retornem às atividades habituais com mais rapidez. 

Menos chances de lesões e sangramentos

Outro diferencial da cirurgia robótica em coloproctologia é diminuir os riscos de lesões, sangramentos e infecções hospitalares.

Afinal, ela exige cortes menores e menos tempo de internação. Além disso, a maior precisão e nitidez do campo cirúrgico reduz os traumas no tecido e a perda de sangue. 

Por que escolher esse procedimento?

Além da cirurgia robótica em coloproctologia, existe a laparoscopia — mais tradicional, embora também use uma câmera na operação. No entanto, o uso de robôs nesse tipo de tratamento diminui os riscos de complicações e passa mais segurança ao paciente, devido à precisão nos movimentos.

Então, entendeu o que é e como é feita a cirurgia robótica em coloproctologia? Como visto, essa técnica representa uma evolução na medicina e na tecnologia. Assim, os médicos ganham com a otimização no trabalho e o paciente com mais satisfação no tratamento recebido.

Quer aproveitar a visita para se aprofundar no estudo de cirurgia robótica? Acesse outro artigo do blog e saiba tudo sobre essa tecnologia!

Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).

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