Clamídia é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Chlamydia trachomatis. Na maioria das vezes atinge os órgãos genitais, mas pode afetar também a garganta e os olhos. É a doença sexualmente transmissível bacteriana mais prevalente no mundo.
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As infecções por clamídia se espalham por contato sexual, quando o fluido vaginal ou sêmen contendo a bactéria que causa a clamídia passa de uma pessoa para outra. O contato sexual inclui todos os tipos de sexo, incluindo o sexo que não envolve penetração ou ejaculação.
Não existem dados epidemiológicos sobre a clamídia no Brasil porque ela não é uma doença de notificação obrigatória. Mas dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA mostram que a maioria dos casos acontece em pessoas na faixa etária entre 15 e 24 anos.
Que complicações a clamídia pode provocar?
A infecção por clamídia pode causar várias complicações. Infecções não tratadas podem provocar danos tubários e, consequentemente, levar à infertilidade. Se a mulher estiver grávida, a infecção aumenta o risco de parto prematuro, baixo peso do bebê ao nascer e outras complicações. A infecção também pode provocar dor durante as relações sexuais.
Outra complicação é o surgimento da doença inflamatória pélvica, que é uma condição séria que requer hospitalização. Pode ocorrer quando uma IST não tratada, como a clamídia, danifica seus órgãos reprodutivos. Ela pode levar à infertilidade e dor pélvica crônica, assim como pode bloquear as trompas e levar a uma gravidez ectópica, que é uma ameaça à vida do feto e potencialmente da mãe.
A infecção por clamídia causa problemas na gravidez?
Sim. A clamídia pode provocar diversas complicações durante e depois da gestação. As mais frequentes são gravidez tubária (que ocorre nas trompas); aborto espontâneo; inflamação da camada interna do útero (endometrite); e parto prematuro.
Aproximadamente 8% de todas as mulheres jovens atendidas em maternidades, sem sintomas de infecção urogenital, são portadoras de C. trachomatis.
A clamídia nas mulheres
A maioria dos casos de clamídia não apresenta sintomas (em torno de 70% a 80% das situações). Quando presentes, os sintomas mais comuns nas mulheres são:
- Corrimento branco, amarelo ou cinza de sua vagina que pode ser malcheiroso;
- Pus na urina (piúria);
- Aumento da necessidade de fazer xixi;
- Dor ou sensação de queimação ao fazer xixi (disúria);
- Sangramento entre os períodos menstruais;
- Relações sexuais dolorosas (dispareunia);
- Coceira ou queimação dentro e ao redor da vagina;
- Dor incômoda na parte inferior do abdômen.
A clamídia nos homens
Pelo menos 3% dos homens atendidos em clínicas de IST, sem sintomas nos órgãos genitais e urinários, são portadores da bactéria C. trachomatis. É equivocada a crença de que a clamídia não provoca complicações em homens.
Assim como nas mulheres, é comum a infecção passar despercebida, mas ela pode causar complicações exatamente por demorar para ser notada.
Nos homens, os sintomas mais comuns da clamídia são:
- ardência ao urinar;
- corrimento uretral com a presença de pus;
- dor nos testículos.
Clamídia no bebê
Além da possibilidade de transmissão da infecção durante o parto vaginal, a criança infectada pode nascer com conjuntivite neonatal. Esta, quando não tratada, pode levar à cegueira.
Como é feito o diagnóstico de clamídia?
O diagnóstico da clamídia é feito através de exames laboratoriais. Durante o exame físico é feita a raspagem do canal vaginal e colo do útero ou, no caso dos homens, a coleta da secreção expelida pela uretra. O material é enviado para o laboratório.
Recomenda-se que mulheres sexualmente ativas ou pessoas com alto risco de clamídia sejam rastreadas regularmente. Você é considerado de alto risco se:
- Têm menos de 25 anos;
- Está grávida;
- Tenha um novo parceiro;
- Tenha vários parceiros;
- Já teve infecções por clamídia anteriormente.
Como é feito o tratamento para clamídia?
A clamídia pode ser facilmente curada e erradicada com o uso de antibióticos receitados pelo médico. Durante o período de infecção é aconselhado evitar contato sexual desprotegido. Os parceiros sexuais, mesmo sem sinais e sintomas, devem ser tratados.
O que são infecções sexualmente transmissíveis (IST)?
Infecções sexualmente transmissíveis (IST) são as patologias causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos, transmitidos principalmente por contato sexual, sem o uso de preservativo masculino ou feminino, com uma pessoa que esteja infectada.
A transmissão pode ainda acontecer de mãe para filho durante a gestação, o parto ou a amamentação.
A terminologia infecção sexualmente transmissível (IST) passou a ser adotada em substituição à expressão doenças sexualmente transmissíveis (DST), para destacar a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção mesmo sem sinais e sintomas.
Revisão técnica: Sabrina Bernardez Pereira, Especialista em Cardiologia pela SBC/AM; médica Economia da Saúde do Hospital Israelita Albert Einstein; mestrado e doutorado em Ciências Cardiovasculares na Universidade Federal Fluminense.