Colecistite é o nome que se dá à inflamação persistente da vesícula biliar, um pequeno órgão em formato de “pera” que se localiza na parte inferior do fígado e tem participação importante na digestão dos alimentos.
- Como tratar a tendinite? Veja quais cuidados tomar com a inflamação
- O que é a inflamação do nervo ciático? Conheça as causas e tratamentos
Nesta perspectiva, a colecistite aguda é a complicação mais comum da colelitíase, por isso, a maioria dos pacientes com colecistite aguda têm colelitíase. Quando um cálculo impacta no ducto cístico e causa obstrução persistente, ocorre um processo inflamatório agudo causado pela liberação de enzimas inflamatórias.
Quando a colecistite é aguda, o principal sintoma é dor abdominal intensa e constante, geralmente acompanhada de febre. Em casos extremos, pode ocorrer perfuração espontânea da vesícula biliar, que é considerada emergência médica. Na colecistite crônica, o paciente alterna momentos assintomáticos e a inflamação tende a ser mais branda.
Sinais de inflamação aguda
Existem dois tipos de cálculos biliares: os de colesterol e os pigmentares. Os de colesterol representam 80% dos casos. O colesterol faz parte da composição normal da bile, junto com a água e os sais biliares, entre outros elementos.
No entanto, esses cálculos biliares são os grandes responsáveis por desencadear a inflamação da vesícula, dando origem a uma condição chamada colecistite litiásica ou calculosa, que acomete, principalmente, mulheres de meia idade.
Há também uma variação, a colecistite alitiásica, que é a inflamação da vesícula sem a presença de cálculos biliares, que geralmente acomete pessoas em condições críticas de saúde (internadas em UTI, no período pós-operatório ou que sofreram queimaduras ou trauma recente grave).
Esse é um diagnóstico com menor probabilidade de cura, que responde por 2% a 15% dos quadros agudos — se não forem tratados, podem levar à morte em 65% dos casos. Nesses casos, a taxa de mortalidade varia de 30 a 50%, dependendo da idade do paciente.
Sintomas mais comuns
Segundo a Johns Hopkins University, estima-se que de 10% a 15% da população mundial tenha cálculos biliares. Em muitos casos, a presença de pedras na vesícula é assintomática e elas podem regredir naturalmente, sem necessidade de tratamento.
Tanto que não são raras as vezes em que a pessoa descobre que tem pedras na vesícula por acaso, durante algum exame de rotina. Claro que, mesmo quando o processo é assintomático, é interessante fazer acompanhamento médico para evitar possíveis complicações.
Em casos sintomáticos, os incômodos podem aparecer repentinamente e durar de dois a três dias. Estes são os mais comuns:
- dor intensa e repentina na parte superior e central do abdome e localizada do lado direito;
- dor que se espalha para as costas ou localizada abaixo da omoplata direita;
- inchaço abdominal;
- náusea;
- vômito;
- suor;
- fezes soltas e de cor clara;
- cor amarelada na pele e na esclera, a parte branca do olho, o que se chama de icterícia.
Revisão técnica: João Gabriel Pagliuso, médico da Economia da Saúde do Hospital Israelita Albert Einstein.