A doença de Crohn faz parte de um grupo de patologias crônicas e de natureza autoimune, sendo um tipo de doença inflamatória intestinal. A inflamação causada pela doença de Crohn pode envolver diferentes áreas do trato digestivo, mais comumente o intestino delgado e, em momentos de crise, pode levar a sintomas como:
- Diarreia;
- Cólica abdominal;
- Obstrução intestinal;
- Presença de sangue nas fezes.
Diferentemente do que indica o senso comum, adotar uma dieta restritiva não leva à sua cura. Isso porque a condição é uma falha do sistema imunológico, não um problema gastrointestinal. Contudo, pesquisas indicam que, em épocas de crise, evitar temperos e alimentos ricos em fibras, tais como folhas e legumes, pode auxiliar na melhora dos sintomas.
As crises da doença também podem ser desencadeadas por questões emocionais, como estresse e ansiedade em excesso. Por esse motivo, uma vida saudável, sem vícios, e com rotina de exercícios físicos, pode ajudar no controle da condição.
Não há cura conhecida para a doença de Crohn, mas as terapias podem reduzir muito seus sinais e sintomas e até mesmo trazer remissão e cura da inflamação a longo prazo.
Vídeo: Comer menos melhora a doença de Crohn?
Tratamento
O tipo de tratamento indicado pelos médicos depende da gravidade da doença. No processo de avaliação do caso, também são consideradas informações sobre a sua localização, a recorrência das crises – se é um episódio agudo ou um quadro já crônico – e a presença de complicações.
Um objetivo do tratamento médico é reduzir a inflamação e, portanto, controlar sinais e sintomas. Normalmente, são prescritos anti-inflamatórios (incluindo corticoides), imunossupressores (supressores do sistema imunológico) ou medicamentos biológicos, dependendo de cada caso.
É importante lembrar, porém, que o uso de imunossupressores diminui a imunidade do indivíduo, o que pode afetar a eficácia de algumas vacinas, por exemplo. Por isso é tão importante o acompanhamento médico.
O médico também pode recomendar uma dieta especializada, administrada por via oral ou por meio de um tubo de alimentação (nutrição enteral), ou nutrientes infundidos diretamente na corrente sanguínea (nutrição parenteral). Essa estratégia pode melhorar a nutrição geral e permitir que o intestino descanse, o que pode ajudar a reduzir a inflamação a curto prazo.
Complicações
Embora o tratamento seja eficaz no combate aos sintomas da doença de Crohn e prolongue os seus períodos de remissão, ele não previne as complicações que podem surgir a longo prazo. Dentre elas:
- Fístulas;
- Abscessos;
- Perfurações;
- Estenoses (estreitamentos do intestino, que impedem a passagem de alimentos).
Se o paciente manifestar alguma dessas complicações, o quadro é elevado para um nível mais grave. Nesses casos, geralmente a solução é intervenção cirúrgica, que pode ser para ressecção ou reparos nos tecidos intestinais.
Revisão técnica: Sabrina Bernardez Pereira, médica cardiologista, atuante no Escritório de Valor Einstein