A convulsão é um episódio ocasionado por uma excitação anormal do cérebro — como se fosse uma alteração no circuito elétrico dos neurotransmissores. Durante esse tipo de crise, que costuma durar de um a dois minutos, é comum que o indivíduo apresente perda de consciência e contratura muscular vigorosa (espasmos) dos membros.
Trata-se de um dos sintomas mais recorrentes da epilepsia. Contudo, também pode ser decorrente de uma série de outras patologias e condições clínicas, tais como:
- Hemorragia;
- Intoxicação;
- Falta de oxigenação no cérebro;
- Efeitos colaterais de medicamentos;
- Tétano;
- Meningite;
- Tumor cerebral.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima ainda que até 10% da população mundial terá pelo menos uma convulsão durante a vida. Por isso é tão importante saber como lidar com essas ocorrências.
Vídeo: O que fazer quando alguém está tendo convulsão?
Aprenda a fazer os primeiros socorros de alguém em convulsão:
1. Identifique os sintomas
Além dos seus sinais mais conhecidos, a perda de consciência e os espasmos nos braços, nas pernas e na cabeça, uma pessoa em crise convulsiva pode apresentar salivação abundante, olhos virados para cima e abertura dos esfíncteres (o que pode levar a liberação de urina e fezes involuntariamente).
2. Posicione o indivíduo
Identificada a crise, a prioridade do socorrista deve ser garantir a segurança do indivíduo. Assim, é importante deitar a pessoa e segurar sua cabeça de lado, de forma a evitar que ela se engasgue com a saliva ou mesmo sua própria língua.
3. Afaste objetos cortantes
Como uma das principais características da convulsão é a contratura muscular, que pode fazer com que a pessoa se debata, afaste quaisquer objetos perigosos da pessoa. Isso pode evitar que ela se corte, por exemplo.
4. Aguarde o fim da crise
Tentar segurar o paciente ou mexer em sua boca não é recomendado, pois isso pode machucar tanto o indivíduo em convulsão quanto o socorrista. O mais indicado é fazer companhia à vítima até a crise passar, em alguns minutos.
5. Leve para a emergência médica
Se o episódio tiver sido a primeira convulsão vivida pelo indivíduo, ele deve ser encaminhado para o hospital assim que se recuperar da crise. Lá, os médicos irão avaliar as possíveis causas por trás do episódio.
Caso a pessoa já tenha sido diagnosticada com alguma condição com predisposição às convulsões, a ida ao médico não é obrigatória. Exceto se a convulsão tiver sido muito severa ou houver machucados. Ou ainda se apresentar vários episódios em sequência.
Em ambas as situações, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pode ser acionado pelo número 192, caso seja necessário.
Revisão técnica: Erica Maria Zeni (CRM 140.238/ RQE 75645), médica da Unidade de Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo . Possui graduação e residência em Clínica Médica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e residência em Medicina Interna pela Universidade de São Paulo (USP). Também possui pós-graduação em Cuidados Paliativos pelo Instituto Pallium Latinoamérica Medicina Paliativa, em Buenos Aires, Argentina.