O diabetes é comumente associado ao descontrole dos níveis de açúcar no sangue, mas seus impactos vão muito além disso. Quando não tratada de forma adequada, a doença pode trazer sérias consequências para o coração.
O excesso de glicose circulando na corrente sanguínea provoca uma inflamação gradual das artérias. Com o passar dos anos, esse processo abre espaço para o acúmulo de colesterol nas paredes dos vasos, favorecendo o entupimento e elevando o risco de complicações cardiovasculares.
Na prática, isso significa um risco maior de entupimentos das veias, que pode levar a um infarto ou acidente vascular cerebral (AVC). Além disso, o diabetes tipo 2 está frequentemente associado à obesidade e ao sedentarismo – dois fatores que também elevam os riscos de complicações cardíacas.
Vídeo: O diabetes e o coração: como evitar complicações cardíacas?
Mas vale destacar que o diagnóstico não é uma sentença final. Com cuidados diários e mudanças de hábitos, é possível reduzir os perigos cardíacos e manter uma vida relativamente saudável.
Remédio não é tudo
Tomar os medicamentos prescritos é fundamental, mas não resolve tudo sozinho. Mudanças de comportamento são indispensáveis. E isso inclui:
Manter uma alimentação equilibrada.
Reduzir farinhas, pães, doces e embutidos é um passo importante. Uma dieta rica em proteínas magras, vegetais e grãos ajuda a manter a glicemia estável e protege o coração.
Praticar exercícios físicos regularmente.
Atividades aeróbicas, como caminhada, corrida, natação e hidroginástica, combinadas a treinos de força, como pilates ou musculação, fortalecem os músculos, melhoram o condicionamento e reduzem os riscos cardiovasculares.
Abandonar o cigarro e moderar o consumo de álcool.
Fumar é um dos principais fatores de risco para quem tem diabetes, pois agride as artérias e aumenta muito o risco de infarto. Diminuir o consumo de bebidas alcoólicas também é benéfico.
Contar com uma rede de apoio.
O apoio familiar e de amigos pode fazer toda a diferença no combate ao diabetes, especialmente entre os mais idosos. Organizar juntos a lista de medicamentos, acompanhar os exames periódicos e adotar hábitos saudáveis em conjunto são atitudes que reforçam a adesão ao tratamento e o compromisso com o bem-estar.
Revisão técnica: Alexandre R. Marra (CRM 87712), pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE)