Você já ouviu falar em micose? Esse problema, bastante comum, é causado por fungos. Muitas pessoas se preocupam apenas com bactérias e vírus, deixando de lado o potencial que os fungos têm de causar doenças.
Por isso, preparamos um conteúdo completo para abordar tudo o que você precisa saber sobre micose: o que é, como ocorre e, claro, como tratá-la.
Se você já teve micose, conhece alguém que passou por isso ou acha que pode estar com a doença, esse post é para você! Continue lendo e esclareça suas dúvidas sobre o assunto.
O que é micose?
Esse é o nome dado às infecções causadas por fungos. O termo vem do prefixo mikos, que, em grego, significa “fungo”. Ou seja: micologia não é o estudo dos micos-leões-dourados!
Os fungos são seres complexos, podendo ser compostos por uma ou várias células. Eles são fundamentais em nosso cotidiano — o fermento usado para fazer o pão crescer, por exemplo, é um fungo —, mas também podem ser responsáveis pelo desenvolvimento de doenças.
Entre os tipos de micose, podemos citar:
- onicomicose — a micose de unha;
- candidíase, que atinge a área genital e oral;
- pé-de-atleta, também conhecida como frieira;
- pitiríase, ou pano branco.
Quais são as causas da micose?
As micoses podem ser causadas por diversas espécies de fungos e serem adquiridas de formas variadas. Por exemplo:
- ao nadar em um local contaminado com o fungo;
- ao entrar em contato com roupas contaminadas;
- ao usar roupas úmidas ou muito abafadas por um longo período de tempo;
- ao ter contato direto com a pele de alguém infectado.
Onde a micose pode aparecer?
A micose é um dos problemas mais comuns na saúde humana. Isso porque ela pode aparecer praticamente em todas as nossas estruturas — e, se não tratada, tem o potencial de se espalhar pelo corpo.
Algumas das áreas mais comumente afetadas são:
- pele;
- cabelos;
- unhas;
- mucosas;
- órgãos internos.
As micoses que afetam a pele, cabelos e unhas são as mais conhecidas e faladas. Um exemplo é a frieira, que afeta os pés e é conhecida como “pé de atleta”.
No entanto, outras regiões também podem ser afetadas, como as mucosas, como a boca e a região genital. A candidíase é a micose mais comum nessas áreas e é causada por um fungo.
Por fim, as micoses também podem afetar órgãos internos, como os pulmões. Problemas pulmonares causados por fungos são mais comuns do que você imagina, e eles exigem tratamento e intervenções imediatas.
Como identificar os sintomas?
Para detectar os sintomas da micose, é importante observar qual a região afetada pelos fungos. No caso das micoses pulmonares, por exemplo, os sintomas podem incluir tosse e dificuldade para respirar. Ou seja, são sinais pouco específicos, que podem estar associados a vários outros problemas de saúde.
As micoses genitais são conhecidas por causar corrimento, vermelhidão e coceira intensa. A candidíase é uma das mais comuns, afetando principalmente a região genital feminina, e pode estar associada a quedas na imunidade.
Por fim, temos as micoses cutâneas, que afetam a pele e suas estruturas anexas, como unhas e cabelos. Aqui, o principal sintoma é a mudança na coloração, que pode adquirir um tom esbranquiçado. Outros sintomas comuns de infecções fúngicas são:
- manchas;
- coceiras;
- lesões.
Quando procurar um médico?
Não caia na tentação do autodiagnóstico! Se você suspeitar que tem uma micose, é hora de procurar um médico. Não espere que os sintomas desapareçam sozinhos: se for realmente uma infecção fúngica, isso provavelmente não vai acontecer.
Em muitos casos, os médicos podem identificar a micose apenas por meio de um exame físico. A aparência das lesões na pele ou em outras partes do corpo já pode fornecer uma boa pista sobre o que está acontecendo.
No entanto, os profissionais de Saúde também podem solicitar exames complementares. Geralmente, uma pequena amostra de material é coletada e examinada ao microscópio. Ela pode ser obtida, por exemplo, por meio de secreções ou de uma raspagem da pele.
Saiba qual profissional trata micose
Se você suspeita de micose, a primeira medida a ser tomada é procurar um médico de família ou clínico geral. Esses profissionais podem identificar as micoses mais comuns e encaminhar o paciente para o tratamento adequado.
Em alguns casos, pode ser necessário consultar um dermatologista, que tem mais conhecimento sobre as doenças de pele. Além disso, se a micose afetar as unhas, um podólogo pode ser necessário.
O infectologista também pode ser uma boa opção para tratar micoses, especialmente quando elas são mais graves ou quando o tratamento inicial não surtiu efeito. Como especialista em doenças infecciosas, esse profissional tem um conhecimento mais aprofundado sobre as causas, o diagnóstico e o tratamento em caso de microrganismos como:
- fungos;
- bactérias;
- vírus.
Em casos de micoses sistêmicas — que afetam todo o organismo — o infectologista pode trabalhar em conjunto com outros especialistas, para chegar a um diagnóstico preciso e definir o melhor tratamento possível.
Micose tem tratamento?
Sim, a micose tem tratamento! Apesar de ser um problema incômodo, é possível se livrar dos fungos que causam a infecção. O tratamento é feito com o uso de fungicidas, que são substâncias responsáveis por exterminar os fungos.
A escolha do tratamento depende do local em que a micose apareceu. Podem ser prescritos comprimidos ou substâncias de uso tópico, como pomadas e loções. Quando o problema afeta o couro cabeludo, xampus também são usados.
Em alguns casos, o tratamento é combinado, ou seja: você faz o uso de comprimidos e, também, de produtos aplicados na pele, para a intervenção agir em todas as frentes e acabar de vez com os fungos. Às vezes, isso é necessário, porque os fungos são resistentes e comumente criam raízes na pele.
O tratamento costuma ser longo, durando várias semanas. É importante segui-lo até o fim, sem abandonar antes do prazo determinado pelo médico. Dessa forma, você garante o fim dessa infecção, combinado?
Como prevenir micose?
A prevenção da doença depende do tipo de micose. Para evitar as micoses cutâneas, ter cuidados básicos com a higiene da pele é suficiente. Algumas dicas incluem:
- não compartilhar objetos de uso pessoal, como toalhas e bonés;
- secar o corpo com atenção, especialmente em áreas com dobras;
- evitar o uso de roupas molhadas por muito tempo (por exemplo, depois de nadar);
- não abafar o couro cabeludo quando há umidade;
- não compartilhar materiais de manicure;
- evitar roupas apertadas, que não permitam a evaporação do suor;
- trocar de roupa íntima com frequência e evitar peças muito apertadas, que abafem a região.
Em resumo, é importante evitar o combo perfeito para a proliferação dos fungos: calor e umidade. Ter bons hábitos de higiene e evitar o contato com objetos desconhecidos também ajuda na prevenção.
Recapitulando: em caso de qualquer sinal suspeito de micose, é fundamental buscar ajuda médica — com um médico de família ou clínico geral, além de outro profissional se necessário, como um dermatologista ou infectologista.
Se você receber o diagnóstico, pode manter a calma: a micose é uma doença tratável. Basta seguir todas as orientações médicas e manter o tratamento até o final, e ela tende a desaparecer sem maiores complicações.
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Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).