Por Dr. Antônio Eduardo Pereira Pesaro, cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein/ CRM SP 93836
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Será que coração acelerado e falta de ar são realmente sintomas de infarto? Infarto é um grave problema cardiovascular que causa muita preocupação, tanto na população quanto nos profissionais de saúde. Afinal, quando ele não é tratado rapidamente, pode trazer sérias consequências à saúde do paciente.
Esse tipo de lesão costuma atingir, principalmente, homens e mulheres acima dos 40 anos e pode ser influenciado por diversas outras doenças ou hábitos, como hipertensão, obesidade, diabetes, tabagismo, o consumo excessivo de álcool e o colesterol elevado.
Neste post, vou tirar algumas de suas dúvidas em relação aos principais sinais que podem indicar que uma pessoa está tendo um infarto. Acompanhe e saiba mais!
Coração acelerado é sintoma de infarto?
É muito comum acreditar que a aceleração dos batimentos cardíacos está relacionada ao infarto. No entanto, esse não é um sintoma associado a essa doença. O Dr. Antônio Eduardo Pereira Pesaro explica que, na verdade, um sintoma que precisa de atenção é a dor na região do tórax.
Estar com o coração acelerado ou sentir algum tipo de palpitação são sintomas de arritmia, ou seja, a alteração do ritmo dos batimentos cardíacos. Isso está relacionado com a parte elétrica do órgão. O infarto, por sua vez, trata-se, do sofrimento do músculo cardíaco secundário a obstrução das artérias coronárias ou outra causa de diminuição do fluxo sanguíneo para o coração, porém dependendo da artéria acometida, distúrbios do ritmo podem acompanhar o ataque cardíaco. Desse modo, ele está vinculado às estruturas de condução de sangue: o sistema cardiovascular do organismo.
Sendo assim, o aumento do ritmo cardíaco pode ser provocado por vários outros fatores, além do infarto. Alguns exemplos de casos que podem provocar taquicardia são ataques de pânico, crises de ansiedade, situações intensas de medo ou susto, intoxicações por outras medicações, entre outras.
O que pode acelerar os batimentos cardíacos?
Existem diversos estímulos que podem alterar a velocidade dos batimentos cardíacos, sejam eles químicos ou naturais. Como visto, eventos que alteram rapidamente as emoções ou que ligam o estado de alerta podem causar a arritmia, pois o mecanismo de luta ou fuga do seu cérebro é ativado.
Desse modo, a parte do cérebro que comanda o sistema nervoso autônomo ( ou seja, aquela parte que não depende da vontade do indivíduo, como o próprio ritmo cardíaco, a respiração, transpiração etc) manda um aviso para o organismo de que ele precisa de mais oxigênio nas extremidades do corpo, como pernas e braços, o que faz com que o seu coração trabalhe mais rapidamente para enviar sangue a esses locais. Isso pode acontecer devido a um susto muito grande, como um assalto ou em crises de ansiedade.
Outros fatores que podem fazer com que os seus batimentos cardíacos se acelerem são os estímulos químicos. Alimentos termogênicos, por exemplo, atuam diretamente nesse aspecto, incentivando o seu corpo a queimar mais calorias. Por esse motivo, eles ajudam a emagrecer — o mesmo acontece com o uso de remédios emagrecedores.
Produtos com cafeína — como o café, chá-verde, chá-preto, energéticos, shakes pré-treino, entre outros —, quando consumidos em altas doses, também podem provocar arritmia. E mesmo esse fato é assunto de bastante controvérsia na literatura médica.
O que é o infarto e como tratar?
O infarto é uma obstrução, que ocorre de maneira súbita, em uma artéria ligada ao coração. Isso pode acontecer por conta do acúmulo de gordura nas vias do sangue ou devido à formação de trombos.
Como consequência, ele causa uma dor aguda no peito e deve ser tratado rapidamente. Caso contrário, a obstrução do fluxo sanguíneo para a bomba cardíaca provoca a morte do tecido muscular – e a torna inativa.
Ou seja, o infarto, no fim das contas, é sinônimo da morte desse músculo cardíaco. Afinal, a falta de oxigenação faz com que os processos metabólicos celulares sejam interrompidos, levando a morte celular.
Para tratar essa condição, é possível usar dois métodos: desobstrução química ou mecânica. A primeira se trata do uso de remédios que combatem de forma imediata o coágulo que está impedindo o fluxo sanguíneo. As medicações trombolíticas usadas em ambientes de emergência no pronto-socorro têm a função de dissolver os trombos, enquanto os antiagregantes (medicações que diminuem a função plaquetária) colaboram para a não formação de novos trombos. Muitas vezes, os médicos também utilizam anticoagulantes, que impedem a cascata da coagulação de acontecer e diminuem ainda mais a chance de um novo trombo.
Outra alternativa é fazer o uso do cateterismo cardíaco para desobstruir de maneira mecânica a artéria — essa prática recebe o nome de angioplastia com stent. O Dr. Pesaro explica que, nesse procedimento, é utilizado um balão com o objetivo de dilatar a via entupida e, em seguida, é aplicada uma prótese metálica (chamada de stent), que funciona como um condutor para desbloquear o caminho do sangue até o coração.
Quais exames podem explicar esse sintoma?
Entre os principais sintomas do infarto, pode-se citar:
- pressão e dor no peito;
- tontura;
- sudorese;
- falta de ar;
- indigestão;
- náuseas e vômitos;
- náuseas;
- desconforto no braço esquerdo e maxilar — isso ocorre porque a dor do peito irradia para as regiões mais próximas.
Ao relatar esses sinais, o paciente precisa ser levado com urgência até o pronto-socorro para receber um atendimento médico. No ambiente hospitalar, para diagnosticar o infarto, é necessário realizar dois exames: o primeiro e mais rápido, o eletrocardiograma (ou ECG) deve ser obtido nos primeiros 5 minutos de atendimento. Por ele o médico pode identificar alterações elétricas compatíveis com uma arritmia ou infarto. E o segundo, a troponina, que é um marcador de lesão cardíaca medido no sangue. Muitas vezes o eletrocardiograma não consegue detectar alterações compatíveis, mas a troponina consegue.
Desse modo, os principais exames utilizados para realizar o diagnóstico de um infarto podem apontar níveis altos de troponina e/ou alterações no ECG. A partir disso, é realizado o tratamento com as medicações ou procedimentos adequados.
Como visto, estar com o coração acelerado e falta de ar não são necessariamente bons indicadores de um infarto. Apesar de o segundo sintoma ser relevante, ele precisa estar acompanhado de uma dor intensa no peito ou outros sintomas que descrevemos na nossa conversa. Além disso, é importante ressaltar que é imprescindível que o paciente receba atendimento médico o mais rápido possível para que o tratamento seja iniciado e, assim, evitar que as células entrem em necrose.
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Eu tenho refluxo ele causa dor no peito