Hidroxicloroquina não tem efeito no tratamento de casos leves e moderados da COVID-19

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A hidroxicloroquina, utilizada ou não em conjunto com o antibiótico azitromicina, não tem qualquer efeito no tratamento de pacientes internados com quadros leves e moderados da Covid-19 e ainda oferece risco de arritmia cardíaca e lesões no fígado.

Essas foram as conclusões do estudo Hydroxychloroquine with or without Azithromycin in Mild-to-Moderate Covid-19 publicado no último dia 23 de julho (2020) na prestigiada revista científica The New England Journal of Medicine.

Na pesquisa, coordenada por oito instituições brasileiras (Hospital Israelita Albert Einstein, HCor, Sírio-Libanês, Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz e Beneficência Portuguesas de São Paulo, além do Brazilian Clinical Research Institute e Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva), participaram do ensaio clínico 667 pacientes de 55 hospitais. É o maior estudo nacional até agora com a hidroxicloroquina.

Como foi feita a pesquisa?

Os pacientes foram divididos por sorteio em três grupos: o 1º, com 221 pessoas, recebeu tratamento com hidroxicloroquina; o 2º, com 217 pacientes, recebeu o medicamento e o antibiótico azitromicina; o 3º, com 227 pessoas, teve apenas suporte clínico padrão, que inclui o uso de remédios para os sintomas, cateter com oxigênio etc.

Os dois primeiros grupos, que tomaram hidroxicloroquina, também receberam o suporte clínico padrão – o mesmo do 3º grupo.  Todos receberam as medicações, conforme o estabelecido para cada grupo, por sete dias e foram acompanhados por duas semanas. Após o período, os pesquisadores não identificaram qualquer diferença expressiva no quadro dos pacientes. A hidroxicloroquina com ou sem azitromicina não teve nenhum efeito benéfico no tratamento.

Riscos à saúde

Os pacientes que tomaram a hidroxicloroquina apresentaram com maior frequência alterações no eletrocardiograma – um aumento do intervalo QT, que está associado ao risco maior de arritmia cardíaca. Além disso, também registraram níveis elevados das enzimas TGO e TGP, que têm relação com lesões no fígado.

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