Crises convulsivas: o importante é dar segurança ao paciente

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A convulsão é a contratura involuntária da musculatura, podendo provocar movimentos desordenados, conhecidos como espasmos. Ela ocorre quando há excitação na camada externa do cérebro e, geralmente, está acompanhada de perda da consciência. É um sintoma que pode surgir em diversas circunstâncias; no caso da epilepsia, as crises são recorrentes. Em situações de crises convulsivas, o foco principal é proporcionar segurança ao paciente.

Durante uma convulsão, a pessoa também pode apresentar:

  • Olhos virados para cima;
  • Salivação abundante;
  • Liberação dos esfíncteres.

Mas há casos de convulsão nos quais os espasmos não ocorrem, como veremos mais adiante. A crise convulsiva pode durar de alguns segundos a cinco minutos, em média. Crises mais prolongadas exigem acompanhamento médico e possível tratamento.

De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), agência de saúde americana, uma em cada dez pessoas pode experimentar uma convulsão durante sua vida. Isso significa que as convulsões são comuns, e em algum momento, podemos precisar ajudar alguém durante ou após uma crise convulsiva.

O que causa uma convulsão?

Uma série de patologias e condições clínicas podem provocar convulsões:

  • Hemorragia;
  • Intoxicação;
  • Falta de oxigenação no cérebro;
  • Efeitos colaterais de medicamentos;
  • Doenças como epilepsia, tétano, meningite e tumores cerebrais.

Como agir diante de uma crise convulsiva

Quando uma pessoa está convulsionando, é crucial chamar o atendimento médico de emergência. Contudo, é importante notar que, até a chegada do socorro, a crise já terá terminado. Nesse intervalo, a prioridade é proteger o paciente para evitar possíveis lesões durante os minutos dos espasmos.

Se houver mais de uma pessoa presente para prestar auxílio, uma delas pode realizar os primeiros socorros enquanto a outra faz a ligação para o serviço de emergência. Caso esteja apenas uma pessoa disponível, a recomendação é atender à pessoa em convulsão primeiramente, aguardar o término da crise e, em seguida, acionar o serviço de emergência.

Como agir para resguardar a pessoa que está convulsionando?

  • Mantenha a calma, caso contrário não vai poder ajudar; 
  • Afaste objetos que podem machucar, como óculos e móveis; 
  • Proteja a cabeça dela com uma almofada, travesseiro ou pano;
  • Não tente conter à força os espasmos; deixe-a debater-se;
  • Se ocorrer salivação excessiva, vire delicadamente a cabeça para o lado para evitar que sufoque com a própria saliva; 
  • Chame os serviços de emergência

Como é a convulsão em crianças?

As crises febris são o transtorno convulsivo mais comum na infância, afetando de 2% a 5% das crianças. Geralmente, a convulsão febril ocorre entre os 6 meses e os 6 anos de idade, sendo benigna, não deixando sequelas e dispensando o uso de medicamentos preventivos. Pode ocorrer com temperaturas acima de 37,5°C.

O determinante para a ocorrência da convulsão não é o “tamanho” da febre, mas sim a predisposição genética. O diagnóstico é estabelecido pelo médico com base na história clínica e no exame físico.

O que fazer depois da crise convulsiva?

Logo após uma crise convulsiva e dependendo da região do cérebro afetada, a pessoa pode parecer confusa. É comum ocorrer perda de consciência durante a crise, o que intensifica o estado de confusão mental, pois a pessoa pode não compreender completamente o que acabou de acontecer.

Para auxiliar alguém que teve uma convulsão, é importante mantê-la deitada e supervisionada por alguns minutos, além de buscar tranquilizá-la.

Qual a diferença entre epilepsia e convulsões?

No imaginário popular, as convulsões são frequentemente associadas à epilepsia, embora essa conexão não seja exata. A epilepsia é uma doença cerebral crônica caracterizada pela recorrência de crises não provocadas.

Por outro lado, a convulsão é um sintoma que pode ser desencadeado por vários fatores externos, como febre e tumores cerebrais, e pode ocorrer apenas uma vez na vida de uma pessoa. Geralmente, é mais intensa do que um ataque epilético.

As convulsões epiléticas não são uniformes. Às vezes, alguém tendo uma convulsão epilética pode parecer apenas confuso, fixando o olhar em algo inexistente. Em outros casos, as convulsões epiléticas podem fazer a pessoa cair e tremer.

O diagnóstico da epilepsia requer a avaliação de um profissional médico. Com o tratamento adequado, uma pessoa com epilepsia pode levar uma vida normal.


Revisão técnica: João Roberto Resende Fernandes, médico do pronto atendimento e corpo clínico, preceptor da residência em Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein.

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