Nossa geriatra, Dra. Silvia Carneiro Bitar, dá dicas e esclarece dúvidas sobre o tema
Quem convive com idosos, principalmente com os que apresentam algum quadro de demência ou esquecimento, já deve ter questionado: como evitar que eles se percam? Devo privá-lo de saídas desacompanhadas? Como garantir a sua segurança? Para ajudar a esclarecer essas dúvidas, confira as orientações da nossa geriatra Silvia Carneiro Bitar, médica do Residencial Israelita Albert Einstein.
Quando ou quais situações/casos um idoso necessita de um mecanismo de identificação?
Os idosos com problema de memória podem, além da dificuldade de lembrar o endereço, apresentar desorientação espacial. Inicialmente, eles podem ter dificuldade em reconhecer locais mais distantes e, com a evolução da doença, até mesmo locais mais próximos de suas casas.
Outra situação de risco são os idosos com dificuldade de locomoção e equilíbrio, que apresentam alto risco de queda nas vias públicas.
Quando possível, a decisão de identificá-lo deve ser conversada/debatida com o idoso?
Sempre que possível é interessante conversar com o idoso sobre a necessidade de identificação por uma questão de segurança e conforto de seus familiares. Não havendo esta possibilidade, outras estratégias devem ser utilizadas.
Quais são as possibilidades de identificação?
Desde as mais simples, como um cartão de identificação na carteira ou nos bolsos das roupas, até localizadores geográficos (GPS), que são disponibilizados no mercado em forma de relógios, pingentes, celulares etc. Existem ainda os chamados “botões de emergência”, que permitem a localização do idoso.
Quais as informações necessárias na identificação?
Normalmente: nome, endereço, telefone, alergias. A colocação de informações sobre doenças deve ser discutida entre o idoso e a família/responsáveis, pois alguns são resistentes em colocá-las. Vale ressaltar, porém, que em casos de urgência as informações sobre doenças são muito úteis, tais como a epilepsia, diabetes etc.
Quais os cuidados gerais para evitar o desaparecimento de idosos?
A maior dificuldade são os idosos com quadro de demência que não têm percepção da doença e insistem em sair desacompanhados ou sem nenhum tipo de identificação. É necessário sempre orientar os parentes/responsáveis sobre a impossibilidade do idoso com quadro de demência sair sozinho, evitar deixar chaves de casa ou de automóvel de fácil acesso, não deixar o idoso sozinho em casa, orientar porteiros e, em alguns casos, é interessante compartilhar o quadro com vizinhos.