DIU hormonal: quando o contraceptivo é mais indicado

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O DIU hormonal libera continuamente uma pequena quantidade do hormônio progesterona, responsável por alterações na ovulação. No entanto, ele pode trazer benefícios como a redução do sangramento menstrual. Disponível no Brasil com os nomes comerciais Mirena e Kyleena, o DIU hormonal é inserido no útero e pode ser usado por cinco anos consecutivos.

O que é DIU hormonal?

O DIU hormonal é um dispositivo muito pequeno, feito de plástico em forma de T, que é colocado no interior do útero e libera continuamente uma pequena quantidade do hormônio progesterona. Também é chamado de Sistema Intrauterino com Levonorgestrel (SIULNG). Além disso, trata-se de um método contraceptivo de longa duração, ou seja, uma vez aplicado, ele permanece atuando por longos períodos.

O DIU hormonal também pode ser usado como tratamento em casos de mioma, endometriose e adenomiose.

Como atua o DIU hormonal?

O DIU hormonal atua por meio da liberação constante e dosada de um hormônio chamado levonorgestrel (um tipo de progesterona) dentro do útero. Assim, a progesterona provoca uma certa alteração no muco cervical, na motilidade (movimento autônomo) das tubas uterinas e no endométrio (tecido que reveste o útero).

Com isso, o DIU impede a entrada dos espermatozoides no útero, provoca atrofia do endométrio e dificulta a implantação do embrião. Ele não impede a ovulação de ocorrer.

Quais são as marcas de DIU hormonal à venda no Brasil?

No Brasil, temos duas opções bem consolidadas: o DIU Mirena e o DIU Kyleena, ambas são fabricadas pelo laboratório alemão Bayer.

DIU Mirena

Foi o primeiro a chegar ao mercado brasileiro. Atua pela liberação gradual de pequena quantidade do hormônio levonorgestrel. Segundo o fabricante, o Mirena “faz o controle do desenvolvimento da camada de revestimento do útero (endométrio) de forma que esta não fique suficientemente espessa para possibilitar gravidez, além de promover o espessamento do muco normal no canal cervical (abertura para o útero), de forma que o espermatozoide encontre dificuldade para entrar no útero e fertilizar o óvulo”.

O Mirena mede 32 milímetros de comprimento por 32 milímetros de largura, com 1,90 milímetro de espessura, e traz 52 miligramas de hormônio armazenado. Tem vida útil de cinco anos dentro do corpo da mulher.

DIU Kyleena

A pronúncia correta é “cailina”. Caracteriza-se pelo tamanho reduzido e por liberar uma dose ainda menor do hormônio levonorgestrel em relação à outra marca disponível no Brasil.

Segundo o fabricante, o uso de Kyleena, assim como o de Milena, provoca o espessamento do muco cervical, o que “previne a passagem dos espermatozoides através do canal cervical. As condições locais do útero e das tubas uterinas inibem a função e a mobilidade dos espermatozoides, evitando a fertilização”.

O Kyleena mede 30 milímetros de comprimento por 28 milímetros de largura, com 1,55 milímetro de espessura e traz 19,5 miligramas de hormônio armazenado. Tem vida útil de cinco anos dentro do corpo da mulher. É indicado para mulheres mais sensíveis à ação da progesterona ou que têm útero pequeno.

Quais as vantagens dos DIUs hormonais?

  • Melhoram a cólica menstrual;
  • Apresentam um dos menores índices de falhas de todos os contraceptivos;
  • Não dependem da mulher para que funcionem;
  • Não prejudicam a fertilidade futura;
  • Podem ser usados durante a amamentação;
  • Podem ser utilizados por mulheres com alto risco de trombose, diferentemente das pílulas anticoncepcionais combinadas.

Quais as desvantagens e riscos trazidos pelo DIU hormonal?

  • A colocação e a remoção podem gerar desconforto;
  • Sangramento imprevisível, especialmente nos primeiros seis meses após a colocação;
  • Algumas mulheres podem apresentar cefaleia e acne;
  • Mesmo que raramente, pode acontecer a perfuração do útero;
  • O DIU pode ser expulso ou se deslocar, necessitando de controle médico.

Quem não pode usar DIU hormonal?

Mulheres que apresentam quadros de infecção aguda no útero ou trompas; pacientes com câncer de colo de útero ou com tumores dependentes de progesterona; portadoras de doenças hepáticas agudas ou tumores de fígado. Portadoras de outras condições médicas devem ser avaliadas antes da opção pelo DIU como método anticoncepcional.

Vale ressaltar que o DIU não protege contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como HIV e HPV.

O DIU hormonal altera a menstruação?

O DIU hormonal leva a uma redução progressiva do fluxo menstrual. A maioria das mulheres que utiliza o dispositivo para de menstruar.

No SUS

O DIU hormonal não está disponível amplamente no SUS. Já o DIU de cobre é um dos métodos contraceptivos oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos hospitais públicos e Unidades Básicas de Saúde dos municípios.

Revisão Técnica: João Roberto Resende Fernandes, médico do Pronto Atendimento e Corpo Clínico, preceptor da Residência Médica de Clínica Médica do Hospital Israelita Albert Einstein.

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