Dor de cabeça ou enxaqueca? Aprenda como diferenciar!

6 minutos para ler

O incômodo de uma dor de cabeça pode comprometer o seu rendimento diário no trabalho e nos momentos em família. Se ela persistir então, o que fazer? O primeiro passo é descobrir se o mal-estar é dor de cabeça ou enxaqueca, pois isso faz toda a diferença na hora do médico recomendar um tratamento adequado.

Sem tempo para ler? Clique no play abaixo para ouvir esse conteúdo.

Neste post, apresentaremos a diferença entre dor de cabeça e enxaqueca e como é feito o diagnóstico. Fique conosco e confira!

Quais as características da dor de cabeça?

Existem em torno de 150 a 200 tipos diferentes de cefaleia, popularmente conhecida como dor de cabeça. A cefaleia mais comum é a tensional, seguida de outros tipos que podem ser causadas por estresse, ansiedade, insônia, gripe e sinusite.  Ela é classificada como primária pelos médicos, o que significa que a dor de cabeça é a própria doença.

Os sintomas da cefaleia tensional são dores moderadas que não impedem as atividades diárias, mas fazem a pessoa sentir a cabeça pesada ou pressionada. Ela não é acompanhada de outros sintomas e, normalmente, o tratamento é feito com medicamentos.

A cefaleia é secundária quando ela é um sintoma de outras doenças como meningite, hemorragia subaracnoidea (HSA), trombose venosa cerebral (TVC), acidente vascular cerebral (AVC) e tumores do sistema nervoso central, que podem ser detectadas por exames clínicos, laboratoriais ou de imagem.

Há também a cefaleia em salvas, um tipo de dor de cabeça pouco comum, que se manifesta à noite por uma dor intensa, de apenas um dos lados da cabeça ou ao redor dos olhos. A sua duração pode variar de poucos minutos a várias horas. Quem tem essa condição pode apresentar olhos avermelhados, lacrimejo, congestão nasal e pálpebra caída ao lado da dor.

Essa variação de cefaleia é causada por distúrbios no hipotálamo, região do cérebro que controla a temperatura, os hormônios e o sono. A prevenção é feita por meio de medicamentos, a depender da gravidade da crise apresentada.

Quais as características da enxaqueca?

A enxaqueca é um tipo de cefaleia caracterizada pela dor persistente, que começa em um dos lados da cabeça como um leve latejar e aumenta pouco a pouco. Essa dor pode aparecer associada a outros sintomas, como fotofobia (aversão à luz), hipersensibilidade aos sons e aos cheiros, visão turva, náuseas e vômitos.

Além disso, a enxaqueca pode causar paralisia ou formigamento em um dos lados do corpo. Ela piora quando o indivíduo se movimenta e durante a realização das tarefas diárias.

Frequentemente, a enxaqueca é causada por excesso de café ou atividade física, alimentação fora do horário costumeiro, além de tabagismo, alterações hormonais e predisposição genética. Em algumas pessoas, alimentos como queijo, chocolate, frutas cítricas, iguarias geladas ou gordurosas funcionam como um gatilho para a dor.

A enxaqueca dura, em média, de 4 a 72 horas ininterruptas. Geralmente, o tratamento se concentra em controlar os sintomas, mas, quando o elemento que desencadeia as crises é conhecido, é possível prever e evitar a sua manifestação por meio de medicamentos.

Existe mais de uma variedade de enxaqueca. Ela é episódica quando ocorre até 14 vezes por mês e a enxaqueca é crônica se ela aparece até 15 vezes por mês, em oito episódios dentro de três meses.

Para prevenir ou atenuar a intensidade das crises, é recomendado cultivar certos hábitos, como:

  • dormir o suficiente para o completo descanso do corpo (o aconselhável são 8 horas diárias);
  • evitar o estresse ao manter a rotina organizada e sempre separar um tempo para o lazer e a família;
  • restringir o uso de luzes intensas (uma dica é reduzir o brilho da tela do computador e do celular e fazer pausas periódicas para o descanso);
  • praticar exercícios físicos;
  • cuidar da alimentação e evitar o jejum prolongado.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da enxaqueca é feito por meio de exames de imagem e outros que o médico julgue necessários para avaliar as causas e a intensidade da dor. Aliás, o profissional mais preparado para essa avaliação é o neurologista.

Os critérios utilizados para definir se uma dor de cabeça é enxaqueca são: ao menos 5 crises que duram de 4 a 72 horas (sem tratamento ou que esse seja ineficaz) e a presença de pelo menos um dos sintomas como náuseas, vômito, fotofobia ou fonofobia (aversão ao som).

A dor também deve ser unilateral, pulsátil, de intensidade moderada a intensa e limitar ou impedir atividades físicas do dia a dia, como caminhar e subir escadas. Por fim, a dor não pode ser explicada por outro diagnóstico da ICHD-3, a Classificação Internacional de Cefaleias, que inclui todos os tipos de dores de cabeça.

Qual a importância de diferenciar dor de cabeça e enxaqueca?

Saber se o desconforto que importuna você é dor de cabeça ou enxaqueca é essencial para definir o tratamento adequado e garantir a sua qualidade de vida, pois essas duas condições são diferentes quanto à intensidade, as causas e ao tratamento, e se tratadas de forma invertida só complicam o quadro.

A dor de cabeça é mais comum e menos intensa. Dessa forma, os medicamentos e recomendações para ela são mais moderados, a não ser que ela seja o sintoma de uma doença grave. Já a enxaqueca requer mais cuidados, como mudanças de hábitos alimentares e rotina de exercícios, sem contar os remédios específicos para ela.

Independentemente de o problema ser dor de cabeça ou enxaqueca, é necessário buscar ajuda médica para obter o diagnóstico correto e receber o tratamento indicado. Afinal, a automedicação não resolve o quadro e, ainda, pode aumentar a frequência e agravar a intensidade das crises.

Agora que você já sabe a importância de investigar se o que incomoda você é dor de cabeça ou enxaqueca, lembre-se: a melhor maneira de cuidar da saúde é mantendo uma rotina saudável de sono, alimentação e exercícios físicos. E se a dor aparecer, procurar ajuda médica é sempre o melhor remédio.

Gostou de aprender a diferença dor de cabeça e enxaqueca? Então, compartilhe este post em suas redes sociais e ajude os seus amigos!

Revisão técnica: Alexandre R. Marra, pesquisador do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEP) e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).

Posts relacionados