Existem diferentes formas de hepatite. Uma delas é a hepatite autoimune, inflamação do fígado causada pelo sistema imunológico do paciente, que passa a reconhecer indevidamente as células hepáticas como se fossem prejudiciais ao organismo. Então, o sistema imune começa a atacar o órgão, comprometendo gradualmente as suas funções.
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É uma doença crônica, com sintomas inespecíficos que dificultam o diagnóstico precoce. Considerada uma doença rara, a hepatite autoimune afeta entre 10 e 17 pessoas a cada 100.000 habitantes, sendo três a quatro vezes mais frequente em mulheres. Pode surgir em qualquer idade, mas costuma ser mais comumente diagnosticada por volta dos 45 anos.
Qual a diferença entre hepatite e hepatite autoimune?
Diferente das hepatites virais, que podem ser transmitidas por contato com sangue ou devido a condições precárias de saneamento básico, entre outras formas, a hepatite autoimune não é contagiosa. No entanto, entre 30% e 50% dos pacientes com hepatite autoimune apresentam também outras doenças autoimunes, como tireoidite, artrite reumatoide, diabetes tipo 1 e colite ulcerativa.
Acredita-se que existe uma relação entre predisposição genética para a doença, combinada com fatores ambientais que agem como gatilho para o seu início, como viroses, uso de determinados medicamentos ou contato com agentes tóxicos.
Início silencioso
A doença geralmente evolui de maneira silenciosa em seus estágios iniciais, até apresentar sintomas pouco específicos, como:
- cansaço;
- mal-estar;
- dores musculares e nas juntas;
- náuseas e falta de apetite;
- perda de peso;
- alterações gastrointestinais;
- irritações na pele.
Em alguns casos, a hepatite autoimune pode evoluir muito rapidamente, provocando insuficiência hepática aguda. Nesse caso, o paciente precisará de um transplante de fígado. Realizar o diagnóstico requer uma combinação de exames e análise do histórico do paciente.
Também é necessário fazer exames de sangue e uma biópsia do fígado podem ser solicitados para excluir outras enfermidades e fechar o diagnóstico. Como são frequentes as alterações em algumas enzimas do fígado, a suspeita da hepatite autoimune pode surgir em exames de sangue rotineiros.
Tratamento
Embora sem cura, a doença tem tratamentos efetivos no controle da inflamação hepática. Eles são realizados com medicamentos imunossupressores, que diminuem a intensidade dos ataques ao fígado e reduzem os sintomas. Contudo, essas medicações também tornam o organismo mais vulnerável a infecções.
Portanto, o acompanhamento médico deve ser constante para o ajuste da abordagem terapêutica em cada caso, considerando também os diferentes momentos do paciente.
Revisão Técnica: Sabrina Bernardez Pereira, especialista em Cardiologia pela SBC/AMB. Mestrado e Doutorado em Ciências Cardiovasculares pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Médica da Economia da Saúde do Hospital Israelita Albert Einstein.