A liraglutida é um medicamento antidiabético que faz parte do grupo conhecido como “miméticos da incretina” — também chamados de agonistas do GLP-1, hormônio produzido naturalmente pelo intestino e que tem ação no pâncreas. Ela atua especificamente sobre a liberação da insulina, hormônio que regula os níveis de açúcar no sangue.
Associada a uma rotina de exercícios físicos e dieta balanceada, a liraglutida pode ser indicada para tratar quadros de diabetes mellitus tipo 2 e de obesidade. No Brasil, está liberada para uso em adultos e crianças a partir dos 12 anos de idade, sempre sob orientação médica.
Como usar a liraglutida
Este medicamento é comercializado no país sob tarja vermelha, o que significa que exige prescrição médica. A liraglutida pode ser encontrada nas farmácias como uma solução a ser acoplada em uma caneta dosadora.
O acompanhamento durante seu uso garante não só uma melhor eficácia, mas também diminui o risco de efeitos colaterais.
Efeitos colaterais
Como a liraglutida estimula a liberação de insulina em resposta a refeições, o risco de hipoglicemia é geralmente baixo quando ela é utilizada isoladamente. No entanto, a possibilidade de hipoglicemia pode aumentar se o paciente estiver usando outros medicamentos que reduzem o açúcar no sangue, como insulina ou sulfonilureias. Manter uma dieta equilibrada é essencial para o manejo eficaz do diabetes e para evitar flutuações nos níveis de açúcar no sangue.
As manifestações de hipoglicemia podem incluir:
- Tremedeira;
- Sudorese;
- Irritabilidade e impaciência;
- Sonolência;
- Fraqueza e fadiga.
Além disso, outros efeitos colaterais comuns do medicamento incluem:
- Dor de cabeça;
- Constipação;
- Diarreia;
- Azia;
- Náuseas;
- Vômitos;
- Perda de apetite;
- Erupção cutânea ou vermelhidão no local da injeção.
Contraindicações
A liraglutida é contraindicada a indivíduos alérgicos ao medicamento ou a qualquer um de seus componentes, bem como a quem apresenta histórico pessoal ou familiar de carcinoma medular da tireoide ou síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2. Também deve-se evitar seu uso junto de remédios com efeitos similares aos da liraglutida, como albiglutida, dulaglutida e exenatida.
É importante destacar que, apesar de ser uma forma de tratamento de diabetes, a medicação não serve para todos os casos. Pessoas diagnosticadas com o diabetes tipo 1 ou cetoacidose diabética, por exemplo, não devem usá-la.
Informe seu médico se estiver grávida, planejar engravidar ou for lactante. As injeções de liraglutida devem ser utilizadas com cautela nesses casos e sempre com acompanhamento de profissionais da saúde.
Revisão técnica: Luiz Antônio Vasconcelos (CRM 124.634/RQE 75628), médico especialista em Clínica Médica, Medicina Interna, Cardiologia e Ecocardiografia. Cardiologista e clínico das unidades de pronto atendimento e do corpo clínico do Hospital Albert Einstein.