Metilfenidato: como age o medicamento e quais cuidados são necessários?

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O metilfenidato pertence a uma classe de medicamentos conhecidos como estimulantes do sistema nervoso central. Ele é capaz de alterar as concentrações de substâncias químicas presentes no cérebro e nos nervos, promovendo mudanças na hiperatividade e no controle de impulsos.

O remédio costuma ser indicado para tratar casos de transtorno de déficit de atenção (TDA), transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e narcolepsia (sonolência excessiva e adormecimento durante o dia). Geralmente, essa abordagem farmacológica também está associada a medidas psicológicas, educacionais e sociais.

Como usar o metilfenidato 

No Brasil, o metilfenidato é comercializado com tarja preta. Isso significa que, além de exigir prescrição médica para ser vendido, como já acontece com remédios de tarja vermelha, ainda apresenta um risco elevado de efeitos prejudiciais à saúde, podendo causar dependência ou levar à morte se usado de maneira inadequada.

Assim, a recomendação é fazer uso do metilfenidato exatamente como sugerido pelo seu médico. Além disso, leia todos os guias informativos ou folhas de instruções que vierem na caixinha. 

Dentro das farmácias, você pode encontrar o medicamento como um comprimido de liberação imediata, sustentada ou prolongada. Essa diferença basicamente define o tempo até seu pico de ação, a partir da ingestão. A melhor abordagem será indicada pelo médico responsável, em comum acordo com o paciente.

Efeitos colaterais

Dentre os efeitos colaterais mais comuns relatados pelos usuários do metilfenidato estão:

  • Dor de cabeça;
  • Dificuldade para dormir;
  • Perda de apetite (o que pode levar à perda de peso ou ao ganho de peso insuficiente);
  • Dor de estômago;
  • Boca seca.

Mais raramente, ainda é possível que o paciente tenha alguns sintomas mais graves. Eles incluem:

Se esse for o caso, recomenda-se buscar atendimento médico com urgência. O profissional irá avaliar a necessidade de diminuir ou aumentar a dose ingerida, substituir a marca utilizada ou mesmo interromper por completo o tratamento.

Contraindicações

O uso do metilfenidato é contraindicado se o paciente apresentar alguma das seguintes condições:

  • Glaucoma;
  • Pressão alta não controlada;
  • Doença cardíaca;
  • Hipertireoidismo;
  • Diagnóstico ou história na família de Síndrome de Tourette;
  • Ansiedade;
  • Tensão ou agitação; 
  • Alergia conhecida ao metilfenidato.

Também deve-se evitar o uso desse medicamento caso a pessoa tenha utilizado antidepressivos do tipo inibidor MAO até 14 dias antes do tratamento com metilfenidato, pois pode ocorrer interação medicamentosa. Os inibidores da MAO incluem isocarboxazida, fenelzina e tranilcipromina, entre outros.

Além disso, para ter certeza de que o remédio é seguro para você, informe ao seu médico se tem histórico de:

  • Depressão;
  • Transtorno bipolar;
  • Psicose; 
  • Pensamentos ou ações suicidas;
  • Problemas de circulação sanguínea ou cardíacos;
  • Alcoolismo;
  • Dependência de drogas; 
  • Problemas no esôfago, estômago ou intestino;
  • Convulsões;
  • Epilepsia.

Comunique ao profissional de saúde se estiver grávida, tentando engravidar ou amamentando. Não há evidências suficientes sobre o uso de metilfenidato em gestantes.


Revisão técnica: Sabrina Bernardez Pereira (CRM 154.981/RQE 45120), médica Escritório de Valor em Saúde Einstein. Doutorado em Ciências Cardiovasculares UFF, título de especialista em Cardiologia SBC/AMB.

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